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Prima de Bolt é desafio para o Brasil na estreia na Copa do Mundo

Rafael Reis

08/06/2019 04h00

Em sua estreia na Copa do Mundo feminina de futebol, às 10h30 (de Brasília) deste domingo, em Grenoble (França), a seleção brasileira deve evitar apostar corridas contra a camisa 3 da Jamaica.

Afinal, a lateral direita Chanel Hudson-Marks tem a velocidade correndo no sangue. Ela é parente de ninguém menos que Usain Bolt, recordista mundial dos 100 m e dos 200 m rasos e um dos maiores nomes da história do atletismo.

Crédito: Getty Images

A jogadora e o velocista são primos de terceiro grau. Nesse grau de parentesco, um pai ou a mãe de um deles é primo direto do pai ou da mãe do outro.

O contato ente Hudson-Marks e Bolt sempre foi mínimo. A jogadora da seleção jamaicana nasceu no Canadá e viveu por lá até o final da adolescência. Só seis anos atrás pisou pela primeira vez na ilha caribenha e justamente para participar de uma festa que reuniu toda a família do primo ilustre.

Assim como sua parente, que mergulhou de vez no futebol quando entrou na Universidade de Memphis (EUA) e passou a disputar competições universitárias, o homem mais rápido do mundo também é um apaixonado pelo esporte mais popular do planeta.

Depois de se aposentar do atletismo em 2017, Bolt tentou a sorte com a bola nos pés. Ele chegou a treinar no Borussia Dortmund e passou por um período de testes no Central Coast Mariners, da Austrália, clube pelo qual participou de alguns amistosos e até fez gols.

Mas, ao contrário da prima de 21 anos, que se formou em economia e deve começar a trabalhar na área depois que retornar da competição na França, o astro do atletismo jamais passou perto de disputar uma Copa do Mundo.

"Vou fazer parte da história da Jamaica. Sendo de um país pequeno, há muito mais para se lutar e do que se orgulhar", disse Hudson-Marks, em entrevista ao site da Universidade de Memphis.

As jamaicanas nunca disputaram um Mundial. A seleção caribenha ocupa apenas a 53ª colocação no ranking da Fifa e está atrás de países como Papua Nova Guiné, Vietnã, Mianmar e Uzbequistão.

Uma parte considerável das companheiras da prima de Bolt carregam histórias como a dela. São filhas ou netas de imigrantes jamaicanos e cresceram nos Estados Unidos ou no Canadá, países onde o futebol feminino é muito mais popularizado e desenvolvido.

No total, são 15 "estrangeiras" entre as 23 convocadas para o Mundial pela adversária de estreia do Brasil.

Crédito: Reprodução

Essa é a oitava edição do Mundial feminino. Os Estados Unidos são os atuais campeões e também os maiores vencedores, com três títulos (1991, 1999 e 2015). Alemanha (2003 e 2007), Noruega (1995) e Japão (2011) também já ficaram com o troféu.

A melhor campanha brasileira foi o vice-campeonato de 2007. Além da Jamaica, adversária de estreia, a equipe de Marta, Cristiane, Formiga e cia. ainda terá pela frente Austrália e Itália no Grupo C.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis