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Rafael Reis

Fim de linha? Messi ainda pode voltar a ser o melhor jogador do mundo

Rafael Reis

25/08/2018 04h00

Lionel Messi não entrou na lista dos três finalistas do prêmio de melhor jogador da Uefa na temporada passada. O argentino também dificilmente será um dos indicados ao The Best, troféu concedido pela Fifa ao maior craque do planeta.

Caso essa projeção realmente se concretize, será a primeira vez desde 2006 que o craque do Barcelona não figurará entre os três melhores jogadores do mundo na eleição da entidade.

Some-se a isso uma participação desastrosa (e apática) na Copa-2018, e a dúvida surge quase que naturalmente: será que, aos 31 anos, Messi ainda pode voltar ao topo e ganhar pela sexta vez na carreira o prêmio de "jogador número 1" do mundo?

A parte física não ajuda. O argentino ainda é craque, mas não é (e nunca mais será) aquele atleta capaz de fazer 70, 80, 90 gols em uma única temporada.

Messi é quatro anos mais velho que Eden Hazard, cinco que Neymar, seis que Paul Pogba e Romelu Lukaku. E tem incríveis 11 anos de diferença para o fenômeno francês Kylian Mbappé.

Daqueles jogadores que normalmente são colocados na primeira prateleira do futebol mundial, só mesmo seu tradicional arquirrival, Cristiano Ronaldo, é mais velho. Afinal, o português já festejou seu 33º adversário.

Mas esse declínio físico não significa que a genialidade de Messi tenha se dissipado e, muito menos, que ele esteja acabado, como alguns tiveram a falta de juízo de dizer diante das atuações bem abaixo da média na Rússia-2018.

Mesmo já veterano, o camisa 10 do Barcelona foi o maior artilheiro das ligas nacionais da Europa na temporada passada, com 34 gols, e começou esta edição do Campeonato Espanhol em alto estilo, marcando duas vezes na vitória por 3 a 0 sobre o Alavés, no fim de semana passado.

Na verdade, do que Messi mais precisa para voltar a ganhar um prêmio de melhor do mundo nem é do seu brilho individual, mas sim de uma temporada de sucesso incontestável do seu clube.

Desde a conquista da Champions de 2015, justamente o ano da última vitória do argentino na eleição da Fifa, o Barça vem fazendo feio no principal torneio interclubes do planeta. São três eliminações consecutivas nas quartas de final, para Atlético de Madri, Juventus e Roma.

Além disso, o time espanhol perdeu Xavi e Iniesta, os arquitetos do seu jogo coletivo, deixou ir embora Daniel Alves e Neymar, dois responsáveis pelos ataques agudos pelo lado de campo, e viu Luis Suárez perder rendimento.

Com exceção de Philippe Coutinho, nenhuma das peças contratadas para substituir essas perdas conseguiu mostrar a que veio. Com isso, o Barcelona ficou mais e mais dependente de Messi.

Mas, por mais gênio que seja, o argentino não vai conseguir ganhar uma Champions sozinho. E, sem ajuda dos seus companheiros, também não voltará a ser eleito o melhor jogador do mundo.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.