Topo

Rafael Reis

Por onde andam os jogadores do Boca de 2001, último bi da Libertadores?

Rafael Reis

14/11/2019 04h20

No sábado da próxima semana (23), o River Plate enfrenta o Flamengo na decisão da Libertadores em busca de um feito histórico. Há 18 anos, nenhum time consegue emendar duas conquistas consecutivas do torneio continental.

Curiosamente, o último time a se sagrar bicampeão sul-americano de fato foi justamente seu arquirrival, o Boca Juniors, comandado por Carlos Bianchi, que levantou o troféu em 2000 e repetiu a dose em 2001.

Os dois títulos foram conquistados só na disputa de pênaltis. O primeiro, sobre o Palmeiras. Já o segundo, em uma disputa com o Cruz Azul, primeira equipe mexicana a alcançar a final da Libertadores.

Mas, o que será que estão fazendo da vida os jogadores do Boca que se sagraram bicampeões da Libertadores em 2001? O "Blog do Rafael Reis" saiu em busca dos paradeiros deles. O resultado dessa pesquisa pode ser conferido logo abaixo.

POR ONDE ANDA – BOCA JUNIORS DE 2001?

Crédito: Reprodução

Óscar Córdoba (49 anos) – Um dos heróis da conquista do Boca, o colombiano foi eleito o melhor goleiro da Libertadores-2001 e é tratado como ídolo até hoje em La Bombonera. Córdoba vestiu a camisa do clube argentino durante quatro temporadas e conquistou seis títulos por lá. Celebridade em toda a América Latina, o ex-arqueiro acabou de lançar um livro autobiográfico e atualmente faz parte do elenco da segunda edição para famosos da versão colombiana do reality show "Masterchef".

Hugo Ibarra (45 anos) – Um dos laterais direitos mais importantes da história do Boca, teve três passagens pelo clube e disputou mais de 200 partidas oficiais pela equipe de Buenos Aires. "Fora de casa", defendeu Porto, Monaco, Espanyol e teve 11 apresentações pela seleção argentina, mas nunca conseguiu brilhar. Aposentado desde 2010, trabalha nas categorias de base do Boca.

Jorge Bermúdez (48 anos) – Zagueiro com cara de mau e um gosto nada refinado pelas canelas adversárias, o líder da defesa do Boca continua sendo uma voz ativa na Bombonera. Recentemente, o agora técnico (desempregado desde uma passagem relâmpago pelo Atlético Huila, em 2017) e jornalista esportivo usou suas redes sociais para detonar o trabalho da atual diretoria do clube argentino. As declarações repercutiram pesado porque as eleições presidenciais do Boca serão realizadas no próximo mês.

Aníbal Matellán (42 anos) – Companheiro de zaga de Bermúdez, aproveitou a conquista da Libertadores para se transferir ao futebol europeu e atuou na Alemanha (Schalke 04) e na Espanha (Getafe). Matellán foi um dos poucos jogadores do elenco do Boca que nunca serviram à seleção. No começo deste ano, ele retornou ao clube para trabalhar em um cargo diretivo.

Clemente Rodríguez (38 anos) – Único dos titulares da campanha do bicampeonato sul-americano que continua em atividade, o lateral esquerdo, que ganhou oito títulos pelo Boca e teve uma passagem apagada pelo São Paulo no começo desta década, atualmente joga na segunda divisão argentina. Clemente Rodríguez se transferiu em agosto para o Barracas Central, time de Buenos Aires que tenta evitar um retorno à Terceirona.

Mauricio Serna (51 anos) – O volante de 1,69 m era um carrapato que normalmente atuava na marcação do craque do time adversário. E, com esse estilo aguerrido, disputou duas Copas do Mundo pela seleção colombiana e ganhou duas edições da Libertadores com o Boca. No ano passado, Serna foi indiciado pela Justiça da Colômbia por ligação com o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Javier Villarreal (40 anos) – Apesar de ter ganho duas Libertadores com o Boca, o meio-campista teve uma carreira razoavelmente discreta. Fora da Argentina, teve passagens de pouco destaque por Espanha (Córdoba) e Suíça (Grasshoppers). Além disso, foi campeão paraguaio pelo Libertad e defendeu o Cerro Porteño. É no Paraguai também que Villarreal vem dando seus primeiros passos como treinador, trabalhando em clubes menores e na base de times um pouco mais estruturados.

