campeonato brasileiro – Blog do Rafael Reis http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br Esse espaço conta as história dos jogadores fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público. Thu, 12 Mar 2020 12:29:00 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Antes de Jesus, técnico gringo já ganhou o Brasileiro… e batizou posição http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/11/19/antes-de-jesus-tecnico-gringo-ja-ganhou-o-brasileiro-e-batizou-posicao/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/11/19/antes-de-jesus-tecnico-gringo-ja-ganhou-o-brasileiro-e-batizou-posicao/#respond Tue, 19 Nov 2019 07:20:33 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=15004 Líder do Campeonato Brasileiro com 13 pontos de vantagem para o Palmeiras, o Flamengo está prestes a se sagrar campeão nacional e colocar o nome de Jorge Jesus na história do futebol pentacampeão mundial.

O português, que terá a primeira oportunidade de conquistar o título da Série A já no próximo fim de semana, pode se tornar o primeiro treinador estrangeiro a ocupar o posto de campeão brasileiro.

Crédito: Reprodução

Pelo menos, é isso o que muita gente tem falado nas redes sociais. Mas será que essa história é 100% verídica ou não passa de apenas mais uma das inúmeras fake news que costumam circular pela internet?

Bem, essa afirmação só está correta para quem ainda considera que a primeira edição do Brasileiro foi disputada em 1971. Realmente, nos últimos 48 anos, nenhum clube comandado por gringo conquistou o título mais cobiçado do futebol nacional.

Mas, desde 2010, quando a CBF decidiu igualar os já extintos Taça Brasil e Torneio Roberto Gomes Pedrosa à primeira divisão nacional, o recorde que Jesus poderia bater já tem um dono.

Seis décadas atrás, logo na edição de estreia da Taça Brasil, a primeira competição a gozar do status de Campeonato Brasileiro, o troféu foi para um treinador estrangeiro. Afinal, o Bahia, que desbancou o Santos na decisão, era comandado por um argentino.

O curioso é que Carlos Volante não dirigiu a equipe nordestina durante a campanha da Taça Brasil-1959. Ele só substituiu o brasileiro Geninho e assumiu o time para o jogo-extra que decidiu o título, já em março de 1960.

Com o argentino no banco de reservas, o Bahia derrotou o time desfalcado de Pelé, mas com Coutinho, Dorval, Pepe e Zito em campo, por 3 a 1 e foi o primeiro campeão brasileiro da história.

No Brasil, Volante também trabalhou como treinador no Internacional e no Vitória. Além disso, fez parte da comissão técnica da seleção canarinho na Copa do Mundo-1938, quando trabalhou improvisado como massagista.

Mas sua maior contribuição ao futebol veio quando ele ainda era jogador.

Meio-campista de características mais defensivas que atuou em clubes como Lanús, San Lorenzo, Vélez Sarsfield, Torino, Napoli, Lille e Flamengo, o argentino fez tanto sucesso nos gramados que acabou emprestando seu sobrenome para os jogadores de sua posição.

É isso mesmo: se hoje você chama de volante aquele jogador de meio-campo que joga à frente da defesa, marca muito e ajuda na saída de bola é porque o primeiro (e até agora único) treinador estrangeiro a se sagrar campeão brasileiro exatamente jogava assim.

É a esse legado que o português Jorge Jesus está prestes a se juntar

O Flamengo será campeão brasileiro já no domingo, com quatro rodadas de antecedência, se o Palmeiras, único time que ainda pode alcançá-lo na classificação, não conseguir derrotar o Grêmio.

Um dia antes, a equipe carioca decide a Libertadores-2019 contra o River Plate, em Lima (Peru). Ganhador de 1981, o Fla busca o segundo título continental de sua história, enquanto a equipe argentina, vencedora em 1986, 1996, 2015 e no ano passado, quer o penta.


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Trocar de técnico vira mania na Europa, e Itália já demite igual o Brasil http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/11/07/europa-entra-em-onda-de-queda-de-tecnicos-e-italia-ja-demite-igual-brasil/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/11/07/europa-entra-em-onda-de-queda-de-tecnicos-e-italia-ja-demite-igual-brasil/#respond Thu, 07 Nov 2019 07:00:01 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=14882 Foi-se o tempo em que demitir técnicos com campeonatos em andamento e jogos a serem disputados já no próximo fim de semana era quase que uma exclusividade dos dirigentes do futebol brasileiro.

Apesar de a atual temporada ainda estar no seu terço inicial, todas as cinco principais ligas nacionais da Europa (Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França) já registraram pelo menos uma mudança de treinador durante 2019/20.

