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Xodó de Tite, Taison vive seca de 6 meses e soma mais cartões que gols

Rafael Reis

21/03/2018 04h00

No dia 13 de setembro do ano passado, Taison fez o gol que abriu caminho para a vitória por 2 a 1 do Shakhtar Donetsk sobre o Napoli, pela primeira rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa.

O chute de pé esquerdo, dado após passe do argentino Facundo Ferreyra, foi a última finalização do ex-jogador do Internacional que balançou as redes adversárias.

É isso mesmo: o atacante convocado por Tite para os amistosos contra Rússia e Alemanha e candidato real a uma das 23 vagas da seleção brasileira para a Copa do Mundo-2018 não faz um golzinho sequer há mais de seis meses.

O jejum de Taison já dura 21 partidas, 20 pelo time ucraniano, além de uma apresentação com a camisa amarelinha –3 a 1 sobre o Japão, em novembro.

O tamanho da seca do camisa 7 do Shakhtar chama atenção mesmo quando comparado à produção ofensiva de jogadores da seleção que atuam em posições mais defensivas… e que têm menos obrigação de fazer gols.

O zagueiro Marquinhos, do PSG, marcou pela última vez no final de janeiro. O volante Fernandinho, do Manchester City, também. Já o lateral esquerdo Marcelo, do Real Madrid, fez seu último gol há pouco mais de um mês.

Em toda a temporada 2017/18, Taison acumula apenas dois golzinhos (também marcou contra o PFK Stal, em julho, pelo Campeonato Ucraniano) e sete assistências. Ele foi a campo em 29 oportunidades.

Até o número de cartões recebidos pelo jogador de 30 anos é maior do que a quantidade de bolas que ele empurrou para as redes. Na verdade, bem maior.

Taison já ganhou seis cartões amarelos nesta temporada. O triplo do número de gols que marcou.

No esquema tático do Shakhtar, time que defende desde 2013, o jogador revelado nas categorias de base do Internacional não é um centroavante. Mas faz parte do sistema ofensivo do time.

O gaúcho de Pelotas costuma se revezar entre duas funções. Na maior parte dos jogos, é um camisa 10 moderno, um híbrido entre meia-armador e segundo homem de ataque, posição semelhante à de Lionel Messi no Barcelona.

Mas, em algumas partidas, Taison também é usado como homem da faixa esquerda do ataque, posto que normalmente é exercido no Shakhtar pelo brasileiro Bernard.

O atacante trabalhou com Tite logo no início de sua trajetória como jogador profissional. No final da década passada, ambos estavam no Inter que conquistou a Copa Sul-Americana de 2008 e o Campeonato Gaúcho de 2009.

Logo que assumiu o comando da seleção, em 2016, o treinador recorreu a seu antigo pupilo. Taison esteve na primeira convocação do atual comandante do Brasil, estreou no segundo jogo de Tite à frente da equipe e vem se mantendo desde então como candidato a participar da Copa-2018… Mesmo quase sem fazer gols.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis