itália – Blog do Rafael Reis http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br Esse espaço conta as história dos jogadores fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público. Thu, 12 Mar 2020 12:29:00 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Como fascismo criou o 1º esquadrão da história do futebol europeu http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2018/10/16/como-o-fascismo-criou-o-1o-esquadrao-da-historia-do-futebol-europeu/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2018/10/16/como-o-fascismo-criou-o-1o-esquadrao-da-historia-do-futebol-europeu/#respond Tue, 16 Oct 2018 07:00:28 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=10061 O fascismo foi um regime que cassou liberdades individuais na Itália entre as décadas de 1920 e 1940, provocou direta ou indiretamente mais de 400 mil mortes e levou o país a se aliar com a Alemanha e Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial.

Mas foi durante o governo do ditador Benito Mussolini, entre 1922 e 1943, que a Europa conheceu o seu primeiro esquadrão no futebol. E a montagem desse supertime teve tudo a ver com o “Il Duce”.

O chefe do governo italiano percebeu rapidamente que poderia usar a modalidade como um importante instrumento de propaganda para seu regime e como um fator de união nacional. A partir daí, fez de tudo para transformar seu país na potência número um do futebol mundial.

A estratégia não demorou para dar resultado. A seleção italiana foi a primeira a ganhar duas edições da Copa do Mundo (1934 e 1938) e, sob o comando de Vitorio Pozzo, ganhou 60 dos 87 jogos que disputou entre 1929 e 1948.

O papel do fascismo na montagem dessa equipe foi completo. Para começar, o regime de Mussolini adotou várias táticas para fortalecer o futebol local e fazer dele uma paixão verdadeiramente nacional.

Foi durante o período do autoritarismo que a Itália deixou de ter campeonatos regionalizados e ganhou uma primeira divisão no formato atual, com disputa em pontos corridos entre times de todos os cantos do país.

Mussolini também limitou a presença de clubes de uma mesma cidade na elite do futebol nacional. A ideia era fazer com que as equipes do sul do país se desenvolvessem e, assim, ampliassem o alcance da propaganda ideológica do ditador.

O chefe do governo também escancarou a porta da seleção para os “oriundi”, os descendentes de italianos nascidos em outros países, processo que até hoje faz sucesso na Azzurra, que conta, por exemplo, com o volante brasileiro Jorginho (Chelsea).

O time campeão mundial de 1934 contava com quatro argentinos, um francês, um austro-húngaro e até um brasileiro, o atacante Filó, que havia jogado no Corinthians antes de se transferir para a Lazio.  Em 1938, no bi, a legião estrangeira ganhou ainda o reforço de um uruguaio.

Mussolini ainda teve papel direto no dia a dia das conquistas que fizeram da Itália a seleção a ser batida na primeira metade do século passado.

Em 1934, fez questão de receber a Copa do Mundo (e, dizem as más línguas, teve um papel de bastante influência sobre a arbitragem). Ainda naquele ano, presenteou cada jogador da Azzurra com um automóvel Alfa Romeo pela vitória em um amistoso contra a Inglaterra, país inventor do futebol que se recusava a disputar o Mundial.

Quatro anos depois, antes da final contra a Hungria, enviou um telegrama aos jogadores que se tornou célebre. O conteúdo pode ser resumido em uma frase: “Vincere o Morire!” (Vencer ou Morrer, em tradução para o português). A vitória por 4 a 2 na decisão livrou a cabeça de todo o elenco.

O curioso é que Mussolini nem era tão chegado assim em futebol.  O ditador considerava que o esporte feria a identidade italiana já que havia sido criado por ingleses e tentou emplacar no país o Calcio Fiorentino, um jogo medieval tipicamente nacional.

Como a aposta falhou, o líder fascista abraçou o futebol e escolheu um time, a Lazio, para abraçar. Até hoje, mais de 70 anos depois da derrocada do regime, parte dos torcedores da equipe romana ainda são identificados com a extrema-direita e com causas como racismo e xenofobia.


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Falta de chances a Allan já é um dos maiores erros de Tite na seleção http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2018/10/10/falta-de-chances-a-allan-ja-e-um-dos-maiores-erros-de-tite-na-selecao/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2018/10/10/falta-de-chances-a-allan-ja-e-um-dos-maiores-erros-de-tite-na-selecao/#respond Wed, 10 Oct 2018 07:20:29 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=10004 Jorginho hoje defende a Itália. Thiago Alcântara e Diego Costa vestem a camisa da Espanha. Se não houvessem optado por jogar por seleções estrangeiras, os três certamente seriam titulares (ou pelo menos teriam chances de sê-lo) do Brasil.

Evitar que o mesmo aconteça com Allan é apenas um dos motivos que fazem das seguidas ausências do meio-campista do Napoli nas convocações de Tite um dos maiores erros da gestão do treinador à frente do time pentacampeão mundial.

Aos 27 anos, o jogador revelado pelo Vasco e que passou três temporadas maturando na Udinese antes de desembarcar no Sul da Itália, em 2015. Hoje, vive o melhor momento de sua carreira.

Titular absoluto do Napoli, Allan é uma espécie de dono do meio-campo do atual vice-líder do Campeonato Italiano.

Polivalente, o brasileiro pode atuar em praticamente todas as posições do setor. Originalmente marcador, está apto a fazer tranquilamente a função de primeiro volante. E, com o passe cada dia melhor, é capaz também de jogar um pouco mais avançado.

No 4-3-3 montado por Tite, Allan tem condições de ser reserva imediato dos três vértices do triângulo formado por Casemiro, Arthur e Philippe Coutinho. Ou até de brigar por posição com alguns deles.