Crédito: Ansa

E o Campeonato Italiano foi além nesse cenário: já conseguiu igualar o número de técnicos derrubados do Brasileirão.

Só nas primeiras 11 rodadas desta temporada, o Calcio viu cinco treinadores perderem seus empregos. O último foi Eugenio Corini, que comandava o Brescia até a derrota por 2 a 1 para o Hellas Verona, no domingo.

Além da equipe do atacante Mario Balotelli, Genoa, Udinese e os tradicionalíssimos Milan e Sampdoria também decidiram trocar de comando técnico com a competição em andamento na Itália.

O número de mudanças (cinco) é exatamente o mesmo registrado pelo Brasileiro-2019 na 11ª rodada.

Até o final de julho, quando a Série A nacional chegou a esse momento, só haviam perdido seus cargos Marcos Gomes Valadares (interno do Vasco até a chegada de Vanderlei Luxemburgo), Abel Braga (Flamengo), Marcelo Cabo (CSA), Geninho (Avaí) e Ney Franco (Chapecoense).

Agora, na 30ª rodada, o Brasil já registrou 21 mudanças de treinadores. Possivelmente, esse número não será alcançado por nenhum campeonato europeu nesta temporada (a Itália cortou 12 cabeças em 2018/19). Mas, eles estão tentando…

O futebol espanhol, que também já foi sinônimo de estabilidade e ainda Diego Simeone no comando do Atlético de Madri desde 2011, teve quatro demissões até o momento em 2019/20. E, na França, o brasileiro Sylvinho perdeu o emprego no Lyon depois de somente 11 partidas oficiais.

Do primeiro escalão europeu, só Inglaterra e Alemanha continuam sendo bem pacientes com os treinadores. Mas nem elas escaparam da guilhotina deste começo de temporada.

O Bayern de Munique, maior clube germânico, optou por rescindir com o croata Nico Kovac depois de tomar 5 a 1 do Eintracht Frankfurt, no último sábado. Já o Watford, lanterna da Premier League, mudou de comando ainda no começo de setembro.

E já há outros treinadores na corda bamba nesses países. O espanhol Unai Emery, por exemplo, está por um fio no Arsenal e o holandês Peter Bosz vem sendo pressionado pela falta de resultados no Bayer Leverkusen.

TÉCNICOS DEMITIDOS NA EUROPA

Itália – 5
Eusebio di Francesco (Sampdoria)
Marco Giampaolo (Milan)
Aurelio Andreazzoli (Genoa)
Igor Tudor (Udinese)
Eugenio Corini (Brescia)

Espanha – 4
Marcelino Toral (Valencia)
David Gallego (Espanyol)
Mauricio Pellegrino (Leganés)
Fran Escribá (Celta)

França – 3
Ghislain Printant (Saint-Étienne)
Sylvinho (Lyon)
Alain Casanova (Toulouse)

Inglaterra – 1
Javi García (Watford)

Alemanha – 1
Niko Kovac (Bayern de Munique)


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A preocupação em ter a posse de bola cresceu, a intensidade do jogo subiu e as alternativas táticas evoluíram. Mas, na hora de chutar a gol, o abismo entre a bola jogada por aqui e do outro lado do Oceano Atlântico permanece.

Crédito: Divulgação

A maior prova disso é que o time que mais finaliza no Velho Continente na atual temporada cria 45,6% mais oportunidades no ataque do que a equipe que lidera o ranking similar nesta edição do Campeonato Brasileiro.

De acordo com dados do “WhoScored?”, site especializado nas estatísticas do futebol nas principais competições do planeta, o Manchester City é o líder de finalizações no primeiro escalão da Europa (Inglaterra, Itália, Espanha, Alemanha e França).

A equipe dirigida por Pep Guardiola tem média de 21,4 arremates ao gol por partida. Esse número é a soma dos chutes e cabeçadas que viraram gols com aqueles que foram defendidos pelos goleiros, bloqueados pelos adversários ou não acertaram o alvo.

Já no Brasileiro-2019, ninguém finaliza mais que o Atlético-MG. Segundo o “Footstats”, empresa que faz levantamento de dados no futebol nacional, o time mineiro arrisca em média 14,7 finalizações a cada 90 minutos.

Apesar de existir diferenças de critérios entre as duas plataformas, é certo que o time mais corajoso do Brasil não apareceria nem no top 10 das equipes que mais buscam o gol na Europa.

Com sua média atual de finalizações, o Atlético-MG ocuparia apenas 18ª colocação no ranking do Velho Continente e ficaria atrás até mesmo de times médios ou pequenos de lá, como Eintracht Frankfurt (16,2), Fiorentina (15,4), Angers (15,4) e Fortuna Düsseldorf (14,9).

