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Rafael Reis

Craque da Bolívia defendeu o Brasil e está "esquecido" na Série B chinesa

Rafael Reis

14/06/2019 04h00

Segundo maior goleador da história da seleção da Bolívia e principal jogador da equipe na atualidade, o atacante Marcelo Moreno poderia estar do outro lado na partida de abertura da Copa América-2019.

E, na verdade, já esteve. Afinal, durante a adolescência, o jogador de 31 anos não vestia o verde boliviano. A camisa que defendia era a amarela brasileira.

Crédito: Reuters

Apesar de ter nascido em Santa Cruz de la Sierra, a cidade mais populosa da Bolívia, Moreno é filho de pai brasileiro. Por isso, pôde defender a equipe pentacampeã mundial em torneios nas categorias sub-18 e sub-20.

A maior parte da trajetória do atacante como jogador de futebol também foi construída no Brasil.

Moreno deixou a Bolívia aos 17 anos para ingressar nas categorias de base do Vitória, clube onde se profissionalizou. Por aqui, ainda defendeu Cruzeiro, Grêmio e Flamengo. Ganhou ainda um Campeonato Brasileiro (2014) e uma Copa do Brasil (2013).

Seu maior feito individual também aconteceu enquanto jogava no maior país da América do Sul. Em 2008, quando tinha 21 anos e atuava no Cruzeiro, foi o artilheiro da Libertadores, com oito gols.

O sucesso lhe abriu as portas da Europa. Na mesma temporada, foi contratado pelo Shakhtar Donetsk. Depois, foi emprestado aos ucranianos para Werder Bremen e Wigan, que disputavam a primeira divisão de Alemanha e Inglaterra, respectivamente.

Ainda hoje, Moreno está longe da América do Sul. Mas sua casa atual não tem o mesmo glamour das principais ligas nacionais do planeta, pode onde já passou.

Desde 2015 na China, o camisa 9 da Bolívia está em sua terceira temporada consecutiva disputando a segunda divisão do país. Nem mesmo o fato de ter sido artilheiro da competição em 2017 (23 gols) mudou essa situação.

Atualmente no Shijiazhuang Ever Bright, o atacante tem sete gols nas primeiras 12 rodadas nesta temporada. Seu time é o vice-líder da segundona, com quatro pontos a menos que o primeiro colocado (Qinqdao Huanghai).

Na seleção boliviana, Moreno é o dono do time. Em 12 anos sendo convocado, ele já acumulou 73 partidas e 17 bolas nas redes. Durante a Copa América, ele pode se tornar o maior artilheiro da história da equipe.

Atualmente, o "ex-brasileiro" só está atrás de Jaime Botero, que marcou 20 vezes entre 1999 e 2009. Ou seja, faltam apenas três gols para o recorde.

Brasil e Bolívia fazem o primeiro jogo da Copa América nesta sexta-feira, a partir das 21h30 (de Brasília), no Morumbi. Peru e Venezuela, que se enfrentam no sábado, são as outras seleções do Grupo A.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.