Na atual temporada, segundo o “WhoScored?”, site especializado nas estatísticas do futebol, Allan supera Casemiro na média de desarmes (5,3 por partida, contra 3,8), tem números similares aos de Arthur na quantidade de passes (58,9 por jogo, contra 59,3) e dá mais passes decisivos que Coutinho (1,6 toque que resulta em finalização a cada 90 minutos, contra 1,5).

Números à parte, Allan também precisa urgentemente ser convocado para a seleção por causa do risco de, em breve, aparecer na lista de um outro país e não poder mais vestir a camisa amarelinha.

O jogador detém passaporte português, mas, de acordo com o regulamento da Fifa, não pode defender a equipe de Cristiano Ronaldo porque já possuía dupla cidadania quando participou do Mundial sub-20 pelo Brasil, em 2011.

Só que não há nenhum impedimento legal contra uma possível convocação do meio-campista pela Itália. Allan já completou o período de cinco anos de residência no país exigido para obter a naturalização e poder defender a Azzurra.

No último sábado, o canal de TV italiano “Sky Sports” afirmou que o jogador está na mira do time tetracampeão mundial e que a federação até já entrou em contato com o Napoli para discutir essa possibilidade.

O técnico Roberto Mancini tratou de rapidamente negar essa informação e disse que a convocação de Allan nunca foi discutida. Pelo menos, por enquanto… Mas será que por mais quanto tempo?


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7 seleções que já escalaram jogadores brasileiros em Copas do Mundo http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2017/11/15/7-selecoes-que-ja-usaram-jogadores-brasileiros-em-copas-do-mundo/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2017/11/15/7-selecoes-que-ja-usaram-jogadores-brasileiros-em-copas-do-mundo/#respond Wed, 15 Nov 2017 06:30:52 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=6694 O futebol brasileiro irá para a próxima Copa do Mundo com mais do que os 23 jogadores que forem convocados por Tite. Isso porque outras seleções certamente reforçarão seus elencos com atletas nascidos por aqui.

Alguns deles são bastante conhecidos, como o zagueiro Pepe (Portugal) e o lateral direito Mário Fernandes (Rússia). Outros, caso do zagueiro Thiago Cionek (Polônia), são praticamente desconhecidos em seu país de origem.

A naturalização de brasileiros está longe de ser uma novidade. Em 1934, a Itália conquistou a segunda edição da Copa com um paulistano em seu elenco, o ponta direita Filó, conhecido por lá como Guarisi.

Listamos abaixo sete seleções que já usaram jogadores brasileiros em Mundiais de futebol:

ESPANHA

A Fúria se aproveitou do talento brasileiro em duas das três últimas edições da Copa do Mundo. Em 2006, o volante Marcos Senna (ex-Corinthians) ganhou uma oportunidade do técnico Luis Aragonés. Oito anos depois, Diego Costa participou da vexatória campanha espanhola no Brasil. O centroavante, que vai trocar o Chelsea pelo Atlético de Madri em janeiro, ainda pode aparecer na convocação para a Rússia-2018. O meia Thiago Alcántara, que é filho de brasileiro, mas nasceu na Itália, é nome certo na lista.

PORTUGAL

Metrópole do Brasil entre 1500 e 1822, Portugal sofreu uma verdadeira “invasão brasileira” a partir de meados da década passada. Em 2006, os Tugas eram treinados por Luiz Felipe Scolari e tinham Deco no meio-campo. Quatro anos depois, Felipão já havia ido embora, mas o meia permaneceu no elenco e ganhou dois novos companheiros compatriotas: Pepe e o atacante Liédson. O beque (então no Real Madrid e hoje no Besiktas) foi o único que continuou (e continua) na equipe para a última Copa.

ALEMANHA

Antes de conquistar o tetracampeonato mundial em 2014, a seleção alemã passou mais de uma década apelando a brasileiros para tentar resolver seus problemas ofensivos. A dinastia começou com Paulo Rink (1998 a 2000), passou por Kevin Kuranyi (2003 a 2008) e terminou com Cacau (2009 a 2012), o único do trio que chegou a disputar uma Copa do Mundo, a de 2010.

ITÁLIA

A primeira seleção estrangeira a convocar brasileiros para uma Copa do Mundo (Filó, em 1934) é também o país que mais tem se aproveitado do pé de obra tupiniquim nos últimos anos. Desde 2007, sete atletas nascidos no Brasil foram convocados pela Azzurra. No entanto, só um deles, o volante Thiago Motta, atualmente no Paris Saint-Germain, chegou a disputar um Mundial –foi reserva em 2014.

JAPÃO

A conexão entre o futebol brasileiro e o Japão é tão forte que a seleção nipônica contou com jogadores brasileiros nas suas quatro primeiras participações em Copas do Mundo. O atacante Wagner Lopes jogou em 1998, o lateral esquerdo e meia Alex Santos atuou em 2002 e 2006 e o zagueiro decasségui (termo japonês que significa imigrante temporário e que é usado para definir os nipo-brasileiros que vivem no Japão) Túlio Tanaka atuou pela terra dos seus antepassados em 2010.

BÉLGICA

Muito antes do aparecimento da “ótima geração belga”, quem ajudava os “Diabos Vermelhos” a serem relevantes no cenário internacional era um maranhense de São Luís. O atacante Luís Oliveira, que deixou o Brasil ainda na adolescência para tentar a sorte nas categorias de base do Anderlecht e fez carreira na Itália, vestiu a camisa da Bélgica 31 vezes entre 1992 e 1999 e participou da Copa de 1998.