O abismo ofensivo existente entre os times mais poderosos da Europa e os da prateleira de cima do Brasil também é nítido na quantidade de bolas que efetivamente balançam as redes adversárias.

Enquanto o City marcou 32 gols em seus dez primeiros compromissos no Inglês (média de 3,2 por partida), o Flamengo, dono do melhor ataque do Brasileiro e líder da competição, soma 60 tentos em 29 apresentações (2,07 por jogo).

O Atlético-MG, aquele que mais chuta a gols na Série A, tem um péssimo aproveitamento nas finalizações e só chegou às redes em 34 oportunidades (1,17 por jogo). Por isso, é só o 13º colocado na primeira divisão nacional.

OS 10 TIMES QUE MAIS FINALIZAM NA EUROPA

1 – Manchester City (ING) – 21,4 chutes por partida
2 – Atalanta (ITA) – 20,6
3 – Napoli (ITA) – 19,7
4 – Juventus (ITA) – 18,9
5 – Bayern de Munique (ALE) – 18,4
6 – Real Madrid (ESP) – 17
7 – Inter de Milão (ITA) – 16,7
8 – Chelsea (ING) – 16,5
9 – Eintracht Frankfurt (ALE) – 16,2
Liverpool (ING) – 16,2

Fonte: WhoScored?

OS 10 TIMES QUE MAIS FINALIZAM NO BRASILEIRO

1 – Atlético-MG – 14,7 chutes por partida
2 – Santos – 14,3
3 – Flamengo – 14,1
4 – Fluminense – 13,8
Palmeiras – 13,8
6 – Grêmio – 13,1
Vasco – 13,1
8 – Internacional – 12,7
9 – São Paulo – 12,6
10 – Ceará – 12,2

Fonte: Footstats

*com colaboração de Paulo Vinícius Coelho


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Goleador no Brasil, Gabigol está pronto para retornar à Europa? http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/09/27/goleador-no-brasil-gabigol-esta-pronto-para-retornar-a-europa/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/09/27/goleador-no-brasil-gabigol-esta-pronto-para-retornar-a-europa/#respond Fri, 27 Sep 2019 07:20:54 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=14452 Artilheiro do Campeonato Brasileiro com mais gols (18) do que jogos (17), Gabriel Barbosa reencontrou o sucesso no Flamengo, vive o melhor momento de sua carreira e até conseguiu voltar a ser convocado para a seleção depois de três anos de ausência.

Mas será que o camisa 9 do time carioca está pronto para retornar à Europa e, enfim, realizar aquilo que tanto se esperava dele: brilhar em um dos clubes mais poderosos do futebol local e fazer frente aos maiores artilheiros do planeta?

Crédito: Thiago Ribeiro/AGIF

Gabigol ainda é jogador da Inter de Milão e possui contrato com os italianos até 2022. Seu empréstimo ao Fla vence em dezembro. De acordo com o jornal “Gazzetta dello Sport”, os nerazzurri querem 30 milhões de euros (R$ 137,1 milhões) para vendê-lo.

O valor é uma fortuna para o mercado brasileiro, mesmo para seus times mais endinheirados, como Fla e Palmeiras, mas não é nenhum absurdo para equipes da Europa – o Newcastle, por exemplo, pagou 50% a mais pelo também centroavante brasileiro Joeliton na última janela de transferências.

Ou seja, o preço estabelecido pela Inter é muito mais fácil de ser pago por um clube de Espanha, Alemanha e, principalmente, Inglaterra do que por um representante do futebol pentacampeão mundial. Mas, caso isso aconteça, Gabigol terá de exorcizar o maior dos seus fantasmas.

O atacante de 23 anos passou uma temporada e meia atuando no Velho Continente entre agosto de 2016 e janeiro de 2018. O jogador fracassou em dois países: fez um gol em dez partidas pela italiana Inter e só jogou cinco vezes pelo português Benfica (também foi às redes uma vez).

Os dois fiascos têm enredos semelhantes: Gabigol recebeu poucas oportunidades porque teve dificuldades para se adaptar a novas obrigações táticas e também por conta do jeitão um tanto quanto arrogante que lhe é peculiar.

A primeira dessas deficiências pode estar sendo curada graças à convivência com o técnico Jorge Jesus. Como é comandado por um técnico europeu no Flamengo, o atacante já está se acostumando a exigências dentro de campo que não são tão comuns aqui no Brasil, mas que são rotineiras no Velho Continente.

Por isso, no caso de uma nova transferência para o exterior, talvez ele não sinta tanto o peso da adaptação ao futebol europeu quanto na primeira vez em que se mandou para lá.