Walter Gaitán (42 anos) – Destaque do Boca em 2001, Gaitán se transformou em ídolo quando se transferiu para o México, no ano seguinte. Durante cinco temporadas, ele foi o principal jogador do Tigres, clube pelo qual ganhou dois títulos nacionais e onde recebeu o apelido de "Divino". Gaitán chegou a ser cogitado para defender a seleção mexicana na Copa do Mundo-2006, mas recusou o convite. O ex-jogador, no entanto, ainda mora no país que o acolheu e faz parte da comissão técnica de um clube da terceira divisão, o Bravos de Nuevo Laredo.

Juan Román Riquelme (41 anos) – Principal jogador do Boca neste século, o camisa 10 ganhou três edições da Libertadores ao longo de três passagens pela Bombonera. Riquelme jogou profissionalmente até o começo de 2015, mas só em dezembro fará seu jogo de despedida do futebol (e também da camisa azul e amarela). Nos últimos dias, o ex-meia tem deixado claro sua intenção de entrar para a vida política do Boca. Ele admite até mesmo a chance de se candidatar à presidência já na eleição deste ano.

Cristian Traverso (47 anos) – Lateral esquerdo que muitas vezes era escalado na linha dos meio-campistas, Traverso teve duas passagens pelo Boca e se aposentou jogando pelo clube, em 2005. Ainda hoje, é figurinha carimbada nos programas jornalísticos argentinos quando a equipe de Bombonera é assunto. Recentemente, deu duas declarações polêmicas. Em agosto, afirmou que alguns árbitros eram "aliados" do Boca durante sua época de jogador. Já neste mês, posicionou-se contrário à ideia de ver Riquelme na presidência do clube.

Marcelo Delgado (46 anos) – Atacante mais importante do Boca na campanha de 2001, "Chelo" disputou os Jogos Olímpicos-1996 e a Copa do Mundo-1998 com a seleção argentina. Delgado também jogou no Racing, no Belgrano, no Rosario Central, no México e no Equador. Após a aposentadoria, ele até tentou se lançar na carreira de treinador, mas ela não vingou. Um dos seus sobrinhos, Lucas, é jogador profissional e atua na Bolívia.

Christian Gimenez (38 anos) – Único reserva utilizado por Bianchi na decisão contra o Cruz Azul, Gimenez passou a maior parte da carreira atuando no futebol mexicano. O ex-atacante deixou a Argentina em 2004 para jogar no Veracruz e nunca mais voltou. Durante 14 temporadas, foi um dos estrangeiros mais badalados do México. Gimenez se aposentou no ano passado. Recentemente, foi cotado para assumir o cargo de diretor esportivo do Cruz Azul a partir de 2020.

Carlos Bianchi (70 anos) – Uma espécie de entidade do futebol sul-americano, venceu três Libertadores com o Boca e uma com o Vélez Sarsfield. Totalmente identificado com o clube, teve três passagens como treinador e uma como diretor esportivo na Bombonera. Curiosamente, não conseguiu brilhar em nenhuma das tentativas de emplacar na Europa. Bianchi foi mal no Nice (França), na Roma (Itália) e também no Atlético de Madri (Espanha). O veterano está aposentado desde 2014, quando trabalhou pela última vez… no Boca, é claro.


Mais de Cidadãos do Mundo

De Bruyne e espanhol são os garçons da Europa; veja top 10 em assistências
Astro de R$ 580 mi vira garoto-propaganda de eleição da namorada na escola
Lewa quebra recorde e lidera Chuteira de Ouro; Messi entra em perseguição
"Triste", Cavani tem chance depois de 70 dias em meio a calvário no PSG

Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.