TUNÍSIA

Se você acha que naturalizar brasileiros é exclusividade das seleções europeias e do Japão, é bom dar uma olhada para a Tunísia. O time do norte da África, que irá voltas às Copas do Mundo em 2018, apelou para o futebol mais vitorioso do planeta em suas três últimas participações na competição. Em 1998 e 2002, quem defendeu a Tunísia foi o zagueiro Clayton, revelado pelo Moto Clube. Já em 2006, o reforço foi o atacante Francileudo dos Santos, outra cria do futebol maranhense.


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Meninos prodígio e brasileiro: nova geração terá missão de salvar a Itália http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2017/11/15/meninos-prodigio-e-brasileiro-a-geracao-que-vai-tentar-resgatar-a-italia/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2017/11/15/meninos-prodigio-e-brasileiro-a-geracao-que-vai-tentar-resgatar-a-italia/#respond Wed, 15 Nov 2017 06:00:28 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=6715 Um grupo de garotos que mal chegou ao futebol profissional, mas já se acostumou a quebrar recordes, e, só para não perder o costume, mais reforço brasileiro. É sobre os ombros dessa geração que cairá a responsabilidade de tirar a seleção italiana da maior crise de sua história.

O vexame de não se classificar para uma Copa do Mundo pela primeira vez em 60 anos já começou a provocar mudanças radicais na Azzurra.

Logo após o empate sem gols com a Suécia, na última terça-feira, que decretou o fracasso italiano nas eliminatórias para o Mundial-2018, o goleiro Gianluigi Buffon, 39, o zagueiro Andrea Barzagli, 36, e o volante Daniele de Rossi, 34, anunciaram suas aposentadorias da seleção.

Além deles, o zagueiro Giorgio Chiellini, 33, colocou em dúvida sua permanência na equipe. Outros trintões do elenco italiano, como os meias Marco Parolo, 32, e Antonio Candreva, 30, também devem perder espaço nas próximas convocações.

Para o lugar desses veteranos, a Itália prepara uma geração que aprendeu desde cedo a lidar com os holofotes e que já começou a colocar seus nomes no livro dos recordes.

O nome mais conhecido dessa safra que tentará fazer com que a seleção tetracampeã mundial recupere o respeito dos seus adversários é Gianluigi Donnarumma.

Tratado pela imprensa italiana como fenômeno e apontado como “novo Buffon”, o goleiro virou titular do Milan com apenas 16 anos e debutou na seleção principal com 17 anos e 28 dias, mais cedo do que qualquer outro jogador de sua posição na história da Itália.

Com 18 anos, Donnarumma já era o reserva imediato de Buffon e é a escolha óbvia para assumir a camisa 1 da Azzurra no próximo compromisso da equipe, contra a Argentina, em março de 2018.

Já Moise Kean, 17, ainda não está na seleção, mas certamente faz parte do futuro da Itália. O atacante de origem marfinense, que pertence à Juventus e está emprestado ao Hellas Verona, chamou atenção na temporada passada ao se tornar o primeiro jogador nascido nos anos 2000 a estrear na Liga dos Campeões e também a balançar as redes em uma das cinco principais ligas nacionais da Europa.

Ainda mais precoce que Kean é o também atacante Pietro Pellegri, 16. O adolescente do Genoa é simplesmente o atleta mais jovem da história a debutar na primeira divisão italiana (15 anos, nove meses e seis dias) e também a marcar na competição (16 anos, seis meses e quatro dias).

A safra de meninos prodígio da Itália conta ainda com Patrick Cutrone, centroavante de 19 anos que é simplesmente o maior artilheiro das categorias de base do Milan em todos os tempos. Em sua primeira temporada como profissional, o garoto já balançou as redes cinco vezes e chegou a disputar algumas partidas como titular.

Um pouco mais velho do que os jogadores citados acima, o lateral esquerdo brasileiro Emerson Palmieri, 23, também integra os planos de renovação da Azzurra. Revelado pelo Santos, o jogador chegou à Bota em 2014 e atualmente defende a Roma.

Palmieri integrou a seleção italiana de jovens durante a gestão Ventura e participou de vários treinos ao lado dos seus prováveis futuros companheiros e só não estreou pela equipe principal devido a uma lesão de joelho.

É nessa geração, aliada a remanescentes do fracasso nas eliminatórias da Copa-2018, como Marco Verratti, Jorginho e Ciro Immobile, que a Itália aposta para recuperar no futuro o posto que sempre foi o seu: o de uma das seleções mais admiradas e temidas do futebol mundial.


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De “NBA do futebol” a vexame histórico: 7 razões para decadência da Itália http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2017/11/14/de-nba-do-futebol-a-vexame-historico-7-motivos-da-decadencia-da-italia/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2017/11/14/de-nba-do-futebol-a-vexame-historico-7-motivos-da-decadencia-da-italia/#respond Tue, 14 Nov 2017 06:30:06 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=6706 Entre os anos 1980 e o início da década de 1990, a Itália era sinônimo do melhor futebol do mundo. Os atletas mais talentosos do planeta eram aqueles que conseguiam uma vaguinha em um dos 16 ou 18 clubes da primeira divisão do Calcio.

O apelido “NBA do futebol” não era à toa. A Serie A italiana reunia gente do calibre de Maradona, Platini, Rijkaard, Gullit, Van Basten, Zico e Falcão, além dos locais Baresi, Scirea, Gentile, Paolo Rossi, Ancelotti, Maldini e Roberto Baggio.

A seleção acompanhava o sucesso da liga mais poderosa do planeta. Em 1982, a Itália conquistou o tri mundial. Oito anos depois, ficou com a terceira colocação. Já em 1994, alcançou mais uma final e perdeu o tetra nos pênaltis.

Essa história, nem tão antiga assim, até parece obra de ficção para quem vê o futebol italiano na atualidade. Em 2017, o país campeão das Copas de 1934, 1938, 1982 e 2006 não só não possui mais os clubes mais poderosos do planeta, como acaba de protagonizar o maior vexame dos seus últimos 60 anos.

Com o empate sem gols com a Suécia, na última terça-feira, em Milão, pela repescagem das eliminatórias da Copa-2018, a Itália ficará de fora de um Mundial pela primeira vez desde a ausência em 1958.

Listamos abaixo sete motivos que explicam esse fracasso, não só da equipe comandada por Gian Piero Ventura, mas do futebol italiano como um todo.

HAJA ESCÂNDALOS
Em 1980, Milan e Lazio foram rebaixadas para a segunda divisão devido a um escândalo de manipulação de resultados. Seis anos depois, um escândalo semelhante envolvendo nove times foi descoberto. Em 2006, foi a vez da Juventus ter títulos cassados e perder seu lugar na elite por participar de um esquema de escolha de árbitros favoráveis para suas partidas. E houve ainda prisões de atletas que fraudavam placares e os vendiam para apostadores em 2011, 2012, 2013… Nenhum futebol resiste a tantos escândalos, e a Itália é prova disso. O torcedor perdeu a confiança na idoneidade daquilo que via em campo, os patrocinadores fugiram, o dinheiro rareou e o Campeonato Italiano foi perdendo espaço para o Inglês e o Espanhol.

TALENTO VALE POUCO

O meia-atacante Lorenzo Insigne, do Napoli, talvez seja o jogador italiano mais habilidoso de sua geração. No entanto, passou toda a partida decisiva contra a Suécia sentadinho no banco de reservas. Culpa do técnico Gian Piero Ventura, é claro, mas principalmente do sistema que o colocou no cargo e moldou suas ideias. Em nenhum outro país do primeiro escalão do futebol mundial, o talento individual de um atleta é tão pouco valorizado. O que impera por lá é a ideia de que um jogador deve ser avaliado pela capacidade de cumprir a tarefa tática para qual foi designado. Vale lembrar que durante muito tempo a discussão por lá era se Totti e Del Piero poderiam jogar juntos na seleção.

OBSESSÃO PELA EXPERIÊNCIA
Um dos segredos do sucesso de Joachim Löw na Alemanha parte de uma ideia simples: se dois jogadores possuem níveis semelhantes, o mais jovem deve ser sempre escalado. Assim, a seleção germânica estará em um processo de constante renovação e seus atletas mais novos não estarão crus no momento em que forem utilizados. Pois bem, o que a Itália faz é justamente o contrário. A cultura predominante na Bota (ainda que técnicos da jovem geração estejam começando a mudar esse cenário) é que um atleta experiente é sempre melhor e mais confiável do que o jovem. A médio e longo prazo, essa dinâmica provoca o envelhecimento das equipes e mina a aparição de novos nomes. É por isso que, contra a Suécia, cinco dos 11 titulares italianos já estavam na casa dos 30 anos.

DECLÍNIO DA BASE
O trabalho feito nas categorias de base da Itália também não tem contribuído muito no processo de renovação da seleção. A Azzurra ainda é a maior campeã europeia da categoria sub-21, mas conquistou todos os seus cinco títulos continentais entre 1992 e 2004 e já vive um tabu de 13 anos sem novos troféus na base. Na última edição do torneio, disputada em junho, a Itália foi até as semifinais, mas acabou derrotada pela Espanha.

TÁTICA VIROU COMMODITY

A história de sucesso construída pelo futebol italiano ao longo da história se deve a vários fatores, mas um deles teve um papel especial: o domínio das táticas do jogo. Treinadores capazes de antever jogadas e anular os pontos fortes dos rivais e jogadores com uma leitura acima da média do que acontece em campo colocavam a Itália em vantagem contra seus adversários. Só que a globalização das ideias e a revolução provocada por Pep Guardiola na década passada, que tornou o jogo de futebol cada vez mais tático, minou essa vantagem. Agora, todo mundo entende daquilo que os italianos sempre foram mestres.

FALTA DE INTERCÂMBIO
Dos 27 jogadores que foram convocados para os confrontos da repescagem contra a Suécia, apenas cinco não atuam na Itália. Isso não seria um problema nos anos 1980 e 1990, quando os maiores astros do futebol mundial atuavam na Bota. Mas, em 2017, ter uma equipe cujo elenco está quase todo alocado dentro da própria Itália significa menos confrontos contra os melhores jogadores do planeta (Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar e cia.), o que tem como consequência uma menor evolução técnica e tática dos seus atletas.

TÉCNICO ERRADO
Apesar de todos os problemas relatados acima, a Itália tinha totais condições de se classificar para a Copa e até de fazer um bom papel na Rússia no próximo ano. Só que a escolha do treinador para o biênio 2016-2018 foi das mais equivocadas. Em um país que conta com Conte, Ancelotti, Sarri, Allegri, Capello, Mancini, Ranieri e vários outros técnicos de renome, entregar a seleção nas mãos de Gian Piero Ventura foi um erro vital. O veterano de 69 anos fez carreira como técnico de times pequenos, só ganhou títulos das Série C e D e ganhou projeção pelo trabalho de mediano para bom feito no Torino. Na seleção, Ventura mostrou ser um treinador limitado e preso aos maiores defeitos históricos da Itália (apresentados ao longo deste texto). Resultado: um vexame histórico que irá privar da Copa-2018 uma das camisas mais pesadas e vencedoras do futebol mundial.


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1º brasileiro campeão da Copa vestia azul e era filho de presidente da Lusa http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2017/11/14/1o-brasileiro-campeao-da-copa-vestia-azul-e-era-filho-de-presidente-da-lusa/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2017/11/14/1o-brasileiro-campeao-da-copa-vestia-azul-e-era-filho-de-presidente-da-lusa/#respond Tue, 14 Nov 2017 06:00:41 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=6689 A seleção brasileira só conquistou o primeiro dos cinco títulos mundiais de sua história em 1958, na Suécia. Só que 24 anos antes, um jogador nascido e criado em São Paulo teve a honra de levantar a Copa do Mundo.

Anfilogino Guarisi Marques, ou simplesmente Filó, foi o primeiro brasileiro a faturar o título mais importante do futebol mundial. O atacante foi um dos integrantes da “legião estrangeira” que ajudou a Itália a ganhar a Copa-1934.

Além do paulistano, a Azzurra utilizou naquela oportunidade atletas nascidos na França (Felice Borel), na Argentina (Attilio Demaría, Luis Monti, Raimundo Orsi e Enrique Guaita) e no atual território da Croácia (Mario Varglien).

Filó pôde vestir a tradicional camisa azul e assim se tornar campeão mundial graças à sua mãe, uma imigrante italiana que deixou a Europa para se radicar no Brasil. Mas foi seu pai quem o inseriu no mundo da bola.

O ponta direita era filho de Manuel Augusto Marques, o segundo presidente da história da Portuguesa de Desportos. Como não poderia ser diferente, foi no clube do Canindé que o futuro jogador da Itália começou a carreira.

Filó jogou por dois anos na Portuguesa antes de se transferir para o Paulistano, onde atuaria ao lado de Arthur Friedenreich, o primeiro grande craque do futebol brasileiro. Em 1929, transferiu-se para o Corinthians, seu último time antes de começar a trajetória que o levaria à Copa-1934.

O jogador poderia até disputado a competição quatro anos antes, em 1930, pela sua terra natal. Mas o boicote dos clubes paulistas à convocação impediu o ponta de participar da primeira edição do Mundial e fez com que sua história na seleção brasileira se resumisse a quatro partidas jogadas em 1925.

Um ano depois da Copa-1930, Filó recebeu um convite que parecia irrecusável: trocar o futebol brasileiro, que ainda dava seus primeiros passos rumo ao profissionalismo, pela poderosa Lazio, nada menos que o clube para o qual torcia o então primeiro-ministro da Itália, Benito Mussolini.

Filó fez tanto sucesso em Roma que acabou convocado para reforçar a seleção italiana no Mundial que o país recebeu em 1934. O brasileiro, chamado pelo sobrenome Guarisi por lá, participou de apenas uma partida, a goleada por 7 a 1 sobre os EUA.

Mas mesmo que não tivesse pisado em campo, a simples convocação para jogar pela Itália na Copa-1934 já lhe renderia um posto histórico: o de primeiro jogador brasileiro a conquistar um título mundial de futebol.

O atacante permaneceu na Lazio até 1937, quando aceitou uma proposta para retornar ao Corinthians. Depois, ainda foi para o arquirrival Palestra Itália (hoje Palmeiras), onde pendurou as chuteiras, em 1940.

Filó viveu até os 68 anos e viu o Brasil conquistar seus três primeiros títulos mundiais (1958, 1962 e 1970). Ele morreu em 8 de junho de 1974, cinco dias antes da Copa na Alemanha.


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Ao longo da última década, pelo menos 15 atletas nascidos no exterior apareceram em convocações da equipe tetracampeã mundial (1934, 1938, 1982 e 2006).

Dois deles (o volante Jorginho, do Napoli, e o atacante Éder, da Inter de Milão)  fazem parte da convocação para o confronto contra a Suécia, nesta sexta-feira e na próxima segunda, pela repescagem das eliminatórias europeias, que definirá a presença ou a ausência italiana na Copa-2018.

Apesar de serem descendentes de italianos, ambos nasceram em Santa Catarina. O primeiro até chegou a conversar com integrantes da comissão técnica da seleção brasileira antes de aparecer na lista da Itália para a Data Fifa de novembro. Já o segundo defende a terra dos seus antepassados desde 2015 e acumula 25 partidas com a tradicional camisa azul.

Os brasileiros, como Jorginho e Éder, são maioria na lista de estrangeiros captados pela Itália desde 2007. Além dos dois jogadores já citados, outros cinco atletas nascidos no país pentacampeão mundial foram chamados pelos treinadores da Azzurra: o zagueiro Fabiano Santacroce, o lateral esquerdo Emerson Palmieri, os volantes Thiago Motta e Rômulo e o atacante Amauri.

A invasão brasileira na seleção italiana é reflexo do alto número de famílias originárias da Itália que vivem no Brasil, o que facilita (e muito) o processo de obtenção de uma nova cidadania a seus descendentes, e também a longa tradição de jogadores brasileiros atuando no Calcio.

Além dos brasileiros, atletas nascidos em pelo menos outros três países foram incorporados à Azzurra nesta última década: os argentinos Franco Vázquez, Gabriel Paletta, Ezequiel Schelotto, Pablo Daniel Osvaldo e Cristian Ledesma, o norte-americano Giuseppe Rossi e os alemães Nicola Sansone e Roberto Soriano.

