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Rafael Reis

Além de Jorge Jesus: 7 técnicos portugueses que você precisa conhecer

Rafael Reis

01/10/2019 04h00

O sucesso instantâneo de Jorge Jesus no comando do Flamengo fez o torcedor brasileiro abrir os olhos para uma constatação já bastante popular na Europa: a escola portuguesa de treinadores, uma das melhores do planeta na atualidade.

O que não falta no Velho Continente são treinadores compatriotas de Cristiano Ronaldo trabalhando nos principais campeonatos nacionais e à frente de equipes de história e orçamentos poderosos.

Por isso, o "Blog do Rafael Reis" apresenta abaixo sete técnicos portugueses, além de Jorge Jesus, que você precisa conhecer.

E, acredite, essa lista poderia ser bem maior. Afinal, não estão nela os atuais comandantes dos três maiores clubes da antiga metrópole brasileira, Benfica, Porto e Sporting.

JOSÉ MOURINHO
56 anos
Sem clube

Crédito: Michael Regan/Getty Images

O maior técnico português de sua geração é também um dos treinadores mais importantes e influentes do futebol mundial neste século. Ex-auxiliar do Barcelona, o Special One despontou no comando do Porto e conquistou a Liga dos Campeões de 2004. Depois, colocou o Chelsea na prateleira de cima da Europa, voltou a ganhar a Champions – em 2010 – com a Inter de Milão, construiu uma sadia rivalidade com Pep Guardiola durante a passagem pelo Real Madrid e naufragou no Manchester United, seu trabalho mais recente, encerrado em dezembro. Apesar do momento de baixa na carreira, ainda é reconhecido como um especialista nos "jogos mentais" e como um mestre na arte de montar retrancas.

FERNANDO SANTOS
64 anos
Seleção portuguesa

Crédito: Maja Hitij/Getty Images

Assim como Mourinho, é adepto de um futebol mais preocupado em armar defesas bem montadas do que em desenvolver estratégias ofensivas. Foi com quem esse espírito para lá de conservador que Fernando Santos levou a seleção portuguesa aos dois primeiros títulos de sua história. À frente da equipe de Cristiano Ronaldo há cinco anos, ele ganhou a Eurocopa de 2016 e a Liga das Nações da Europa de 2019. Antes de comandar a seleção, Fernando Santos havia tido como principal trabalho as quatro temporadas em que dirigiu a Grécia. No futebol de clubes, ele passou pelos três grandes de Portugal, mas faturou só um título nacional.

LEONARDO JARDIM
45 anos
Monaco (FRA)

Crédito: Eric Gaillard/Reuters

Apesar de estar longe de viver seus melhores dias e de ocupar a parte de baixo da classificação do Campeonato Francês nesta temporada, o treinador do Monaco conseguiu levar a equipe do principado até as semifinais da Liga dos Campeões, três temporadas atrás, e revelou (ou ajudar a revelar) ótimos valores individuais, como Kylian Mbappé e Bernardo Silva. Ao contrário de Mourinho e Fernando Santos, Jardim é adepto de um futebol mais ofensivo, com mesclas entre posse de bola e rápidas transições da defesa para o ataque. Antes do Monaco, ele teve uma rápida passagem pelo Sporting e foi campeão grego pelo Olympiacos.

PAULO FONSECA
46 anos
Roma (ITA)

Crédito: AFP

O treinador que assumiu o comando do time italiano nesta temporada com a missão de reconduzir a equipe à classificação para a Liga dos Campeões é uma figuraça. A maior prova disso é que já apareceu para uma entrevista coletiva vestido de Zorro para cumprir uma promessa na época que dirigia o Shakhtar Donetsk. Os três anos que viveu na Ucrânia conquistando todos os títulos nacionais são a maior credencial do seu trabalho, que também inclui passagens por Porto, Braga e times pequenos de Portugal. Apesar de ex-zagueiro, Paulo Fonseca também é mais chegado em um futebol ofensivo do que nas retrancas.

ANDRÉ VILLAS-BOAS
41 anos
Olympique de Marselha (FRA)

Crédito: Dmitry Lovetsky/AP

Fenômeno da precocidade, assumiu o comando do Porto quando tinha apenas 32 anos, foi campeão português aos 33 e trabalhou no Chelsea e no Tottenham antes do 35º aniversário. Mas, inexperiente demais para lidar com os desafios técnicos e de vestiário no futebol inglês, foi mal na Premier League e nunca mais voltou a figurar em clubes do primeiro escalão europeu. Depois de passar pelo Zenit, de se envolver em alguns rumores de que poderia trabalhar no Brasil, de encarar a China e até de se aventurar em corridas de rali, Villas-Boas assumiu nesta temporada o Olympique de Marselha com o desafio de recuperar sua carreira e voltar a ser um treinador admirado em todo o planeta.

NUNO ESPÍRITO SANTO
45 anos
Wolverhampton (ING)

Crédito: Francois Lenoir/Reuters

Oficialmente, o ex-goleiro dirige uma equipe inglesa desde 2017. Mas, na prática, Nuno Espírito Santos tem em mãos um time quase português. Afinal, conta com nada menos que seis compatriotas no elenco do Wolverhampton. Essa legião lusa tem feito bonito no campeonato nacional mais rico do planeta. Na temporada passada, os Wolves terminaram a Premier League na sétima posição, só atrás dos seis grandes da Inglaterra. Antes de chegar ao clube laranja, Nuno havia trabalhado no Rio Ave, no Valencia e no Porto. Mas, apesar do bom início de carreira como técnico, ele até agora só ganhou um título: a segundona inglesa de 2018.

MARCO SILVA
42 anos
Everton (ING)

Crédito: Getty Images

Assim como André Villas-Boas, também teve um início precoce na carreira de técnico. Marco Silva estreou na nova função logo depois de se aposentar como lateral direito, aos 34 anos, e foi campeão da segundona portuguesa, com o Estoril, logo em sua temporada de estreia no banco de reservas. O Everton é o terceiro clube inglês diferente que ele dirige. Antes, o luso passou por Hull City e Watford. Na equipe de Liverpool, seu trabalho não é dos melhores. Até por isso, vem sendo cobrado pela torcida, que quer uma reação imediata ou… rua.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.