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Rafael Reis

Criada entre meninos, capitã da Alemanha fez história em escola de craques

Rafael Reis

12/06/2019 04h00

Capitã da seleção alemã de futebol feminino que disputa a Copa do Mundo-2019 e uma das maiores artilheiras da história da equipe, a atacante Alexandra Popp chamava a atenção de todos na escola onde estudava durante a adolescência.

Não que a hoje jogadora do Wolfsburg fosse especialmente inteligente ou tivesse um desempenho nas provas muito acima da média. Mas é que não havia outra garota nas salas de colégio por onde passava.

Crédito: Catherine Ivill/ Getty Images

Popp estudou em uma escola famosa por revelar talentos para o futebol germânico, pelo menos, para a versão masculina da modalidade, a Gesamtschule Berger Feld, em Gelsenkirchen, no oeste da Alemanha.

A camisa 11 da seleção feminina dividia salas de aula com Manuel Neuer (Bayern de Munique), Mesut Özil e Sead Kolasinac (Arsenal), Julian Draxler (Paris Saint-Germain), Leroy Sané (Manchester City) e vários outros garotos que estavam nas categorias de base do Schalke 04.

Localizada a apenas 800 metros do centro de treinamentos do clube, a Gesamtschule Berger Feld é uma escola pública, sem processo seletivo para a matrícula e tem um projeto pedagógico que valoriza a prática esportiva.

A escola possui certificação da federação alemã, que a classificou como um dos centros educacionais de elite futebolística no país, e faz parte de um programa de intercâmbio da União Europeia através de festivais esportivos.

Na época de Popp, o programa de futebol de alta performance do colégio era exclusividade dos meninos. Ela só conseguiu ingressar nesse sistema porque obteve uma autorização especial da diretoria. Por isso, só convivia com eles, nas salas de aula e também nos campos de futebol.

Acostumada a jogar contra adversários mais fortes fisicamente, a atacante logo se destacou assim que começou a atuar no meio das mulheres.

Em 2008, Popp foi eleita a melhor jogadora da Eurocopa sub-17. Dois anos depois, foi campeã, artilheira e craque da Copa do Mundo sub-20. Ainda em 2010, recebeu sua primeira convocação para a seleção principal.

Hoje, já soma 97 partidas usando o tradicional uniforme alvinegro. Com 46 gols, é a oitava maior artilheira da seleção feminina em todos os tempos. Em sua terceira participação em Copas, usa a braçadeira de capitão e é a líder de uma das equipes mais fortes do planeta.

Essa é a oitava edição do Mundial feminino. Os Estados Unidos são os atuais campeões e também os maiores vencedores, com três títulos (1991, 1999 e 2015). Alemanha (2003 e 2007), Noruega (1995) e Japão (2011) também já ficaram com o troféu.

Após derrotar a China por 1 a 0 na estreia na competição, a seleção germânica volta a campo nesta quarta-feira, contra a Espanha, em Valenciennes. Na próxima segunda, enfrenta a África do Sul, no encerramento de sua participação no Grupo B.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.