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Com Robinho, time de "velhinhos" está provocando revolução no futebol turco

Rafael Reis

20/01/2019 04h00

Arda Turan (ex-Barcelona) e Eljero Elia (ex-Juventus) têm 31 anos. Gaël Clichy (ex-Manchester City) já completou 32. Gökhan Inler (ex-Napoli), Emmanuel Adebayor (ex-Manchester City) e Robinho (ex-Madrid) estão na casa dos 34. Por fim, o meia Emre Belözoglu já festejou seu 38º aniversário.

Pode ser difícil de acreditar. Mas todos esses veteranos jogam no mesmo time. E não em um time qualquer, mas sim naquele que está caminhando para fazer história na atual temporada do Campeonato Turco.

Crédito: Reprodução

O Istambul Basaksehir, que até quatro anos atrás disputava a segunda divisão, encerrou o primeiro turno da liga na liderança, com 35 pontos, seis a mais que o Trabzonspor, justamente seu adversário deste domingo, na abertura do returno.

A aposta do time que busca se tornar apenas o sexto campeão turco diferente dos últimos 57 anos (Galatasaray, Fenerbahce, Besiktas, Trabzonspor e Bursaspor dividiram todos os títulos da era moderna da competição, iniciada em 1962) é bastante clara: encher seu elenco de medalhões.

Além dos jogadores citados no primeiro parágrafo, o Basaksehir conta ainda com o goleiro Volkan Babacan, de 30 anos, que já jogou 36 vezes pela seleção turca, com o meia-atacante brasileiro Márcio Mossoró, 35, que fez sucesso no Paulista de Jundiaí e defendeu o Internacional, e com o zagueiro Serdar Tasci, 31, que disputou a Copa do Mundo de 2010 pela seleção alemã.

Dos 26 jogadores que compõem seu elenco principal, nada menos que 15 já são "trintões". O mais experiente deles é o capitão Emre, que estreou como profissional há 22 anos e foi companheiro de Inter de Milão de Ronaldo Fenômeno lá começo do século.

O clube só consegue manter um grupo de atletas tão estrelado porque possui um patrocinador forte, a Medipol, uma empresa do ramo de saúde que possui faculdade de medicina. O acordo foi selado em 2015, quando o investidor comprou os naming rights da equipe.

Oficialmente, o líder do Campeonato Turco se chama Medipol Basaksehir. Mas, apesar da nomenclatura ser usada pela Fifa e pela Uefa, os torcedores e a imprensa local continuam chamando o time de Istambul Basaksehir.

A ascensão do clube começou justamente depois do polpudo contrato com seu principal patrocinador. Logo na primeira temporada após retornar para a primeira divisão, a equipe foi quarta colocada, classificação que repetiu em 2016. No ano seguinte, foi vice-campeã. E, na última temporada, terminou em terceiro.

Agora, além dos inúmeros veteranos consagrados em ligas do primeiro escalão da Europa, o Basaksehir conta com um outro fator para conquistar seu primeiro título nacional: a derrocada das potências que costumam mandar no futebol turco.

O Galatasaray, maior campeão da história e atual detentor do título, já foi impedido de disputar competições europeias por desrespeitar o fair play financeiro e continua recebendo seguidas multas da Uefa por descumprir o regulamento do acordo.

O Fenerbahce também está na mira da entidade europeia por acumular mais déficits financeiros do que o permitido. Por fim, o Besiktas precisou abrir mão do zagueiro Pepe e do meia-atacante holandês Ryan Babel, duas das suas maiores estrelas, para tentar colocar as contas em dia e parar de atrasar salários dos seus jogadores.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis