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Rafael Reis

Perto de 6ª final no século, Boca supera guerra de egos e escândalo sexual

Rafael Reis

31/10/2018 04h00

O Boca Juniors precisou superar um ano marcado por desafios dentro e fora de campo para ficar a um passo de disputar pela sexta vez nesta década a final da Copa Libertadores da América.

O time argentino, que só não irá a decisão do torneio continental se perder por pelo menos três gols de diferença para o Palmeiras (2 a 0 leva a disputa para os pênaltis), nesta quarta-feira, teve de vencer uma guerra de egos e até um escândalo sexual para chegar ao fim de outubro vivo na briga pelo cobiçado título.

É só olhar para o banco de reservas do Boca para perceber as dificuldades de relacionamento do elenco. Os medalhões Fernando Gago (ex-Real Madrid), Carlos Tevez (ex-Manchester United e Manchester City) e Darío Benedetto começaram o primeiro jogo da semifinal no banco de reservas.

Dos três, apenas o último chegou a ser usado na Bombonera. E, com dois gols, decidiu a partida. Mesmo assim, deve continuar como opção para o segundo tempo no confronto de volta.

O trio perdeu espaço entre os titulares por diferentes motivos. Gago deixou o time por causa de uma lesão no joelho e não voltou mais a se fixar entre os 11. Benedetto também teve problemas físicos e deixou de ser a principal opção para o comando de ataque.

Já Tevez, principal ídolo da torcida do Boca na atualidade, foi sendo esquecido pelo técnico Guillermo Schelotto devido ao baixo rendimento que vem apresentando desde que retornou da China, no início do ano –fez apenas sete gols em 2018.

A guerra entre as estrelas e o treinador foi declarada ainda no primeiro semestre e ganhou força com a sequência de resultados negativos do time no Campeonato Argentino. Nas últimas cinco rodadas, a equipe só venceu uma partida.

Ainda que vença a Libertadores, o Boca terá um novo técnico na próxima temporada. De acordo com o blog "Patadas y Gambetas", Schelotto já acertou sua saída rumo aos Estados Unidos para 2019.

Além dos atritos entre os jogadores mais famosos e a comissão técnica, o time teve de superar logo no início do ano um escândalo sexual que atingiu nada menos que quatro dos seus jogadores.

Ainda na pré-temporada, os colombianos Edwin Cardona, Wilmar Barrios, Frank Fabra e Manuel Roffo foram acusados de abusar sexualmente de duas garotas em Buenos Aires. Mais tarde, uma das vítimas apresentou uma nova versão e disse que foi "apenas ofendida e agredida".

Após terem sido afastados de um torneio amistoso logo que o caso veio à tona, os quatro jogadores continuam no clube. Mas, o único que tem jogado é Barrios. Fabra está machucado, Cardona perdeu a posição e Roffo ainda serve nas categorias de base.

O Boca é o segundo maior campeão da história da Libertadores e tenta chegar ao sétimo título para igualar o recorde do Independiente. Desde a virada do século, conquistou três taças (2001, 2003 e 2007) e foi vice duas vezes (2004 e 2012).


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.