Cocaína, prisão e fiasco no Brasil marcam astro de adversário do Palmeiras
O uruguaio Santiago "Morro" García foi artilheiro do Campeonato Argentino no ano passado e é o capitão e principal estrela do Godoy Cruz, adversário do Palmeiras nesta terça-feira, no confronto de ida das oitavas de final da Libertadores.
Mas o atacante de 28 anos não tem boas recordações do futebol brasileiro. Afinal, foi no país pentacampeão mundial de futebol que ele viveu o momento mais negativo e conturbado de sua carreira.
Morro García defendeu o Athletico-PR entre junho de 2011 e agosto de 2012. Em pouco mais de um ano em Curitiba disputou 18 partidas (sendo que em nenhuma delas permaneceu em campo durante 90 minutos) e marcou apenas dois gols.
O desempenho fraco foi amplificado pelos valores de sua negociação. Contratado por cerca de R$ 7 milhões, o uruguaio era até a semana passada o reforço mais caro da história do clube –foi ultrapassado na última sexta-feira pelo lateral esquerdo Abner, ex-Ponte Preta, que custou R$ 10 milhões.
Sua passagem pelo Brasil também foi marcada por um caso de doping. Pouco depois de assinar com a equipe rubro-negra, o jogador foi suspenso no Uruguai por ter testado positivo para cocaína. A punição recebida por lá, no entanto, não o impediu de jogar aqui.
O fiasco do atacante foi pano de fundo para uma guerra política no Athletico. No final de 2011, Mario Celso Petraglia assumiu a presidência do clube com a promessa de "se livrar" de Morro e recuperar o dinheiro investido no jogador.
Um semestre depois, o dirigente conseguiu devolver o atacante ao Nacional (URU) e reaver a maior parte do valor investido –teve de arcar apenas com taxas e comissões relativas à transferência.
Na época, a diretoria athleticana alegou que havia sido lesada pelo clube uruguaio e pelo estafe do jogador, que estavam cobrando pela transação valores incompatíveis com a qualidade do atacante.
Morro García deu sequência à sua carreira na Turquia, onde defendeu o Kasimpasa. Depois, voltou ao Nacional, onde jogou por mais dois anos e se envolveu em uma grande confusão.
Em 2014, durante um amistoso de pré-temporada, ele se envolveu em uma briga com jogadores adversários e foi parar na prisão. O uruguaio ficou dois dias detido antes de ser liberado para voltar ao futebol.
Dois anos depois, assinou com o Godoy Cruz e começou a dar a volta por cima. Na temporada 2017/18, marcou 17 gols e teve até seu nome ventilado para atuar ao lado de Luis Suárez e Edinson Cavani na seleção uruguaia.
A convocação não veio, e Morro García também não conseguiu manter o mesmo ritmo de gols. Mesmo assim, ainda é a maior esperança do clube argentino para desbancar o campeão brasileiro no torneio continental.
Além do Palmeiras, outros cinco times brasileiros continuam vivos na Libertadores-2019. O Cruzeiro também joga nesta terça-feira, contra o River Plate. Na quarta, Flamengo, Internacional e Athletico enfrentam Emelec, Nacional e Boca Juniors, respectivamente. Já o Grêmio mede forças com o Libertad, na quinta.
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