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Rafael Reis

1º Atlético de Simeone tinha Diego e espanhol que tentou sorte no Brasil

Rafael Reis

23/05/2016 06h00

Courtois; Luis Perea, Godín, Álvaro Domínguez e Filipe Luís; Gabi e Tiago; Salvio, Diego e Juanfran; Falcao García. Foi com essa escalação que Diego Simeone estreou como treinador do Atlético de Madri, no dia 7 de janeiro de 2012.

O resumo daquele jogo, um empate por 0 a 0 com o Málaga, pela 18ª rodada do Campeonato Espanhol, hoje é o de menos.

A partida marcou o início de uma reviravolta na carreira do argentino e também na trajetória do clube. Uma reviravolta que os colocará diante do Real Madrid, neste sábado, na segunda final de Liga dos Campeões da Europa entre os rivais nos últimos três anos.

Diego

Quando chegou ao Atlético, substituindo o demitido Gregorio Manzano e herdando a décima colocação na liga, Simeone estava longe de ser um treinador de primeiro escalão.

É verdade que, em apenas cinco anos de carreira, ele já havia conquistado dois títulos argentinos (Estudiantes, em 2006, e River Plate, em 2008). Mas, por outro lado, teve menos de 40% de aproveitamento no Racing e no italiano Catania, seu único trabalho na Europa até então.

O Atlético também estava longe de ser a potência que se tornou hoje. O clube era conhecido na Espanha por gastar demais em reforços supervalorizados e destruir a ilusão dos torcedores com campanhas decepcionantes.

A maior estrela do primeiro Atleti de Simeone era Diego, meia brasileiro que havia sido emprestado pelo Wolfsburg, vivera seu auge algumas temporadas atrás, no Werder Bremen, e ainda estava marcado por um fracasso retumbante na Juventus.

A esperança de dias melhores estava depositada nas costas do centroavante colombiano Radamel Falcao García, que havia se destacado no Porto uma temporada antes e foi adquirido a peso de ouro (40 milhões de euros) para substituir o ídolo Kun Agüero, negociado com o Manchester City.

Outros jogadores que hoje são importantes internacionalmente, como o goleiro Courtois, o zagueiro Godín, o lateral esquerdo Filipe Luís e o meia-atacante argentino Salvio, eram figuras pouco relevantes no futebol europeu.

Além de Diego e Filipe Luís, o elenco de estreia de Simeone contava com mais dois brasileiros, o zagueiro Miranda, que ficou no banco contra o Málaga, e o volante Paulo Assunção, que ainda passaria pelo São Paulo antes de se aposentar.

O grupo com que o argentino trabalhou em sua temporada de estreia ainda contava com uma série de garotos que o argentino transformaria em jogadores de primeiro escalão, como os meias Koke e Saúl Ñíguez.

A maior promessa de todas, no entanto, o meia Fran Mérida, ex-camisa 10 das seleções de base da Espanha, naufragou, chegou a vir ao Brasil para defender o Atlético-PR e hoje se reveza entre as segunda e terceira divisões.

Logo no primeiro ano, Simeone já conquistou a Liga Europa. Depois, viriam a Supercopa europeia, a Copa do Rei, o Campeonato Espanhol e a Supercopa da Espanha e duas finais de Champions.

E toda essa história começou naquele empate sem gols e de pouco graça contra o Málaga.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.