Ex-seleção até muda de clube, mas completa 18 meses sem sair do banco
Rafael Reis
20/10/2018 04h00
2 de abril de 2017. Essa é a data da última partida oficial disputada por um goleiro que já foi campeão da Libertadores, vestiu a camisa da seleção brasileira e era visto muitos como futuro dono da meta pentacampeã mundial.
Há um ano e meio sem jogar, Rafael Cabral não sofreu nenhuma grave contusão que justifique o longo período afastado dos gramados. Na verdade, ele passou esse tempo todo sentadinho no banco de reservas.
Até o final da temporada passada, o campeão sul-americano de 2011 pelo Santos era o terceiro goleiro do Napoli. Na última janela de transferências, aproveitou que seu contrato estava no fim e decidiu mudar de ares.
O destino escolhido foi a Sampdoria, que havia acabado de negociar seu goleiro titular, Emiliano Viviano, para o futebol português. Mas, mesmo com essa brecha, a rotina de Rafael no novo clube não mudou tanto assim.
Nas primeiras oito rodadas do Campeonato Italiano, o brasileiro não saiu do banco. Nem mesmo na Coppa Italia, competição em que muitos clubes têm o hábito de escalar o goleiro reserva, ele recebeu uma chance.
O escolhido do técnico Marco Giampolo para ser o novo dono da camisa 1 do time é Emil Audero. O jovem de 21 anos é o titular da seleção italiana sub-21 e está emprestado pela Juventus até o fim da temporada.
Além do preferido do treinador, Rafael ainda disputa a vaga de primeiro reserva com o esloveno Vid Belec, que está no clube desde janeiro e já defendeu a Inter de Milão.
Integrante da mesma geração de Neymar e Paulo Henrique Ganso no Santos, o goleiro fez sucesso imediato assim que subiu para o profissional, em 2010. No ano seguinte, ganhou a Libertadores e já foi convocado pela primeira vez para a seleção –só não disputou os Jogos Olímpicos de Londres-2012 devido a uma lesão.
Rafael trocou a Vila Belmiro pelo futebol italiano em 2013. Nas duas primeiras temporadas no Napoli, foi titular e parecia estar construindo a carreira que boa parte dos torcedores brasileiros imaginava para ele.
Mas o goleiro perdeu a posição em 2015, e nunca mais conseguiu recuperá-la. Desde março daquele ano, jogou apenas duas vezes, ambas no primeiro semestre de 2017: na vitória por 3 a 1 sobre o Spezia, pela Coppa Italiana, e no empate por 1 a 1 contra a Juventus, pela liga nacional.
Durante esse tempo todo afastado do time titular, o goleiro de 28 anos teve algumas sondagens para retornar ao Brasil (a principal delas, do São Paulo). Mas Rafael preferiu continuar na Itália e, consequentemente, no banco.
A Sampdoria ocupa a quinta colocação no Italiano, com 14 pontos. Sua próxima partida acontece nesta segunda-feira, contra o Sassuolo, em casa. Se vencer, a equipe pode entrar na zona de classificação para a Liga dos Campeões.
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
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Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.