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Rafael Reis

CR7 iguala recorde de Messi, mas quem entrará para a história como melhor?

Rafael Reis

23/10/2017 17h55

Cristiano Ronaldo conseguiu. Com toda justiça e merecimento do mundo, o atacante do Real Madrid conquistou nesta segunda-feira seu quinto título de melhor jogador do planeta e igualou o recorde de Lionel Messi.

Agora, as duas maiores referências do futebol mundial no século 21 estão rigorosamente empatadas. O argentino foi o craque máximo de 2009, 2010, 2011, 2012 e 2015. Já o português faturou o troféu da Fifa/Bola de Ouro/The Best em 2008, 2013, 2014, 2016 e 2017.

A situação de igualdade levanta novamente uma questão que é recorrente desde que a dupla tomou as rédeas do esporte, uma década atrás. No futuro, quando a carreira de ambos tiver chegado ao fim, quem será lembrado como melhor: Messi ou Cristiano Ronaldo?

Fugi dessa pergunta por muito tempo. Afinal, o camisa 10 do Barcelona e o número 7 do Real Madrid ainda tinham muito futebol pela frente e poderiam transformar completamente suas histórias. Ou seja, a resposta para essa questão ainda estava sendo escrita.

Mas agora, com os dois craques já na casa dos 30 anos e caminhando para a reta final de suas trajetórias como jogadores profissionais, chegou o momento de se arriscar a dar uns pitacos sobre o tema.

A frieza dos números não ajuda muito a tomar uma decisão. Além do empate no número de prêmios de melhor jogador do mundo, ambos possuem quatro troféus de Liga dos Campeões da Europa, o torneio interclubes mais importante do planeta.

Cristiano Ronaldo conquistou um título importante por sua seleção, a Eurocopa-2016, algo que ainda falta à carreira de Messi. Só que o argentino ganhou mais campeonatos nacionais (oito, contra cinco) e disputou uma final de Copa do Mundo.

O número de gols marcados ao longo da carreira também não é muito diferente. CR7 já meteu 615 bolas na rede como profissional. Messi, dois anos mais novo do que seu arquirrival, está se aproximando do 600º gol –tem 594.

Se os números e os dados concretos são insuficientes para definir qual é o melhor jogador da geração que despontou no início da década passada e continua mandando no futebol mundial, é necessário apelar para a subjetividade.

E se a escolha não é objetiva, ele pode ser contestada. Resumindo: escolher o melhor entre Messi e Cristiano Ronaldo não é nada mais do que uma questão se gosto individual, que precisa ser respeitada.

Na minha opinião, o argentino tem uma ligeira vantagem sobre o português graças a um quesito: seu auge.

Em seus melhores dias, Messi foi chamado de extraterreste, comparado a Pelé e tratado como alguém que deixou qualquer outro jogador da história do Barcelona no chinelo. Já Cristiano Ronaldo, por melhor que seja, nunca alcançou esse patamar: sempre foi visto como um mortal, um mortal melhor que os outros, mas ainda sim um reles mortal.

Eis o meu critério de desempate para essa delicada questão.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.