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Carrasco do Brasil no Mundial sub-17 é cria de ex-auxiliar de Ceni

Rafael Reis

26/10/2017 04h30

Auxiliar de Rogério Ceni durante a maior parte do tempo em que o ex-goleiro foi técnico do São Paulo, o inglês Michael Beale teve um papel essencial na eliminação da seleção brasileira do Mundial sub-17.

Afinal, foi ele quem descobriu e lapidou o atacante Rhian Brewster, 17, herói da classificação inglesa para a decisão da Copa do Mundo juvenil e, consequentemente, algoz da equipe amarelinha.

Artilheiro da competição, com sete gols, e candidato à Bola de Ouro, o centroavante do Liverpool marcou os três gols da Inglaterra na vitória por 3 a 1 sobre o Brasil, na quarta-feira, pela semifinal do Mundial.

Brewster trabalhou com Beale quando ele ainda era funcionário das categorias de base do Chelsea. Anos mais tarde, quando o ex-auxiliar de Ceni trocou o Stamford Brige pelo centro de formação de jogadores do Liverpool, o pupilo também tratou de fazer sua mudança.

"Ele foi ótimo [como meu treinador] e me ajudou demais. Sei que me tornei um jogador melhor graças aos meus técnicos da base", disse o centroavante, sobre o mestre, em entrevista ao site oficial do Liverpool, em março.

Beale ficou no futebol brasileiro durante seis meses. Entre janeiro e junho, ele fez parte da comissão técnica do São Paulo. Antes mesmo da queda de Ceni, ele pediu demissão do cargo, alegando dificuldades de adaptação ao país e saudades da família.

Já Brewster acumula seis gols em 14 partidas pela equipe sub-23 do Liverpool, onde enfrenta adversários até seis anos mais velhos, mas ainda não estreou no time principal, mas já ficou no banco de reservas de um jogo da Premier League –contra o Crystal Palace, em abril.

Em alta no futebol inglês, o atacante recebeu várias propostas de empréstimo na última janela de transferências. Mas todas foram negadas devido a um pedido especial feito pelo técnico Jürgen Klopp. Um indício de que ele pretende dar novas oportunidades ao garoto nesta temporada.

"Eu venho acompanhando o desenvolvido deste garoto há mais de um ano e posso dizer que ele é muito forte fisicamente, tem habilidades maravilhosas e é um atacante de verdade, um bom finalizador e ótimo trabalhador", afirmou o treinador da equipe adulta.

Fã de Luis Suárez, de quem diz copiar o estilo, Brewster nem era dos principais apostas da Inglaterra para tentar conquistar pela primeira vez o Mundial sub-17. O jogador chegou à Índia menos badalado que Jadon Sancho (Borussia Dortmund), Phil Foden (Manchester City) e Angel Gomes (Manchester United).

Só que nos mata-matas, foi ele que assumiu o protagonismo. O camisa 9 marcou três vezes na goleada por 4 a 1 sobre os Estados Unidos, nas quartas de final, e mais três na semifinal ante o Brasil.

É por isso que na decisão do Mundial sub-17, contra a Espanha, neste sábado, todos os olhos estarão voltados para Rhian Brewster, o garoto descoberto e lapidado por um ex-auxiliar de Rogério Ceni no São Paulo.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis