Por que Dybala quase nunca joga pela seleção argentina?
Rafael Reis
27/06/2019 04h00
Armani, Saravia, Pezzela, Otamendi, Tagliafico, Leandro Paredes, Guido Rodríguez, Lo Celso, Di María, Agüero, De Paul, Pizarro, Casco, Pereyra, Lautaro Martínez, Matías Suárez, Foyth, Marcos Acuña e, claro, Lionel Messi.
Nada menos que 19 dos convocados da Argentina para a Copa América têm sido utilizados com mais frequência na competição continental que Paulo Dybala.
É isso mesmo. Apesar de ser o nome mais badalado da nova geração do país, de vestir a camisa 10 da Juventus e de já ter recebido propostas de transferência na casa dos 100 milhões de euros (R$ 433 milhões), o atacante de 25 anos anda um tanto quanto esquecido pelo técnico Lionel Scaloni.
Dybala só participou de um dos três jogos de sua seleção na primeira fase. Contra Colômbia e Paraguai, não saiu do banco. Já ante o Qatar, entrou já na reta final do segundo tempo e ficou em campo por míseros 19 minutos.
Contra a Venezuela, nesta sexta-feira, no Maracanã, em jogo válido pelas quartas de final da Copa América, ele deve começar novamente no banco.
Mas, afinal, por que o atacante que já foi considerado como o sucessor de Messi na posição de líder técnico da Argentina tem tido tão poucas oportunidades?
Ao contrário de Mauro Icardi, centroavante da Inter de Milão que nem foi à Copa América e tem um histórico de polêmicas e demonstrações de possuir um caráter duvidoso, o problema de Dybala está todo dentro do campo.
Apesar de já fazer sucesso no cenário internacional há pelo menos cinco temporadas, o atacante nunca jogou bem pela seleção. A maior prova disso é que, até hoje, só conseguiu marcar um gol em 21 partidas com a camisa da equipe bicampeã mundial.
Para piorar, limitou bastante suas possibilidades de ser escalado depois de declarar, em uma entrevista dada dois anos atrás e que até hoje repercute bastante, que era difícil jogar ao lado de Messi, já que ambos costumam atuar na mesma faixa de campo.
A fase atual de Dybala também não ajuda. A temporada 2018/19 foi a pior dos seus quatro anos na Juventus. Depois da chegada de Cristiano Ronaldo a Turim, o argentino perdeu espaço no time, passou a frequentar o banco de reservas e só marcou dez vezes em 42 apresentações.
Com isso, sua saída do futebol italiano já começou a ser especulada pela imprensa europeia. Uma possibilidade é que ele seja incluído como parte do pagamento ao Manchester United na contratação de Paul Pogba, sonho de consumo da Juve. Outro rumor é que ele será negociado com o Bayern de Munique.
Essa é a 46ª edição da Copa América. O Uruguai é o maior campeão da história do torneio, com 15 títulos, um a mais que a Argentina. O Brasil já levantou o troféu oito vezes (1919, 1922, 1949, 1989, 1997, 1999, 2004 e 2007) e o Peru ficou com a taça em duas oportunidades (1939 e 1975).
Nesta edição do torneio, os argentinos tentam encerrar um jejum de 26 anos sem conquistar um título com sua equipe adulta. O último troféu levantado pela terra de Diego Maradona e Messi foi justamente uma Copa América, a de 1993.
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
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Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.