Topo

Rafael Reis

Brasileiro fecha temporada como artilheiro da Europa, mas não deve ter taça

Rafael Reis

13/11/2018 04h20

O atacante brasileiro Liliu, do Nömme Kalju, encerrou sua participação em 2018/19 da Chuteira de Ouro como líder do prêmio concedido ao maior goleador dos campeonatos nacionais da Europa na temporada. Mas isso não significa que ele levará para casa o troféu mais importante de sua carreira.

O centroavante natural de Bauru (SP) terá de esperar o encerramento das principais ligas do Velho Continente, que só terminam no fim do primeiro semestre do próximo ano, para descobrir sua classificação final. E, muito provavelmente, não continuará no topo do ranking até lá.

Liliu só é líder da Chuteira de Ouro porque a competição nacional que ele disputa, o Campeonato Estoniano, adota um calendário semelhante ao do futebol brasileiro: com início e encerramento no mesmo ano.

O brasileiro se sagrou campeão e artilheiro da primeira divisão da Estônia neste fim de semana, quando o Nömme Kalju goleou o Trans Narva por 4 a 1. O camisa 11 marcou o segundo gol da partida, seu 31º no campeonato.

Com isso, Liliu alcançou 31 pontos na classificação da Chuteira de Ouro, um a mais do que Zakaria Beglarishvili, do Flora Tallinn, também da Estônia, e que o brasileiro Paulinho, que defende o BK Häcken, da Suécia.

Mas a maior ameaça à sua permanência no alto do pódio não vem dos vice-líderes, mas sim dos jogadores que estão alguns degraus abaixo dele na corrida pelo prêmio.

Tradicionalmente, quem ganha a Chuteira de Ouro são os jogadores que atuam em ligas nacionais que adotam o "calendário europeu" (início da temporada em um ano e encerramento no seguinte) e premiam cada gol com 2 pontos, como Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França.

Atualmente, só dois dos integrantes do top 10 preenchem esses requisitos. O francês Kylian Mbappé, do Paris Saint-Germain, e o italiano Emiliano Sala, do Nantes, dividem a oitava colocação, com 22 pontos, resultado de 11 gols no Campeonato Francês.

Quem também já está perto dos líderes é Neymar. O camisa 10 do PSG e principal nome do futebol pentacampeão mundial na atualidade é o 12º na classificação, com dois pontos a menos que Mbappé e Sala.

O Brasil não fatura o prêmio desde 2001/02, quando Jardel (Sporting) foi o goleador máximo da temporada. O ex-centroavante de Palmeiras e Grêmio também levantou a taça em 1998/19. Além dele, apenas Ronaldo (1996/97) já colocou o país no lugar mais alto do pódio.

O vencedor da última edição da Chuteira de Ouro é Messi, recordista do prêmio, com cinco troféus (2010, 2012, 2013, 2017 e 2018). Na temporada passada, o craque do Barcelona marcou 34 gols no Espanhol e acumulou 68 pontos.

O "Blog do Rafael Reis" publica a cada terça-feira uma nova parcial da disputa.

Confira o top 10 da Chuteira de Ouro

1º – Liliu (BRA, Nömme Kalju) – 31 pontos (31 gols)
2º – Zakaria Beglarishvili (GEO, Flora Tallinn) – 30 pontos (30 gols)
Paulinho (BRA, BK Häcken) – 30 pontos (20 gols)
4º – Patrick Hoban (IRL, Dundalk) – 29 pontos (29 gols)
5º – Roman Debelko (UCR, Levadia) – 27 pontos (27 gols)
Linus Hallenius (SUE, Sundsvall) – 27 pontos (18 gols)
7º – Pavel Savitskiy (BLR, Dínamo Brest) – 22,5 pontos (15 gols)
8º – Kylian Mbappé (FRA, Paris Saint-Germain) – 22 pontos (11 gols)
Emiliano Sala (ITA, Nantes) – 22 pontos (11 gols)
10º – Klauss (BRA, HJK Helsinque) – 21 pontos (21 gols)
Tristan Koskor (EST, Jalgpallikool Tammeka) – 21 pontos (21 gols)


Mais de Brasileiros pelo Mundo

Por onde andam 7 ex-jogadores do Inter que estão no exterior?
Sem emplacar na França, Ganso convive com banco e ameaça de rebaixamento
Gabriel Jesus perde espaço, e tempo em campo cai 36% na temporada
7 brasileiros que ainda jogam no exterior (e tavez você não saiba)

Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.