Quanto aos aspectos da personalidade de Gabigol, é inegável que o tempo lhe fez bem. O atacante do Fla não perdeu completamente a marra (que os torcedores adoram, aliás), mas está bem mais maduro do que três anos atrás.

Além da diferença natural entre ter 20 e 23 anos, o camisa 9 também provou pela primeira vez na carreira do gosto amargo do fracasso. Ainda que esteja vivendo um grande momento, ele certamente se lembra do que viveu na Itália e em Portugal. E isso fez com que ele aprendesse a abaixar a bola.

Dito tudo isso, é possível concluir que, sim, Gabigol está pronto para voltar à Europa e ainda tem tempo de sobra para construir uma carreira das bonitas por lá.

No entanto, marcado pela péssima primeira passagem que teve por lá, ele dificilmente conseguirá neste momento uma proposta de um time de primeiro escalão. Se quiser jogar em um Barcelona, Real Madrid ou Liverpool da vida, ele terá antes que roer o osso em uma equipe menor para convencer um gigante de que é um investimento que merece ser feito.


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Graças ao desempenho alcançado desde a chegada do técnico português Jorge Jesus, o time rubro-negro tem hoje um aproveitamento de 75% dos pontos disputados.

Se não perder desempenho até dezembro, o Flamengo de 2019 pode ultrapassar o Cruzeiro de 2003, que conquistou 72% dos pontos possíveis, e realizar a melhor campanha da história do Brasileirão desde a adoção do sistema de pontos corridos.

Mas será que esse desempenho flamenguista é espetacular apenas dentro de um campeonato com as características do Brasileirão? Ou será que essa campanha já é digna dos campeões das ligas mais poderosas da Europa?

Em busca dessa resposta, “Blog do Rafael Reis” compara abaixo o aproveitamento do atual time do Flamengo ao dos campeões nacionais de Inglaterra, Itália, Espanha, Alemanha e França na última temporada.

Crédito: ANDRÉ MELO ANDRADE/AM PRESS & IMAGES/ESTADÃO CONTEÚDO

INGLATERRA

No campeonato nacional mais poderoso do planeta, o desempenho atual do Flamengo no Brasileirão só lhe renderia a terceira colocação da temporada passada. A equipe de Jorge Jesus ficaria atrás de Manchester City (86% de aproveitamento) e Liverpool (85,1%), dupla que fez campanhas dignas de campeões. A última vez que os resultados do Fla virariam título na Premier League foi em 2014/2015, quando o Leicester levantou a taça com 71,1% dos pontos disputados.

ESPANHA

Na terra onde joga Lionel Messi, o hexacampeão do prêmio de melhor do mundo, o Fla faria uma disputa cabeça a cabeça com o Barcelona, mas acabaria atrás dos catalães. Para ficarem com o título nacional em 2018/2019, os comandados de Ernesto Valverde tiveram aproveitamento de 76,3%. Para encontrar um campeão espanhol com desempenho inferior a 75%, é preciso voltar mais de uma década. Em 2007/2008, o Real Madrid conquistou 74,6% dos pontos e faturou o título.

ITÁLIA

O Flamengo de 2019 também não conseguiria impedir o octa da Juventus, mas seria vice na Itália (assim como na Espanha). Em sua mais recente campanha de título, a equipe de Cristiano Ronaldo conquistou 78,9% dos pontos em disputa. Os sete últimos títulos da Velha Senhora, aliás, foram obtidos com desempenho superior ao do atual líder do Brasileiro. Só em 2011/2012, o ano um da série de vitórias consecutivas, a Juve teve aproveitamento mais baixo: 73,7%.

ALEMANHA

A briga entre o Flamengo atual e Bayern de Munique e Borussia Dortmund da temporada passada seria das mais bonitas. Mas, no fim, o clube brasileiro terminaria na segunda colocação, atrás dos bávaros (76,5%) e logo à frente da equipe aurinegra (74,5%). Mas o Fla só ficaria no quase porque a última temporada alemã foi atípica. Na maioria dos últimos anos, sua campanha nem arranharia o campeão germânico. A última vez que um clube venceu a Bundesliga com desempenho inferior ao time de Jorge Jesus foi em 2010/2011, quando o Dortmund levou o título tendo ganho 73,5% dos pontos disputados.

FRANÇA

Assim como na Inglaterra, a campanha atual do Flamengo passaria longe de lhe dar o título na França. Na última temporada, o Paris Saint-Germain venceu a Ligue 1 com aproveitamento de 79,8%. Mas os brasileiros pelo menos ficariam com o vice-campeonato, já que o Lille, segundo na tabela, conquistou só 65,8% dos pontos em disputa. A última vez em que uma equipe se sagrou campeã francesa com desempenho inferior ao dos cariocas foi em 2014/2015, quando o PSG registrou 72,8%.


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A opinião provocou uma enxurrada de críticas e ofensas nas redes sociais. O ex-jogador de Fluminense, Corinthians, Botafogo e tantos outros clubes conseguiu algo raro nesses tempos marcados por polarização: virou unanimidade. Afinal, ninguém concordou com ele.

Crédito: Susana Vera/Reuters

Qualquer pessoa com o mínimo de noção do abismo técnico e tático existente entre o futebol jogado por aqui e o praticado na Europa percebe que essa afirmação não faz nenhum sentido. Mais do que opinião sincera, a declaração de Carlos Alberto parece uma tentativa de polemizar para aparecer. É a ideia do “falem bem ou falem mal, mas falem de mim”.

Barcelona e Real Madrid não só ficariam entre os seis primeiros colocados do Brasileirão como conquistariam com facilidade o título nacional. E, possivelmente, com campanhas históricas.

E isso não se resume apenas aos dois gigantes do futebol espanhol. Praticamente todos os times da prateleira de cima do Velho Continente fariam o mesmo se tivessem que medir forças semanalmente com Flamengo, Palmeiras, Santos e companhia.

Dos 32 times que iniciam nesta terça-feira a disputa da fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa, o torneio interclubes de maior mais badalado e de maior nível técnico do planeta, pelo menos 15 têm elencos e trabalhos que certamente fariam deles campeões brasileiros.

Outros nove entrariam na competição com o objetivo de brigar no bloco de cima da classificação e, se tudo desse certo, poderiam até levantar o troféu. Apenas oito dos participantes da Champions fariam apenas figuração no Brasileiro – papel que eles também devem desempenhar no torneio continental.

É claro que isso não passa de um exercício de simulação, que leva em conta os jogadores e treinadores que cada clube possui atualmente e também o nível de jogo que eles costumam apresentar em suas partidas dos campeonatos que disputam.

No “mundo real”, se fossem brasileiros, todos esses times teriam histórias diferentes. Com menos dinheiro, contariam com elencos menos qualificados tecnicamente. Também seriam provavelmente treinadores por técnicos locais, que, na média, estão bem abaixo dos comandantes do primeiro escalão europeu.

A diferença de nível entre os clubes brasileiros e as maiores forças do Velho Continente não significa que os times daqui não possam eventualmente ganhar um confronto ou outro desses poderosos. O histórico do Mundial de Clubes é uma mostra disso, ainda que essas vitórias estejam cada vez mais raras.

Mas, em uma competição de pontos corridos, resultados assim seriam aquelas zebras que acontecem bem de vez em quando.

Na soma das 38 rodadas, Barcelona e Real Madrid seriam sim campeões brasileiros, assim como Manchester City, Liverpool, Juventus, Atlético de Madri, Bayern de Munique, Borussia Dortmund, Paris Saint-Germain…

SERIAM CAMPEÕES BRASILEIROS
Ajax (HOL)
Atlético de Madri (ESP)
Barcelona (ESP)
Bayern de Munique (ALE)
Benfica (POR)
Borussia Dortmund (ALE)
Chelsea (ING)
Inter de Milão (ITA)
Juventus (ITA)
Liverpool (ING)
Manchester City (ING)
Napoli (ITA)
Paris Saint-Germain (FRA)
Real Madrid (ESP)
Tottenham (ING)

PODERIAM SER CAMPEÕES BRASILEIROS
Atalanta (ITA)
Bayer Leverkusen (ALE)
Galatasaray (TUR)
Lille (FRA)
Lyon (FRA)
RB Leipzig (ALE)
Shakhtar Donetsk (UCR)
Valencia (ESP)
Zenit (RUS)

NÃO SERIAM CAMPEÕES BRASILEIROS
Brugge (BEL)
Dínamo Zagreb (CRO)
Estrela Vermelha (SER)
Genk (BEL)
Lokomotiv Moscou (RUS)
Olympiacos (GRE)
Red Bull Salzburg (AUT)
Slavia Praga (TCH)


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Já o Santos, segundo colocado na competição nacional, joga no domingo, contra o Athletico-PR, em casa, sem Jorge (Brasil), Yeferson Soteldo (Venezuela), Derlis González (Paraguai) e Christian Cueva (Peru), todos também convocados para as equipes de seus países de origem.

Crédito: Thiago Ribeiro/Agif

A situação está longe de ser novidade. Na verdade, ela é das mais recorrentes. A cada Data Fifa, os clubes mais poderosos do futebol brasileiro cedem jogadores para as seleções e precisam encarar jogos decisivos desfalcados de alguns dos seus principais talentos.

Isso acontece porque o Campeonato Brasileiro, assim como os Estaduais e a Copa do Brasil, normalmente não entra em recesso nessas semanas que são internacionalmente dedicadas a confrontos das seleções.

Mas será que essa é uma exclusividade do calendário brasileiro ou algo que também acontece em outros cantos do planeta?

Bem, o Brasil não é o único país que mantém suas atividades normais durante as datas reservas para as seleções. Mas é quase como se fosse…

Na Europa, todas as ligas minimamente relevantes congelam seus calendários quando chegam as Datas Fifa. A Espanha ainda mantém os jogos de sua segunda divisão. Em Inglaterra, Itália, Alemanha e França, nem isso ocorre.

A situação não é muito diferente nos outros continentes. O Campeonato Chinês vai ficar sem partidas durante quase um mês (parou em 15 de agosto e só volta em 13 de setembro). O Japonês também ganhou folga neste fim de semana.

Já nas Américas, México e Argentina reservaram para esse período apenas jogos de suas copas nacionais e também das divisões inferiores (que, afinal, raramente contam com atletas convocados para as seleções).

No entanto, há sim países que adotam o “modelo brasileiro”. A Major League Soccer, o primeiro escalão do futebol nos Estados Unidos, não está nem aí para a Data Fifa e programou cinco partidas para este fim de semana. Já o Campeonato Colombiano tem rodada completa entre este sábado e segunda-feira.

Mas eles, assim como Brasil, são exceções.

Por aqui, o problema foi agravado neste mês porque, além da seleção principal, há também dois amistosos da equipe sub-23, que se prepara para o Pré-Olímpico dos Jogos de Tóquio-2020.

O calendário da CBF para 2019 só deu folga aos clubes no período de realização da Copa América (14 de junho a 7 de julho), que foi jogada no Brasil e ocupou estádios que normalmente servem à Série A.

Em abril, em seu discurso de posse como presidente da entidade, Rogério Caboclo prometeu que esse problema não voltará a se repetir no próximo ano e que não haverá mais jogos de campeonatos nacionais quando a seleção brasileira for a campo.


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Com mais gols que Mbappé, Gabigol é o maior artilheiro sub-23 do planeta http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/08/20/goleador-do-brasileiro-gabigol-e-o-maior-artilheiro-sub-23-do-planeta/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/08/20/goleador-do-brasileiro-gabigol-e-o-maior-artilheiro-sub-23-do-planeta/#respond Tue, 20 Aug 2019 07:00:37 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=13947 Artilheiro do Campeonato Brasileiro com 11 gols em 15 rodadas, Gabriel Barbosa faz por merecer o apelido de Gabigol que recebeu quando ainda estava nas categorias de base do Santos.

Apesar de uma passagem desastrosa pela Europa e de ainda não ter se firmado na seleção brasileira, o camisa 9 do Flamengo é nada menos que o maior artilheiro sub-23 do planeta na atualidade.

Crédito: André Melo Andrade/AM Press & Images/Estadão Conteúdo

Ao longo de sete temporadas como profissional, o atacante de 22 anos soma 111 gols na carreira: 83 pelo Santos, 24 pelo Flamengo, dois pela seleção, um pela Inter de Milão e outro pelo Benfica.

O número não leva em consideração amistosos disputados por clubes nem jogos de seleções de base – Gabigol também marcou em um jogo de pré-temporada pelo Santos e nas equipes sub-15, sub-17, sub-20 e sub-23 do Brasil.

“Fico feliz com os gols, isso tem ajudado a equipe a vencer os jogos, que é o mais importante. Os números estão aí, e fico honrado. Procuro evoluir a cada jogo, sempre com a ajuda dos meus companheiros, e as coisas estão acontecendo”, disse o atacante, no sábado, após marcar duas vezes na goleada por 4 a 1 sobre o Vasco.

Nenhum jogador de até 23 anos que atua na primeira divisão de 20 dos principais campeonatos nacionais do planeta (Inglaterra, Itália, Espanha, Alemanha, França, Portugal, Rússia, Ucrânia, Holanda, Bélgica, Turquia, Áustria, Brasil, Argentina, México, EUA, Japão, China, Qatar e Emirados Árabes) balançou tanto as redes quando o artilheiro do Fla.

Quem mais se aproxima da marca de Gabriel é o francês Moussa Dembélé. O centroavante do Lyon já meteu 104 bolas nas redes ao longo da carreira, três delas só nos dois primeiros compromissos oficiais desta temporada.

Mas a maior ameaça à liderança de Gabigol é mesmo Kylian Mbappé. Apesar de ter só 20 anos e de ter estreado como profissional apenas em 2016, o camisa 7 do Paris Saint-Germain já é o terceiro da lista.

Campeão mundial pela seleção francesa e segundo jogador mais caro da história do futebol, Mbappé já acumula 102 gols como profissional e tem tudo para ocupar a artilharia sub-23 do planeta por alguns anos.

O top 10 dos maiores goleadores com “idade olímpica” ainda conta com mais um brasileiro. Gabriel Jesus, do Manchester City e titular da seleção nos últimos anos, ocupa a quarta colocação, com 91 bolas nas redes.

A lista é dominada por atletas que atuam na Europa. Gabigol e o hondurenho Alberth Elis, que defende o Houston Dynamo, da Major League Soccer, a elite do futebol nos Estados Unidos, são os únicos “intrusos”.

MAIORES ARTILHEIROS SUB-23 DO PLANETA

1 – Gabriel Barbosa (BRA, 22, Flamengo) – 111 gols
2 – Moussa Dembélé (FRA, 23, Lyon) – 104
3 – Kylian Mbappé (FRA, 20, Paris Saint-Germain) – 102
4 – Gabriel Jesus (BRA, 22, Manchester City) – 91
5 – Timo Werner (ALE, 23, RB Leipzig) – 86
6 – André Silva (POR, 23, Milan) – 84
7 – Dele Alli (ING, 23, Tottenham) – 80
8 – Bertrand Traoré (BUR, 23, Lyon) – 73
9 – Alberth Elis (HON, 23, Houston Dynamo) – 63
10 – Maxi Gómez (URU, 23, Valencia) – 62


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Contratar medalhões é uma boa? Exterior mostra que não é bem assim http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/08/09/exemplos-do-exterior-mostram-contratar-medalhoes-pode-ser-uma-fria/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/08/09/exemplos-do-exterior-mostram-contratar-medalhoes-pode-ser-uma-fria/#respond Fri, 09 Aug 2019 07:20:08 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=13807 O Campeonato Japonês conta com as presenças dos campeões mundiais Andrés Iniesta, David Villa e Lukas Podolski. No entanto, quem lidera a competição é o FC Tokyo, que tem como protagonista o brasileiro Diego Oliveira, ex-Novorizontino, Linense e Boa Esporte.

Na China, os argentinos Javier Mascherano, titular absoluto do Barcelona durante várias temporadas, e Ezequiel Lavezzi, ex-Napoli e Paris Saint-Germain, não brigam por títulos, mas sim para permanecer na primeira divisão.

Crédito: Reprodução

Enquanto isso, nos Estados Unidos, Zlatan Ibrahimovic até virou ídolo, mas nunca levantou o troféu da MLS (Major League Soccer). E o mesmo aconteceu com Wayne Rooney, Steven Gerrard, Kaká, Frank Lampard e até Thierry Henry.

Os casos citados acima, de países para lá de acostumados a investir na contratação de estrelas consagradas do futebol mundial na reta final da carreira, são um importante recado para torcedores brasileiros que andam empolgados nas últimas semanas.

Em um momento em que o futebol pentacampeão mundial consegue repatriar astros como Daniel Alves (São Paulo), Rafinha e Filipe Luís (Flamengo) e Luiz Adriano (Palmeiras), trazer estrangeiros conhecidos internacionalmente como Juanfran (São Paulo) e sonhar com Mario Balotelli (Flamengo), é importante questionar até que ponto vale a pena gastar pesado em reforços com esse perfil.

Como contratações assim andavam escassas no território brasileiro desde Ronaldo, Roberto Carlos, Clarence Seedorf e Ronaldinho, entre o fim da década passada e o começo da atual, o melhor a fazer é olhar para o que anda acontecendo no exterior.

E aí, essa estratégia não parece ser das mais eficazes. O Vissel Kobe, time que reúne Iniesta, Villa e Podolski, é o 15º dos 18 clubes participantes da primeira divisão japonesa e chegou a emendar sete derrotas consecutivas entre abril e maio.

Já o Hebei Fortune, clube chinês que aposta suas fichas em Mascherano e Lavezzi, só ganhou cinco das 22 partidas que disputou nesta temporada e está 35 pontos atrás do Guangzhou Evergrande, líder da competição, que prefere astros desenvolvidos na própria Ásia (Ricardo Goulart e Elkeson) a estrangeiros que brilharam na Europa –Paulinho até passou por Barcelona e Tottenham, mas nunca chegou a ser um verdadeiro destaque no Velho Continente.

Os EUA também são um bom exemplo. Em 2018, quem ficou com a taça foi o Atlanta United, time liderado dentro de campo pelo venezuelano Josef Martínez e pela promessa argentina Ezequiel Barco. No ano anterior, também não deu para nenhum medalhão do nível de Ibra e Rooney: o título ficou com o Toronto FC, de Jozy Altidore e Sebastian Giovinco, eterna promessa italiana que precisou cruzar o Atlântico para, enfim, explodir.

Isso não significa, é claro, que contratações como as de Daniel Alves e Filipe Luís, ou mesmo uma possível chegada de Balotelli, não valham a pena e nem sejam uma boa ideia para os clubes brasileiros.

Afinal, David Beckham ganhou duas edições da MLS pelo Los Angeles Galaxy, Ronaldinho foi essencial para o Atlético-MG vencer a Libertadores-2013 e Ronaldo ajudou demais o Corinthians a se reconstruir.

Mas, mais importante do que contratar medalhões em idade avançada que possam resolver uma ou outra partida, é investir na montagem de elencos fortes, cheios de peças de reposição e que não tenham uma grande defasagem técnica entre suas peças. Aí, talvez, um cara mais badalado tenha condições de brilhar e fazer a diferença.


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Após fracassar na Europa, Ganso ainda pode dar certo no futebol brasileiro? http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/01/11/apos-fracassar-na-europa-ganso-ainda-pode-dar-certo-no-futebol-brasileiro/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/01/11/apos-fracassar-na-europa-ganso-ainda-pode-dar-certo-no-futebol-brasileiro/#respond Fri, 11 Jan 2019 06:00:58 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=11063 Em dois anos e meio atuando na Europa, Paulo Henrique Ganso disputou apenas 41 partidas, marcou míseros sete gols e distribuiu nove assistências. Mais que isso, passou a maior parte do tempo sentado no banco de reservas ou mesmo sem sequer ser relacionado para as partidas dos clubes que defendeu.

Após fracassar no Sevilla e também não conseguir emplacar no modesto Amiens, que luta contra o rebaixamento no Campeonato Francês, o meia está prestes a encerrar sua passagem nada vitoriosa pelo futebol do Velho Continente.

Crédito: Divulgação

O ex-jogador de São Paulo e Santos só precisa encontrar um clube brasileiro disposto a repatriá-lo até o dia 31 de janeiro, data de fechamento da janela de transferência nos principais campeonatos nacionais da Europa.

Mas será que, prestes a completar 30 anos, com pouco ritmo de jogo e após acumular duas grandes decepções no exterior, Ganso ainda seria um reforço válido para os principais times do país pentacampeão mundial de futebol?

Para responder essa pergunta, é preciso primeiro entender as razões pelas quais o antigo companheiro de Neymar (que muitos acreditavam, inclusive que seria melhor que o hoje astro do Paris Saint-Germain) não conseguiu decolar do outro lado do Atlântico.

A resposta para essa dúvida é uma série de clichês que vêm sendo repetidos sobre Ganso há anos, mas que realmente explicam a incapacidade demonstrada pelo jogador de virar aquilo que se esperava dele.

O meia realmente possui uma qualidade técnica acima da média. Sua precisão de passe e visão de jogo são superiores até às de alguns dos meio-campistas que têm sido convocados por Tite para a seleção brasileira.

O problema é que Ganso parece um jogador um tanto quanto perdido no tempo e preso no passado. Sua estrutura física frágil e a falta de evolução tática ao longo da carreira fazem com que ele não consiga suportar o nível de exigência do futebol europeu contemporâneo.

Você conseguiria imaginar o brasileiro jogando no meio-campo de um time que apresenta o nível de intensidade do “quase caótico” Liverpool, de Jürgen Klopp? Sevilla e Amiens nem chegavam no ritmo do líder do Campeonato Inglês. Mesmo assim, já eram velozes demais para a cria da base do Santos.

Para a sorte de Ganso, o futebol brasileiro está alguns anos atrás do europeu na questão da evolução tática. Por aqui, ainda é possível vislumbrar um jogador com suas características (sem capacidade física e disposição para cobrir o campo todo durante os 90 minutos) sendo útil para um time de ponta.

Isso não significa, no entanto, que, caso volte ao Brasil, o meia repetirá o sucesso que obteve no Santos e nos últimos momentos de sua passagem pelo São Paulo. Afinal, o meia está mais velho e o futebol nacional, mesmo que a passos lentos, também está caminhando para o mesmo rumo do Velho Continente.

Mas a chance de Ganso dar certo por aqui é sim maior do que na Europa. A dúvida que persiste é se vale a pena fazer um investimento alto para tê-lo no elenco de 2019.


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