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Com dois times na Liga dos Campeões, Red Bull é doping no futebol?

Rafael Reis

22/10/2019 04h00

Pela primeira vez na história da Liga dos Campeões da Europa, dois times do mesmo dono disputam simultaneamente a competição.

O Red Bull Salzburg, atual hexacampeão austríaco, e o RB Leipzig, terceiro colocado na última edição do Campeonato Alemão, pertencem à marca de energéticos que investe pesado no esporte e também conta com equipes próprias em outras modalidades, como a Fórmula 1.

Crédito: Divulgação

Mas será que os jogadores profissionais de futebol e também os atletas que disputam competições de vôlei, basquete, natação, skate ou automobilismo podem consumir normalmente as bebidas fabricadas pela empresa?

A dúvida sobre se os energéticos são considerados doping é tão recorrente que a própria Red Bull disponibiliza a resposta para questão em seu site oficial.

"Red Bull Energy Drink não contém qualquer substância dopante, e a sua utilização não é proibida para esportistas profissionais. Em janeiro de 2004, a World Anti-Doping Agency (WADA) retirou a cafeína da lista de substâncias dopantes. O Comitê Olímpico Internacional (COI) concordou com essa decisão", afirma a empresa.

Cada latinha de 250 ml Red Bull conta com 80 mg de cafeína, mesma quantidade normalmente encontrada em uma xícara de café coado. Além disso, ela também apresenta taurina, que também já constou em algumas listas de substâncias proibidas em competições esportivas.

Apesar de liberados para o consumo de esportistas há 15 anos, os energéticos não são usados em larga escala por médicos e integrantes de comissões técnicas de times de futebol e jogadores de outras modalidades, ao contrário do que acontece, por exemplo, com os isotônicos.

Apesar de trazer um potencial ganho de desempenho esportivo, principalmente na velocidade, na explosão e na diminuição da sensação de cansaço, a cafeína também pode deixá-lo muito acelerado e prejudicar suas tomadas de decisão.

No total, a Red Bull conta com quatro clubes profissionais de futebol espalhados pelo planeta.

Além das duas equipes que disputam o principal torneio interclubes da temporada, a empresa é dona do New York Red Bulls, já eliminado desta edição da Major League Soccer (MLS) norte-americana, e conta com um time no Brasil, que construiu parceria com o Bragantino e lidera a Série B.

A empresa também já teve uma agremiação na África, mas o Red Bull Gana fechou as portas em 2014 depois de seis temporadas sem conseguir emplacar resultados relevantes.

Os dois clubes da marca voltam a campo amanhã, pela terceira rodada da Champions. O Salzburg, terceiro colocado do Grupo E, recebe o Napoli. Já o Leipzig, que ocupa a mesma colocação no Grupo G, joga em casa contra o Zenit São Petersburgo.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis