Como o Newell's se prepara para ser o próximo (e último) time de Messi
Os torcedores do Newell's Old Boys não andam muito satisfeitos com o time, que foi 15º colocado no último Campeonato Argentino e ocupa o nono lugar nesta temporada. Mas eles têm um grande motivo para esperar a chegada de dias melhores: Lionel Messi.
O craque argentino, que é finalista do prêmio de melhor jogador do mundo pela 12ª vez na carreira e busca seu sexto título, já disse inúmeras vezes que pretende jogar no seu time de coração antes de encerrar a carreira.
O astro de 32 anos nasceu em Rosario, cidade do Newell's, e é torcedor dos Leprosos desde pequeno. Antes de se mudar para a Catalunha, aos 13 anos, mostrava todo seu talento nas categorias de base do clube rubro-negro.
O retorno de Messi para casa ainda não tem data definida, mas pode acontecer a qualquer momento. Afinal, há em seu contrato com o Barcelona uma cláusula que permite sua saída a custo zero para mercados menores (como o argentino) ao término de qualquer temporada.
Foi assim que Xavi foi para o Qatar, e Andrés Iniesta migrou para o Japão. É assim também que os torcedores e dirigentes do Newell's esperam receber o seu filho mais ilustre em 2020, 2021, 2022…
Mas o que será que o clube argentino tem feito para se preparar para possivelmente ter em seu elenco, dentro de algum tempo, um dos melhores jogadores de futebol de todos os tempos?
O "Blog do Rafael Reis" vem tentando entrevistar o presidente Eduardo Bermúdez ou algum outro dirigente do Newell's sobre o tema desde o ano passado. Todos os pedidos, no entanto, foram negados pela assessoria de imprensa da provável futura casa de Messi.
Mas, mesmo à distância, foi possível descobrir algumas coisinhas.
A primeira é que Messi já faz parte do cotidiano do Newell's. Seu nome e seu rosto estão estampados em várias faixas e bandeiras que costumam aparecer a cada partida disputada no estádio Marcelo Bielsa (outro filho ilustre do clube).
Os dirigentes também não perdem uma chance para agradá-lo. Em junho, durante a preparação do atacante para a Copa América, foram à concentração da Argentina e fizeram questão de presenteá-lo com uma camisa oficial da equipe.
Além disso, no começo do ano, contrataram o meia-atacante Manu Biancucchi (ex-Vasco, Ceará e Bahia), que é primo do camisa 10 do Barcelona. A transação foi vista na Argentina mais como uma manobra política do que propriamente como a chegada de um reforço para o time.
Mas o planejamento para por aí. A diretoria do Newell's, inclusive, já esteve mais próxima de Jorge Messi, pai e empresário do craque. Não que o relacionamento esteja abalado, mas ele não é tão quente assim.
Até hoje, o clube não desenvolveu nenhum projeto econômico para viabilizar o pagamento do salário do astro e nem apresentou ao público planos de como poderia lucrar com a repatriação do atacante.
"Hoje, o Newell's não tem condições de arcar com Messi. É claro que sua vinda traria vários patrocinadores e um aumento de arrecadação. Mas não há nenhum projeto em andamento. A sensação é que, se Messi vier mesmo para cá, todo esse dinheiro extra seria gasto com ele mesmo. Messi só vem para o Newell's para cumprir um desejo pessoal, não como um negócio", afirma o jornalista argentino Claudio Giglioni, que trabalha em emissoras de rádio e TV de Rosario.
Campeão em 2009, 2010, 2011, 2012 e 2015 e vice em 2007, 2008, 2013, 2014, 2016 e 2017, Lionel Messi disputa o prêmio de melhor jogador do planeta em 2019 contra o português Cristiano Ronaldo, da Juventus, e o holandês Virgil van Dijk, do Liverpool.
Os vencedores do "The Best" serão conhecidos nesta segunda-feira, em Milão (ITA), durante a cerimônia anual das várias premiações distribuídas pela Fifa. No feminino, concorrem ao troféu as norte-americanas Alex Morgan e Megan Rapinoe, além da inglesa Lucy Bronze.
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