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Opinião: Vinícius Júnior afasta "Neguebinha", e Tite precisa convocá-lo já

Rafael Reis

03/02/2019 04h00

A seleção brasileira enfrenta República Tcheca e um adversário ainda indefinido em março. Os primeiros amistosos de 2019 têm tudo para marcarem a estreia de Vinícius Júnior com a camisa amarelinha.

Se o bom momento vivido pelo atacante do Real Madrid já pressionava Tite a dar uma chance a Vinícius nos jogos preparatórios para a Copa América, a contusão sofrida por Neymar tornou a convocação ainda mais urgente.

Crédito: Manu Fernández/AP

A cria do Flamengo precisa estar na próxima lista do treinador porque atende perfeitamente às duas concepções mais tradicionais de como deve ser a montagem do elenco de uma equipe nacional.

Se seleção é momento, fica complicado encontrar um atacante brasileiro de lado de campo que esteja vivendo dias mais felizes que o garoto.

Neymar está machucado. Philippe Coutinho anda em guerra com a torcida do Barcelona. Malcom mal joga no clube catalão. Douglas Costa não consegue se firmar como titular da Juventus. Willian vai sofrendo com a fase ruim do Chelsea. E Richarlison já não mantém o mesmo rendimento do início da temporada.

Em compensação, Vinícius Júnior se transformou em um dos protagonistas do Real neste início de 2019. O brasileiro começou jogando nas últimas oito partidas do atual tricampeão europeu e tem sido um dos mais festejados pela torcida e pela imprensa espanhola.

Ah, mas o camisa 28 não faz gols… Bem, é verdade que o atacante não tem mostrado muito faro artilheiro – meteu só duas bolas nas redes em 19 apresentações. Por outro lado, ele é o jogador de todo o elenco do Real que mais distribuiu assistências na temporada, com dez passes para gol.

Em todo o futebol espanhol, só Lionel Messi (17) e Jordi Alba (14) têm sido melhores garçons que o brasileiro.

Já quem defende que a convocação de uma seleção não é um reflexo do momento, mas sim algo que precisa ser feito a partir da avaliação do potencial dos seus jogadores a longo prazo, também não tem como descartar Vinícius Júnior.

Afinal, o que esperar de um jogador que, com apenas 18 anos, já é titular do clube mais poderoso e vencedor de todo o planeta? Nesse caso, parece que o céu é o limite.

É claro que o atacante ainda tem muito a melhorar para se tornar um nome do primeiro escalão do futebol mundial. A finalização continua sendo seu principal ponto fraco. A parte física também precisa ser aprimorada. E ainda falta ao garoto a leitura de quando é necessário acelerar o jogo e quando é preciso só dar um passe de lado para esfriar o ritmo da partida.

Porém, mesmo seus críticos têm cada vez mais vergonha de chamá-lo de "Neguebinha", apelido jocoso que Vinícius recebeu nas redes sociais dos torcedores dos rivais do Flamengo logo no início da carreira.

Vinícius Júnior já superou (de longe) o Negueba original, ex-Flamengo, São Paulo e Coritiba, atualmente no Gyeongnam, da Coreia do Sul, e virou jogador de seleção. Falta apenas que Tite faça sua parte e o convoque para os amistosos de março.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis