Atingido por FifaGate, time mais brasileiro da Europa caminha para descenso
O time mais brasileiro da Europa só venceu uma partida oficial nos últimos quatro meses e caminha a passos largos para o rebaixamento.
Com 15 das 34 rodadas da temporada 2017/18 da primeira divisão portuguesa já disputadas, o Estoril Praia é o vice-lanterna, o time que mais perdeu (dez jogos) e também o dono do segundo ataque menos eficiente e da segunda defesa mais vazada da competição.
O maior representante do futebol brasileiro no Velho Continente conta com 12 jogadores nascidos no país pentacampeão mundial. E vários deles são bastante conhecidos por aqui, como o zagueiro Lucão e o meia Lucas Evangelista (ex-São Paulo), o atacante Victor Andrade (cria do Santos) e o centroavante Kléber (que passou pelo Palmeiras).
Mas o que faz do Estoril um pedacinho do Brasil em Portugal nem é o seu elenco repleto de pé de obra verde e amarela, mas sim a origem do seu dinheiro.
Desde 2009, o clube da região de Cascais tem como acionista majoritário a Traffic, gigante do marketing esportivo que fez sucesso no Brasil durante as décadas de 1990 e 2000 e que tem como proprietário J. Hawilla, réu confesso em processos de corrupção no futebol brasileiro e latino-americano.
A empresa adquiriu no final da década passada o Estoril, que então militava na segunda divisão e sofria para pagar suas contas, com o objetivo de fazer dele um portão de entrada para seus jogadores no futebol europeu.
O projeto deu tão certo que catapultou o clube a lugares jamais atingidos. Em 2013/14, o time foi quarto colocado no Português, ficou atrás apenas de Benfica, Porto e Sporting, ganhou rótulo de sensação do campeonato e conseguiu a classificação para a Liga Europa.
Além disso, o clube conseguiu transferir alguns jogadores da Traffic para times de um escalão superior, como Bruno César (Sporting), Diego Carlos (Nantes) e Evandro (Porto e atualmente no Hull City). O Estoril também revelou os técnicos Marco Silva (Watford) e Fabiano Soares, que treinou o Atlético-PR no último brasileiro.
O projeto caminhava sem grandes percalços até a eclosão nos EUA do maior escândalo de corrupção da história do futebol mundial. O caso, que atingiu três presidentes da CBF (Ricardo Teixeira, José Maria Martin e Marco Polo del Nero) e derrubou toda a cúpula da Conmebol, mudou a história do Estoril.
Em 2015, Hawilla, o dono da Traffic e consequentemente do clube português, assinou um acordo de delação premiada nos EUA, admitiu participação nos crimes de extorsão e fraude eletrônica. Além disso, teve de pagar uma multa de US$ 151 milhões (mais de R$ 500 milhões).
Desde então, a empresa vem reduzindo suas operações. E o clube português sentiu na pele isso. Depois da quarta colocação em 2014, ele só conseguiu terminar um campeonato na metade de cima da tabela (foi oitavo em 2016) e foi perdendo desempenho.
Na atual temporada, só venceu três dos 17 jogos que disputou (por todas as competições) e sequer balançou as redes entre 23 de setembro e 4 de dezembro. Por isso, vive um namoro bem avançado com o rebaixamento.
Mais de Clubes
– Real chega ao Mundial como pior europeu desde Chelsea-2012
– Grande de novo? Como projeto de renascimento do Milan virou fiasco
– Time de Romarinho no Mundial é "irmão" do Manchester City; entenda o caso
– Boca, River e mais 37: Conheça os times já garantidos na Libertadores-2017
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.