Quem será o quarto nome da zaga da seleção brasileira na Copa-2018?
Rafael Reis
28/12/2017 04h30
Qualquer torcedor que esteja acompanhando de perto as convocações e partidas da seleção é capaz de cravar hoje 60% ou 70% dos jogadores que farão parte do elenco brasileiro na Copa do Mundo.
Mas, faltando pouco menos de seis meses para o pontapé inicial da competição, nem o técnico Tite é capaz de dizer qual será o quarto nome da zaga brasileira na Rússia-2018.
Os titulares Marquinhos (PSG) e Miranda (Inter de Milão) são nomes certos na lista e só correm risco se algo fora do comum acontecer, assim como o reserva Thiago Silva (PSG). Só o que o outro nome para a função é uma questão ainda longe de ser resolvida.
Jemerson (Monaco), Rodrigo Caio (São Paulo), David Luiz (Chelsea) e Gil (Shandong Luneng) apareceram nas convocações mais recentes. Mas nenhum deles conseguiu deixar Tite 100% convicto de que merece ir à Copa.
Quem mais se aproximou desse status foi Gil. Jogador de confiança do treinador desde os tempos em que eram parceiros no Corinthians, ele esteve presente em cinco das sete primeiras convocações do mentor e parecia com vaga encaminhada para o Mundial.
Mas, desde que cometeu um erro de posicionamento no gol da derrota por 1 a 0 para a Argentina, em amistoso disputado em junho, o zagueiro que hoje atua no futebol chinês não foi mais lembrado por Tite.
Quem se beneficiou do sumiço de Gil das convocações foi Jemerson. O ex-jogador do Atlético-MG esteve apareceu nas últimas três listas e ficou sentado no banco nas rodadas finais das eliminatórias.
Mas pesam contra o defensor a pouca experiência na seleção (só dois jogos, ambos amistosos, contra Austrália e Japão) e também as atuações desastrosas pelo Monaco em algumas das partidas mais difíceis da temporada, como a goleada por 4 a 1 sofrida ante o RB Leipzig, na Champions.
Se experiência fosse o principal critério da escolha do quarto zagueiro brasileiro na Copa-2018, a vaga certamente ficaria com David Luiz. O problema é que o veterano do Mundial passado não consegue repetir o bom futebol que o redimiu na temporada 2016/17 e foi parar no banco do Chelsea.
Além disso, o cabeludo ainda sofre com uma certa rejeição da torcida pelo excesso de brincadeiras e a displicência tática que marcaram suas atuações em 2014.
O quarto nome da lista, Rodrigo Caio, é muito admirado por Tite graças a seu caráter e personalidade. Por isso, vira e mexe aparece na seleção quando um dos zagueiros que atuam no exterior é cortado. Só que o são-paulino atua no Brasil. E não é nem o melhor zagueiro do futebol brasileiro.
O posto, sem dúvida nenhuma, pertence a Pedro Geromel, capitão do Grêmio na conquista da Libertadores e destaque do time gaúcho no vice-campeonato do Mundial de Clubes.
Apesar de ter sido convocado pela seleção pela última vez em janeiro, o veterano de 32 anos vive o melhor momento de sua carreira, está jogando mais bola que os adversários diretos por uma vaga na Copa e conta com muito apoio popular.
Se Geromel mantiver o nível no primeiro semestre de 2018, é bem possível que convença Tite a lhe dar uma nova oportunidade e ocupe essa tão indefinida quarta vaga para a zaga da seleção brasileira no Mundial da Rússia.
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
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Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.