A utilização de jogadores vindos do exterior não chega a ser uma novidade para a Itália. A seleção sempre se aproveitou do fato de ter colônias espalhadas por boa parte do mundo para reforçar sua equipe. O time campeão da Copa-1934, por exemplo, tinha atleta francês, argentino e até brasileiro (Anfilogino Guarisi, o Filó).

Esse processo voltou a se intensificar nos últimos anos, justamente quando o futebol italiano entrou em uma das piores fases de toda sua história.

Desde que conquistou seu último título mundial, em 2006, a Azzurra vem acumulando resultados bem aquém da sua tradição. Nas duas últimas Copas, em 2010 e 2014, não conseguiu passar da fase de grupos e venceu só um dos seis jogos que disputou.

Para piorar, não conseguiu a classificação direta para a Rússia-2018 e é a única das oito seleções que já faturaram a competição que terá de disputar a repescagem para não ficar fora da maior festa do futebol mundial.


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“Rei do Passe”: conheça o meia que Tite está prestes a perder para a Itália http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2017/11/08/meia-que-a-selecao-esta-a-2-dias-de-perder-para-a-italia-e-o-rei-do-passe/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2017/11/08/meia-que-a-selecao-esta-a-2-dias-de-perder-para-a-italia-e-o-rei-do-passe/#respond Wed, 08 Nov 2017 06:00:37 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=6635 Na próxima sexta-feira, o técnico Tite pode perder uma importante opção para o meio-campo da seleção brasileira visando a Copa-2018 e também para o pós-Mundial da Rússia.

Se entrar em campo contra a Suécia, pela repescagem das eliminatórias, e assim disputar sua primeira partida oficial com a camisa da Itália, o catarinense Jorginho não poderá mais defender o país onde nasceu.

Mas, afinal, quem é esse jogador de 25 anos que que pode escolher entre duas das seleções mais vitoriosas da história do futebol mundial? E o que ele tem de tão de especial?

O meia do Napoli é simplesmente o “rei do passe” do futebol europeu na atualidade. De acordo com o “Who Scored?”, site especializado em estatísticas, nenhum jogador que atua no primeiro escalão do Velho Continente distribuiu tantos passes quando o ítalo-brasileiro.

Na atual temporada, Jorginho ostenta uma média de 111 passes por partida. O segundo colocado, Marco Verratti, do Paris Saint-Germain e agora seu companheiro na seleção italiana, tem 108,5 passes por jogo.

Dentre os convocados de Tite para defender o Brasil, quem mais faz a bola rodar é Fernandinho, do Manchester City, o sétimo no ranking, com média de 84,8 passes a cada 90 minutos.

Para se ter uma ideia do que significa ser o “rei do passe” da Europa é legal olhar para os antigos detentores do posto. Os espanhóis Xavi (ex-Barcelona) e Xabi Alonso (ex-Real Madrid, Liverpool e Bayern de Munique) já ocuparam o lugar que pertence a Jorginho.

O camisa 8 do Napoli também chama a atenção pelo aproveitamento dos passes. Ele consegue completar 92,3% dos toques para os seus companheiros, o sexto melhor desempenho de todo o Campeonato Italiano e o terceiro entre os meio-campistas.

Ou seja, Jorginho toca muito na bola e quase sempre dá prosseguimento às jogadas. Essas características fazem dele o motorzinho do líder do Campeonato Italiano, o cara que permite que o Napoli mantenha a posse de bola e envolva seus adversários com um jogo de passes curtos e precisos.

Natural de Imbituba (a 90 km de Florianópolis) e descendente de italianos, o meia se mudou para a terra dos seus ancestrais ainda na adolescência e nunca defendeu nenhum clube brasileiro.

Jorginho começou a chamar a atenção em 2013, quando estreou na primeira divisão pelo Hellas Verona. No fim do ano, acabou contratado pelo Napoli por 9,5 milhões de euros (R$ 36,2 milhões).

Com passagem pelas equipes de base da Itália, Jorginho chegou à seleção principal no primeiro semestre do ano passado e participou de amistosos contra Espanha e Escócia. Mas não foi mais convocado, o que abriu a possibilidade de migrar para o Brasil.

Durante a última convocação do Brasil, feita no fim do mês passado, o coordenador de seleções da CBF, Edu Gaspar, admitiu que Tite estava observando o meia e revelou que conversou com o jogador do Napoli sobre a possibilidade de uma chamada futura.

Mas Giampiero Ventura chegou antes. No sábado, o técnico da Itália chamou Jorginho para os jogos decisivos contra a Suécia e irá selar o destino do “rei do passe” caso coloque-o em campo na próxima sexta ou na segunda-feira (13).


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Drama argentino: saiba quando seleções campeãs mundiais não foram à Copa http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2017/10/09/drama-argentino-saiba-quando-selecoes-campeas-mundiais-nao-foram-a-copa/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2017/10/09/drama-argentino-saiba-quando-selecoes-campeas-mundiais-nao-foram-a-copa/#respond Mon, 09 Oct 2017 07:00:06 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=6356 A Argentina vive um drama. Caso não derrote o Equador, fora de casa, na última rodada das eliminatórias sul-americanas, o time de Messi, Dybala e Mascherano corre risco de ficar fora da Copa-2018.

Mas mesmo que vença o confronto em Quito, a seleção bicampeã mundial só estará garantida na repescagem contra a Nova Zelândia. Para selar a vaga direta, é preciso que outros resultados aconteçam: que o Chile não bata o Brasil, que Peru e Colômbia empatem ou que os peruanos derrotem os colombianos por uma diferença de gols menor que o triunfo argentino.

Mas a situação que tira o sono do torcedor argentino não é inédita. Com exceção do Brasil, todas as outras seleções do planeta, mesmo as mais tradicionais e poderosas, já ficaram fora de alguma edição da Copa do Mundo.

Relembre abaixo quando foi a última vez que cada uma das equipes campeãs mundiais não participou da principal competição de futebol do planeta.

ALEMANHA
Títulos:
4 (1954, 1974, 1990 e 2014)
Participações:
18
Última ausência:
1950

Além do Brasil, a Alemanha é a única seleção do planeta que conquistou a classificação para a Copa do Mundo em todas as eliminatórias que participou. Suas duas únicas ausências na competição não foram em razão de fracassos dentro de campo. Em 1930, os germânicos simplesmente não quiseram cruzar o Oceano Atlântico para disputar a primeira edição do torneio, no Uruguai. Já em 1950, foram impedidos pela Fifa de se inscreverem nas eliminatórias devido à Segunda Guerra Mundial.

ITÁLIA
Títulos:
4 (1934, 1938, 1982 e 2006)
Participações:
18
Última ausência:
1958

Assim como a Alemanha, a Itália também só ficou fora de duas das 20 Copas do Mundo já disputadas. A Azzurra foi outra seleção que não quis ir à América do Sul para a edição inaugural do torneio. Já em 1958, a vaga foi perdida em campo. Os italianos, já bicampeões mundiais naquela época, foram superados pela Irlanda do Norte em um grupo de três times que classificava apenas um –Portugal foi o lanterna da chave.

ARGENTINA
Títulos:
2 (1978 e 1986)
Participações:
16
Última ausência:
1970

Dos quatro Mundiais que a Argentina não participou, apenas em um deles a vaga foi perdida nas eliminatórias. Em 1970, a futura seleção de Maradona e Messi fez uma campanha digna de pena. Os argentinos venceram apenas um dos quatro jogos que disputaram e terminaram na lanterna de um grupo que contava também com Peru (classificado para a Copa do México) e Bolívia.

URUGUAI
Títulos:
2 (1930 e 1950)
Participações:
12
Última ausência:
2006

Antes de chegar às semifinais da Copa-2010 e retomar pelo menos um pouco da sua tradição de sucesso no futebol internacional, o Uruguai vivia uma draga e ficou fora de três dos quatro Mundiais disputados entre 1994 e 2006. Nas eliminatórias para a Copa da Alemanha, seu último fracasso, a equipe dos Diegos Forlán e Lugano foi a quinta colocada da Conmebol e teve de disputar a repescagem. Mas, no confronto direto com a Austrália, campeã do qualificatório da Oceania, o Uruguai se deu mal e acabou derrotado nos pênaltis.

INGLATERRA
Títulos:
1 (1966)
Participações:
14
Última ausência:
1994

Semifinalista da Copa-1990, a Inglaterra conseguiu a proeza de não se classificar para o Mundial seguinte. O time, que contava com David Platt, Ian Wright, Paul Ince e Paul Gascoigne, ficou na terceira posição em uma chave que tinha Polônia, Turquia, Holanda, Noruega e San Marino. As duas vagas distribuídas pelo grupo foram para as mãos de noruegueses e holandeses.

FRANÇA
Títulos:
1 (1998)
Participações:
14
Última ausência:
1994

O fracasso francês nas eliminatórias para a Copa dos EUA é lembrado até hoje. O time de Éric Cantona, um dos grandes astros do Manchester United, chegou à reta final do qualificatório em situação bastante tranquila. Líder da chave, a França jogava em casa nas duas últimas rodadas e só precisava de dois pontos para selar a classificação. Só que aí começou seu pesadelo. Primeiro, perdeu de virada por 3 a 2 para Israel, lanterna de chave, com direito a gol sofrido no último minuto. A situação se repetiu contra a Bulgária: derrota de virada por 2 a 1. E o gol da eliminação saindo já nos acréscimos.

ESPANHA
Títulos:
1 (2010)
Participações:
14
Última ausência:
1974

Os espanhóis não foram para a Copa do Mundo de 1974 por um mero detalhe do regulamento das eliminatórias, que previa apenas o saldo de gols como critério para o desempate entre duas ou mais seleções. A Fúria terminou o Grupo 7 do qualificatório da Uefa empatado em pontos e saldo de gols com a Iugoslávia e, apesar de ter balançado as redes mais vezes que o rival, precisou disputar um jogo de desempate em campo neutro. No dia 13 de fevereiro de 1974, os espanhóis foram derrotados pelos iugoslavos por 1 a 0 e tiveram de ver o Mundial pela TV.


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Por onde andam os jogadores da Itália que fez o Brasil chorar na Copa-1982? http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2017/05/18/por-onde-andam-os-jogadores-da-italia-que-fez-o-brasil-chorar-na-copa-1982/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2017/05/18/por-onde-andam-os-jogadores-da-italia-que-fez-o-brasil-chorar-na-copa-1982/#respond Thu, 18 May 2017 07:30:10 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=5055 Não é à toa que a eliminação brasileira na Copa do Mundo-1982 entrou para a história com o nome de “Tragédia do Sarriá”.

A derrota por 3 a 2 para a Itália, no dia 5 de julho, no estádio Sarriá, em Barcelona, foi o fim da linha de uma seleção repleta de craques, como Falcão, Sócrates, Zico e Júnior, e que praticava um dos futebóis mais bonitos da história dos Mundiais.

O resultado classificou a seleção europeia para as semifinais e a alavancou rumo à conquista do tri, seis dias depois, com uma vitória por 3 a 1 sobre a Alemanha Ocidental.

Trinta e cinco anos depois de fazerem o Brasil chorar, como está a vida dos jogadores que impuseram à amarelinha uma das derrotas mais doloridas de toda sua existência? É isso que mostramos logo abaixo:

POR ONDE ANDA – ITÁLIA (1982)?

Dino Zoff (75 anos) – Jogador mais velho a conquistar uma Copa do Mundo, o capitão italiano já era um quarentão em 1982. O ex-goleiro foi um treinador importante no Calcio durante a década de 1990 e chegou a dirigir a seleção italiana entre 1998 e 2000. Seu trabalho de maior sucesso foi com a Juventus, onde conquistou os títulos da Copa Itália e da Copa da Uefa em 1990. Zoff está aposentado dos bancos de reservas há mais de dez anos.

Claudio Gentile (63 anos) – O implacável marcador de Zico e Maradona na Copa-1982 foi assistente de Dino Zoff na seleção italiana principal, dirigiu a equipe sub-21 entre 2000 e 2006 e foi medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004. Em 2014, chegou a ser anunciado como treinador do Sion, da Suíça. No entanto, jamais exerceu o cargo.

Gaetano Scirea (in memoriam) – Um dos melhores defensores de todos os tempos, o líbero morreu em 1989, um ano depois de pendurar as chuteiras. Scirea fazia parte da comissão técnica da Juventus, clube que defendeu durante a maior parte da carreira, e estava a trabalho na Polônia quando sofreu o acidente de carro que encerrou sua vida.

Fulvio Collovati (60 anos) – O ex-zagueiro de Milan, Inter de Milão e Roma ainda vive do futebol, mas agora fora de campo. Collovati é comentarista da RAI, a rede de televisão pública italiana. O ex-jogador também faz parte da administração do Pro Patria, um pequeno clube que disputa a quarta divisão do Calcio.

Antonio Cabrini (59 anos) – O lateral esquerdo que disputou quase 300 partidas pela Juventus já tentou de tudo desde a aposentadoria, em 1991. Cabrini participou de reality shows e até tentou carreira na política. Desde 2000, trabalha como técnico. Apesar de nunca ter tido muito sucesso em equipes masculinas, foi escolhido em 2012 para dirigir a seleção italiana feminina, onde está até hoje.

Bruno Conti (62 anos) – Assim como fez durante o período em que jogou futebol profissionalmente, o meia campeão mundial de 1982 continua dedicando sua carreira à Roma. Conti já passou por várias funções na equipe da capital italiana (treinador da base, diretor-técnico e até interino da equipe principal). Hoje, é o homem responsável pelas gestão das categorias de base do clube.

Marco Tardelli (62 anos) – O ex-meia da Juve tem uma carreira bastante longa como treinador, ainda que jamais tenha obtido grandes resultados. Tardelli já dirigiu as seleções sub-16 e sub-21 da Itália, comandou a Inter de Milão e até o Egito. Seu trabalho mais recente foi como assistente técnico de Giovanni Trapattoni na seleção da Irlanda entre 2008 e 2013.

Giancarlo Antognoni (63 anos) – Cérebro da Itália na conquista do tricampeonato mundial, o ex-meia continua ligado à Fiorentina, clube que defendeu durante 15 anos e que o tem como um dos maiores ídolos de sua história. Antognoni atualmente é o vice-presidente do time de Florença e trabalha diretamente com as contratações de jogadores.

Gabriele Oriali (64 anos) – O ex-meia chegou a ser condenado a seis meses de prisão, em 2006, por ter participado de um esquema de falsificação de passaporte do uruguaio Álvaro Recoba quando era dirigente da Inter de Milão, no começo dos anos 2000. Livre da pena, Oriali é auxiliar da seleção italiana desde 2014 e braço direito do técnico Giampiero Ventura.

Francesco Graziani (64 anos) – O ex-atacante até já trabalhou como comentarista, mas sua especialidade desde que se aposentou, em 1988, é comandar times pequenos. Graziani começou a carreira como técnico na Fiorentina, mas depois só pegou clubes menores. O trabalho de maior sucesso foi à frente do Cervia, uma equipe amadora que ele conduziu para a quarta divisão em 2005.

Paolo Rossi (60 anos) – Autor de três gols no confronto com o Brasil, o artilheiro e melhor jogador da Copa-1982 optou por não seguir uma carreira formal no futebol depois da aposentadoria. Paolo Rossi até fez alguns frilas como comentarista na Itália, mas ganha a vida como proprietário de um hotel na Toscana. O ex-atacante também é embaixador das Nações Unidas e participou da sétima temporada da versão italiana da “Dança dos Famosos”.

Giuseppe Bergomi (53 anos) – Reserva no confronto com o Brasil, precisou ir a campo ainda no primeiro tempo devido a uma contusão sofrida por Collovati. Um dos grandes nomes da história da Inter de Milão, o ex-zagueiro chegou a trabalhar como treinador de categorias de base. No entanto, sua função mais conhecida é a de comentarista da Sky Sports Italia.

Gianpiero Marini (66 anos) – Outro reserva utilizado na partida contra o Brasil, o ex-meia estreou como técnico na Inter de Milão, em 1993, e conquistou logo de cara a Copa da Uefa. No entanto, esse foi o grande momento de sua carreira no banco de reservas. Depois, treinou Como, Cremonese e seleção B da Itália.

Enzo Bearzot (in memoriam) – Recordista de partidas à frente da seleção italiana, dirigiu a Azzurra 104 vezes entre 1975 e 1986, quando decidiu se aposentar do futebol. Morreu aos 83 anos, em 21 de dezembro de 2010, justamente 42 anos depois da morte de Vittorio Pozzo, o treinador dos dois primeiros títulos mundiais da Itália.


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