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Quem vai ganhar a Copa? Sinceramente, não tenho a menor ideia

Rafael Reis

29/06/2018 04h20

Brasil, Espanha, França e Alemanha. Antes de a Copa começar, eu tinha certeza que a próxima campeã mundial seria uma dessas quatro seleções.

Por motivos que o planeta inteiro assistiu ao longo das duas últimas semanas, a convicção não resistiu às primeiras 48 partidas da Rússia-2018. Encerrada a fase de grupos, a única certeza que tenho é que não vou mais palpitar sobre o time favorito para levantar o troféu mais cobiçado do futebol.

Não que meu desejo seja ficar em cima do muro. Longe disso. É que qualquer prognóstico que eu (ou qualquer outro analista amador ou profissional de futebol) venha a fazer nesta Copa não passa de um mero chute.

O equilíbrio da bola jogada nos gramados russos é tão grande que qualquer uma das 16 seleções classificadas para as oitavas de final pode se sagrar campeã.

Bem, talvez seja exagero incluir Rússia, Dinamarca e Japão neste grupo. Mas as outras 13, não.

Ou você, leitor, tem coragem de cravar que a Croácia, que venceu seus três jogos na fase de grupos e colocou a Argentina na roda, não conquistará o título?

Eu não tenho. Assim como não considero impossível uma conquista da Suécia, que despachou Holanda e Itália nas eliminatórias antes de ficar à frente da Alemanha na fase de grupos, ou mesmo da Suíça. Afinal, a seleção que segurou o Brasil pode fazer o mesmo contra qualquer outro adversário.

Se não é possível fazer um prognóstico exato sobre o que vai acontecer na Copa a partir de agora, pelo menos dá para analisar o que já rolou no Mundial até o momento.

A Croácia foi a seleção mais regular da primeira fase. Jogou demais contra Nigéria e Argentina e só baixou um pouco de nível ante a Islândia porque já estava classificada e mal corria risco de perder a liderança da chave.

A Espanha, por outro lado, é a equipe que melhor jogou em um determinado momento, a que atingiu o nível mais alto de jogo coletivo. Sua atuação no empate por 3 a 3 contra Portugal, logo na estreia, foi primorosa. Só não venceu a partida porque Cristiano Ronaldo teve o melhor desempenho individual de um jogador nesta edição.

Já a França foi o grande desperdício de talento da fase de grupos. Apesar de ter se classificado com relativa tranquilidade, passou seus três primeiros jogos na Rússia jogando com o menor esforço possível e dando impressão de que pode render muito mais.

O Brasil também não atingiu todo o potencial que tem. Mas a vitória sobre a Sérvia de que a trajetória da equipe de Tite no Mundial parece ser bem ascendente.

Quanto à decepção, acho que não há dúvidas. Por mais que a Argentina tenha se esforçado muito para passar vergonha, não há vexame maior do que histórica queda da atual campeã, Alemanha, na fase de grupos. Isso é quase indiscutível.

Bem, essas são as minhas avaliações sobre a primeira fase da Copa do Mundo. Nos próximos dias, continuarei falando do Mundial neste mesmo espaço. Só prometo que não farei nenhuma previsão sobre qual será a seleção campeã.  Porque, para essa pergunta, ninguém tem a resposta.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis