Em expansão no Brasil, Red Bull tem times em 4 países, mas só ganha em um
A possível parceria entre a Red Bull e o Bragantino para a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro é o mais novo passo do audacioso projeto da empresa de energéticos de expandir sua marca por meio do investimento no futebol.
A companhia austríaca, que possui duas equipes de F-1, patrocina os mais variados eventos de esportes radicais por todo o mundo e conta com garotos propaganda do nível de Neymar, coloca dinheiro na modalidade mais popular do planeta há 14 anos.
O projeto já fundou ou adquiriu cinco clubes de três continentes diferentes (Europa, América e África). O Red Bull Gana fechou as portas — durou seis temporadas e morreu em 2014, quando o time estava na segunda divisão local.
Dos quatro times sobreviventes, apenas o brasileiro está fora da primeira divisão do seu país. A equipe, que enfrenta o Santos nesta terça-feira em busca da classificação para as semifinais do Campeonato Paulista, disputou a Série D em duas oportunidades (2015 e 2017), mas não conseguiu o acesso.
O time de maior sucesso do grupo é também aquele que abriu as portas para a entrada de empresa no futebol. O Red Bull Salzburg, ex-FC Salzburg, que foi comprado em 2005, já ganhou nove edições do Austríaco e é atual pentacampeão do país.
A "equipe matriz" é a única da companhia que já se sagrou campeã nacional.
O RB Leipzig, da Alemanha, ficou no quase. Logo em sua temporada de estreia na elite germânica, em 2016/17, terminou na segunda colocação, atrás apenas do poderoso Bayern de Munique.
Já o norte-americano New York Red Bulls, adquirido em 2006 e que já teve estrelas como Thierry Henry, Rafa Márquez e Juninho Pernambucano em seu elenco, emplacou por três vezes a melhor campanha da temporada regular da MLS (Major League Soccer), mas sempre se deu mal na hora dos playoffs.
Além da escassez de títulos (com exceção da Áustria), o projeto de inserção na Red Bull no futebol sofre também com o excesso de polêmicas.
Além disso, a Uefa fez vistas grossas para seu regulamento que proíbe que duas equipes com o mesmo dono disputem a mesma competição e permitiu que Salzburg e Leipzig não só jogassem a Liga Europa simultaneamente, como acabassem se enfrentando na fase de grupos da atual temporada.
Aqui no Brasil, as polêmicas envolvendo a atuação da empresa de energéticos não são tão significativas assim, já que o time passou a maior parte de sua existência nas divisões menores do futebol paulista.
Agora, a companhia quer ver seu representante sul-americano tendo resultados mais expressivos. Por isso, de acordo com o presidente do Bragantino, Marquinhos Chedid, é possível que ocorra uma parceria com o clube alvinegro para a disputa da segunda divisão do Brasileiro.
"Não vejo problema nenhum de botar (o nome) RB Bragantino. Vai jogar aqui, no estádio do Bragantino – é o Bragantino que tem a vaga. Deixa eles investirem. Eles têm um orçamento para esse ano de R$ 45 milhões para a Série B", disse o dirigente, no domingo, à rádio 102 FM, de Bragança Paulista.
O Red Bull Brasil fez a melhor campanha da fase de grupos do Paulista, mas estreou nas quartas de final sendo derrotado por 2 a 0 pelo Santos, fora de casa. Nesta terça-feira, a equipe precisa vencer por três gols de diferença para continuar na briga pelo título estadual.
Caso vença por apenas dois gols, a vaga para as semifinais será decidida nos pênaltis.
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