Um ano depois, último melhor do mundo enfrenta críticas, jejum e até banco
Rafael Reis
23/09/2019 04h20
O que você espera de um jogador consagrado com o prêmio de melhor do mundo? Que ele faça, crie ou evite muitos gols, resolva algumas partidas difíceis, seja determinante para o sucesso de sua equipe e, no mínimo, tenha um lugar fixo e incontestável entre os titulares, certo?
Um ano depois de acabar com a hegemonia de uma década de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi nas eleições da Fifa e ser eleito o craque máximo de 2017/18, o meia croata Luka Modric não atende a nenhum desses critérios.
Aos 34 anos, o camisa 10 do Real Madrid está em crise: perdeu desempenho físico, não joga bem há algum tempo, vem flertando com o banco de reservas e começou a nova temporada da pior forma possível.
O meia só disputou duas partidas oficiais e ficou em campo por apenas 78 minutos depois das férias do verão europeu.
Em um desses jogos, contra o Celta, foi titular, mas acabou expulso no começo do segundo tempo. No outro, ante o Villarreal, saiu do banco e atuou na segunda metade da etapa final. Depois, sofreu uma lesão muscular que deve tirá-lo de ação por mais uma semana.
Além disso, Modric não anota um gol pelo Real desde março. Pela seleção croata, o meia também só foi às redes uma única vez desde o vice-campeonato mundial conquistado no ano passado.
A decadência do jogador começou na sequência da Copa. Durante a janela de transferências posterior à Rússia-2018, ele teve um namoro avançado com a Inter de Milão e quase foi embora.
O negócio acabou não se concretizando, mas Modric nunca mais foi o mesmo no Real. Parte da torcida começou a pegar no seu pé por acreditar que ele não queria mais estar no Santiago Bernabéu, e os resultados negativos do time não ajudaram muito.
Antes do início desta temporada, o clube espanhol até foi atrás de um substituto para o melhor do mundo. Houve negociações com o francês Paul Pogba (Manchester United) e com o dinamarquês Christian Eriksen (Tottenham), mas nenhuma transferência foi concretizada.
Mesmo sem a chegada de um novo concorrente e com a lesão de Isco, que pode jogar nesse setor, o croata está longe de ter vaga garantida no Real 2019/20. Zidane já deu indícios de que pode jogar com duas linhas de quatro e também vem usando o colombiano James Rodríguez no lugar que normalmente era ocupado pelo croata.
O sucessor de Modric como vencedor da eleição da Fifa de melhor jogador do planeta será conhecido hoje, Milão (ITA), durante a cerimônia anual realizada pela entidade para premiar os destaques da temporada.
O zagueiro holandês Virgil van Dijk (Liverpool), o meia-atacante argentino Lionel Messi (Barcelona) e o atacante português Cristiano Ronaldo (Juventus) concorrem ao prêmio. No feminino, a disputa está entre a inglesa Lucy Bronze e as norte-americanas Alex Morgan e Megan Rapinoe.
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
Sobre o Blog
Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.