5 motivos para acreditar em uma "zebra" neste Mundial de Clubes
Rafael Reis
18/12/2018 04h00
Desde 2013, o desfecho do Mundial de Clubes é sempre o mesmo. Muito mais rico e capaz de contratar jogadores de maior nível técnico do que os adversários vindos dos outros cantos do planeta, o representante europeu na competição festeja em dezembro o troféu concedido pela Fifa.
Bayern de Munique (2013), Real Madrid (2014, 2016 e 2017) e Barcelona (2015) construíram essa hegemonia, que foi quebrada pela última vez em 2012, quando o Corinthians derrotou o Chelsea e trouxe o título para o Brasil.
Mas será que essa história pode ter um final diferente em 2018? Será o River Plate (Al-Ain ou Kashima Antlers) capaz de desbancar o Real e dar uma cara nova para o Mundial?
Há pelo menos cinco fatores para acreditar nisso. Vamos a eles:
APAGÕES
Na quarta colocação do Campeonato Espanhol, o Real vem fazendo o pior início de temporada de sua história recente. Mais que isso, tem se notabilizado por várias atuações suficientemente ruins para ser derrotado por qualquer time minimamente competitivo. Só na atual temporada, já levou 5 a 1 do Barcelona, perdeu três jogos por 3 a 0 (para Sevilla, Eibar e CSKA Moscou) e também foi derrotado por Alavés e Levante. Se tiver um desses "apagões" contra um adversário como o River Plate, certamente sairá de campo com um resultado negativo.
ESTRELAS EM BAIXA
Eleito o melhor jogador do mundo em 2018, Modric não faz um gol desde a fase de grupos da Copa. Bale chegou a ficar 11 rodadas consecutivas do Campeonato Espanhol sem balançar as redes. Isco e Marco Asensio perderam espaço e foram parar no banco de reservas na gestão Solari. Um dos motivos do atual tricampeão europeu estar tão mal das pernas em 2018/19 é que seus atletas mais talentosos estão rendendo bem abaixo do que se espera deles.
PROBLEMAS FÍSICOS
Os grandes nomes do Real vêm sofrendo com problemas físicos na atual temporada. Bale e Casemiro estão neste momento se recuperando de contusões. Marcelo sofreu três lesões musculares nos últimos meses. O resultado disso é que o clube madrileno tem precisado apelar para jovens (como o zagueiro Javi Sánchez e o lateral esquerdo Sergio Reguilón) que dificilmente teriam oportunidades se não fossem esse excesso de questões médicas.
TROCAS DE COMANDO
Só nos últimos sete meses, o Real teve três técnicos diferentes. Até o fim da temporada passada, era dirigido por Zinédine Zidane. Do começo de 2018/19 até outubro, quem comandou a equipe foi Julen Lopetegui. E, desde então, Santiago Solari, ex-comandante do Castilla, dá as cartas no time principal. As alterações nas formas de trabalho e estilo de jogo fizeram dos merengues um time em formação, que ainda não encontrou seu melhor futebol.
ADVERSÁRIO DE PESO
Os pontos negativos do Real não são a única força que pode tirar o Mundial de Clubes-2018 do futebol europeu. O principal adversário da equipe de Casemiro, Marcelo e Vinícius Jr. nos Emirados Árabes é muito estruturado e forte. Campeão da Libertadores, o River Plate mantém o mesmo técnico (Marcelo Gallardo) desde 2014 e tem vários talentos dignos de atuar no atual escalão do Velho Continente, como os meias Exequiel Palacios e Juan Quintero.
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
Sobre o Blog
Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.