China "invade" Copa do Mundo e chega até a seleções favoritas
Rafael Reis
08/06/2018 04h30
Maior "novidade" do Mercado da Bola global nos últimos quatro anos, o futebol chinês estará em peso na Copa do Mundo-2018. Se não no número de jogadores, pelo menos nas camisas que eles vestem.
O caso de Renato Augusto, que conseguiu manter seu espaço na seleção brasileira mesmo atuando há três temporadas no Beijing Guoan, está longe de ser algo isolado.
Das cinco seleções mais bem posicionadas no ranking da Fifa, nada menos que quatro levarão à Rússia-2018 pelo menos um jogador que atua por um clube do país mais populoso do planeta.
A Bélgica, terceira na lista, tem o meia Axel Witsel (Tianjin Quanjian) e o ala esquerdo Yannick Ferreira-Carrasco (Dalian Yifang) como seus representantes da China. A Argentina, quarta, conta com o zagueiro-volante Javier Mascherano, que trocou em janeiro o Barcelona pelo Hebei Fortune.
Já Portugal, atual campeã europeia e quinta seleção na classificação da Fifa, convocou o zagueiro José Fonte, companheiro de Ferreira-Carrasco no Dalian Yifang.
Das seleções que ocupam o top 5 do ranking, apenas a Alemanha, vencedora da Copa-2014 e líder da lista, não tem nenhum jogador em seu elenco que já se rendeu aos salários estratosféricos pagos pela China.
Além de Brasil, Bélgica, Alemanha e Portugal, outros países terão no Mundial da Rússia representantes do futebol chinês: a Nigéria (John Obi Mikel e Odion Ighalo) e a Coreia do Sul (Kim Young-gwon).
O número de jogadores que atuam no gigante asiático na Copa-2018 não será tão diferente do que foi quatro anos atrás. Em 2014, foram seis convocados. Agora, oito. Mas basta olhar as seleções que eles defendem para entender a revolução em curso no futebol chinês.
No Mundial passado, os chineses atuaram por Austrália, Honduras, Bósnia e Coreia do Sul, equipes que não passaram da fase de grupos. Agora, eles estão em times com chances reais de conquistar o título.
Nos últimos quatro anos, os clubes da primeira divisão da China investiram quase 1,3 bilhão de euros (R$ 5,8 bilhões) para inserir o país no mapa do futebol mundial. Jogadores que fizeram sucesso na Europa, como o brasileiro Oscar e o argentino Carlos Tévez, passaram ou ainda estão por lá.
A injeção de dinheiro faz parte de um projeto do governo chinês para popularizar o esporte número 1 do planeta e transformar a China em uma força relevante da modalidade nas próximas décadas.
A seleção chinesa só participou de uma edição da Copa do Mundo, em 2002, e foi eliminada sem somar nenhum ponto e nem fazer gol. Nas eliminatórias para 2018, o país ficou a um ponto de disputar a repescagem asiática.
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
Sobre o Blog
Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.