Como David Luiz ganhou vida nova com Sarri e virou pilar do Chelsea
Rafael Reis
24/10/2018 04h20
No primeiro semestre deste ano, David Luiz disputou apenas quatro partidas oficiais. Uma sequência de lesões no tornozelo e no joelho, além de problemas de relacionamento com o técnico Antonio Conte, transformaram o brasileiro em praticamente um turista nos compromissos do Chelsea.
Mas tudo mudou com a virada da temporada. O zagueiro não apenas recuperou seu lugar como titular, mas também virou uma das peças-chaves do esquema montado pelo novo treinador da equipe, o também italiano Maurizio Sarri.
Não à toa, David Luiz ficou em campo durante os 90 minutos de todos os nove jogos disputados até o momento pelo Chelsea no Campeonato Inglês. O defensor só ganhou descanso nas partidas da Liga Europa –o time enfrenta o Bate Borisov, nesta quinta-feira, pela terceira rodada da fase de grupos.
O brasileiro de 31 anos é hoje o jogador mais experiente da linha defensiva considerada titular pelo técnico. Além dele, costumam jogar o goleiro Kepa (24), o lateral direito César Azpilicueta (29), o zagueiro Antonio Rüdiger (25) e o lateral esquerdo Marcos Alonso (27).
"Gostei muito das suas qualidades como homem. Ele é direito. Se precisar falar algo com o técnico, vem diretamente para mim. Gosto muito de pessoas diretas", afirmou Sarri, no começo do mês.
Mas não é só a liderança exercida por David Luiz sobre seus companheiros, principalmente os do sistema defensivo, que fizeram o zagueiro ressurgir no Chelsea. A volta por cima do brasileiro também engloba razões táticas e técnicas.
Com Sarri, o clube inglês passou a trocar mais passes e fez sua média de posse de bola saltar de 54,4% na temporada passada para 62,3%, segundo o "WhoScored?", site especializado nas estatísticas do futebol.
Esse novo estilo de jogo favorece David Luiz, um zagueiro que costuma se destacar com a bola nos pés e que até já atuou no meio-campo devido a essa características.
Além disso, o Chelsea versão 2018/19 pressiona mais a saída de bola adversária do que o time de Conte, que era bem chegado se posicionar atrás para apostar em contra-ataques.
A marcação adiantada obriga que os zagueiros se adiantem em campo e tenham velocidade de recuperação para apostar corrida conta os atacantes adversários, outra virtude do futebol do camisa 30. Um dos poucos momentos de crítica foi no drible sofrido por Mata no empate por 2 a 2 contra o Manchester United, no último fim de semana.
Após ficar fora até da zona de classificação para a Liga dos Campeões no último Campeonato Inglês, o Chelsea tem se mantido na briga no topo da Premier League neste começo de temporada. O time de David Luiz ocupa a terceira posição, com 21 pontos, apenas dois a menos que Manchester City e Liverpool.
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
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Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.