Ex-Cruzeiro conta com coaching e Zico para disputar Mundial de Clubes
Rafael Reis
09/11/2018 04h00
No começo de 2018, o volante brasileiro Léo Silva, ex-Cruzeiro e Botafogo, estabeleceu três metas para o ano: marcar pelo menos seis gols, alcançar um número elevado de assistências e conquistar um título importante pelo Kashima Antlers, clube que defende desde 2016.
Os objetivos não foram traçados à toa. Eles são parte de um acompanhamento de oito anos do jogador com o coach Lulinha Tavares, que já passou por Palmeiras e no Vasco. Um trabalho que, de acordo com o meio-campista, transformou sua carreira.
"Sinto muita diferença na comparação entre o antes e o depois. Principalmente dentro de campo, melhorei bastante depois que passei a fazer um trabalho de coaching. A cada ano, coloco novas metas e geralmente consigo cumpri-las", disse.
Pelo menos dois dos três objetivos de 2018 estão prestes a ser atingidos. Léo Silva já meteu cinco bolas nas redes nesta temporada e pode levantar neste sábado a taça da Liga dos Campeões da Ásia.
Kashima Antlers venceu o Persepolis no primeiro jogo da decisão por 2 a 0, com direito a um gol do volante brasileiro. Os japoneses só perdem o título e a vaga para o Mundial de Clubes se forem derrotados por pelo menos três gols de diferença no Irã – um outro 2 a 0 leva a disputa para a prorrogação.
"Será o título mais importante da minha carreira e também o maior da história do clube, um dos poucos que ele nunca conquistou. Estamos todos na expectativa para entrar para a história do Kashima", afirmou o jogador de 32 anos.
Dentro do elenco, Léo Silva conta com a ajuda de outros dois brasileiros: o meia-atacante Serginho, ex- Santos, que também balançou as redes no jogo de ida da final, e o atacante Leandro, ex-Palmeiras e Grêmio, que está machucado.
Mas o maior colaborador do volante está fora dos gramados. Zico, ídolo número um do Kashima e responsável direto pela consolidação do futebol profissional no Japão, retornou ao clube em julho como diretor-técnico.
"Zico até hoje é uma referência para todo mundo aqui dentro. Depois do primeiro jogo da final, ele me parabenizou e pediu para que continuássemos focados para conquistar o título", explicou.
Totalmente adaptado à vida no Japão, sua casa desde 2013, e sem nenhuma expectativa de retornar ao futebol brasileiro, Léo Silva tem pelo menos mais um objetivo construído ao lado do seu coach para cumprir antes da aposentadoria.
"Quero conseguir fazer história no Japão e deixar meu nome gravado aqui. Mas acho que só conquistar títulos não é suficiente. É preciso mais, é necessária uma ligação com o país. Mergulhei na cultura deles, respeito demais o povo. Acho que só falta ser eleito o melhor jogador da liga japonesa."
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
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Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.