Libertadores copia Champions e descobre que dinheiro traz felicidade
Foi-se o tempo de zebras como o título do Atlético Nacional (COL) e finalistas pouco expressivos no cenário continental, como Nacional (PAR) e Independiente del Valle (EQU). As semifinais da Libertadores deste ano são uma prova de que o dinheiro tem um papel cada vez mais determinante no futebol sul-americano.
Os quatro times que continuam na briga pelo título continental estão entre os cinco elencos mais valiosos da competição, segundo levantamento do site "Transfermarkt", especializado na cobertura do Mercado da Bola.
O ranking é liderado pelo Boca Juniors, com valor estimado em 154,6 milhões de euros (R$ 670 milhões). Seu adversário na briga por vaga na decisão, o River Plate, ocupa a segunda colocação – 120,2 milhões de euros (R$ 520,7 milhões).
Já a semifinal brasileira irá reunir o Flamengo, dono do quarto elenco mais caro da Libertadores (118,1 milhões de euros, ou R$ 511,6 milhões), e o Grêmio, quinto colocado na lista da riqueza, com 109,4 milhões de euros (R$ 473,9 milhões).
Além disso, o Palmeiras, que tem o terceiro elenco mais rico do torneio, com valor estimado em 119,5 milhões de euros (R$ 517,6 milhões), também não caiu cedo. Foi até as quartas de final e perdeu no confronto direto com os gremistas.
Vale lembrar ainda que Boca, River, Grêmio e Palmeiras foram os semifinalistas do ano passado e que três deles repetiram o feito nesta temporada. Ou seja, está claro que o futebol sul-americano agora tem uma elite muito bem definida. Não só na bola, mas também nas finanças.
Esse fenômeno já aconteceu na Europa. A partir do começo do século, ficou muito difícil para clubes de mercados menores irem longe na Liga dos Campeões. Casos como o do Ajax, semifinalista na temporada passada, são cada vez mais raros em uma competição dominada principalmente pelos gigantes da Espanha e da Inglaterra.
Mas, por que isso está acontecendo agora na América do Sul?
Não é de hoje que River e Boca são mais ricos que os outros clubes argentinos, nem que Flamengo e Grêmio fazem parte da elite econômica brasileira, muito menos ainda que Argentina e Brasil são os países mais poderosos do continente.
A diferença é que agora eles estão administrando melhor o dinheiro e conseguindo transformar essa vantagem financeira em ações concretas que levam a resultados mais expressivos dentro de campo.
É só porque está bem das finanças que o Grêmio pode se dar ao luxo de não negociar Everton por qualquer mixaria vinda dos clubes europeus e que o Flamengo conseguiu montar um time cheio de jogadores de longa trajetória no Velho Continente, como Rafinha, Filipe Luís e o goleiro Diego Alves.
O mesmo se aplica aos argentinos. Nesta janela de transferências, o Boca repatriou o meia Eduardo Salvio (ex-Benfica e Atlético de Madri) e se fortaleceu com o italiano Daniele de Rossi, ídolo da Roma. O River, por sua vez, consegue ter um elenco dos mais experientes e repleto de jogadores com altos salários.
Dinheiro vira melhores jogadores, que dão origem a resultados mais expressivos. Depois de muito tempo batendo cabeça, o futebol sul-americano parece estar aprendendo a óbvia fórmula do sucesso. Não é mágica, mas sim competência.
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