Quarentões da Libertadores jogam na linha e são "donos" de times
Rafael Reis
08/03/2017 04h00
Aqueles que ainda pensam que lugar de jogador veterano é no gol devem dar uma espiadinha na Libertadores-2017.
A competição interclubes mais importante da América do Sul, cuja fase de grupos teve início na última terça-feira, conta com três atletas inscritos que já entraram na casa dos 40 anos… e todos eles atuam na linha.
O mais velho deles é também o mais conhecido do torcedor brasileiro. Aos 42 anos e oito meses, Zé Roberto tentará alcançar com a camisa do Palmeiras um dos poucos títulos que faltam em sua carreira.
O veterano é titular absoluto do atual campeão brasileiro, seja atuando como lateral esquerdo ou no meio-campo, e, apesar de não carregar a braçadeira de capitão, é um dos líderes do elenco.
Apesar da longa carreira, Zé Roberto não disputou tantas Libertadores assim. Esta será apenas a quinta participação do veterano na competição. Na melhor delas, em 2007, chegou à semifinal com o Santos.
Remanescente da Copa do Mundo-1998, assim como o brasileiro, o argentino Juan Sebastián Verón, que completa 42 anos nesta quinta-feira, é outra das atrações da competição sul-americana nesta temporada.
O ex-volante de Manchester United, Chelsea e Inter de Milão encerrou uma aposentadoria de dois anos e meio para voltar a vestir a camisa do Estudiantes na Libertadores.
Verón não teve problemas para convencer o técnico Nelson Vivas a lhe dar uma nova oportunidade. Isso porque, desde outubro de 2014, o meio-campista é o presidente do clube de La Plata.
Ao contrário de Zé Roberto, o argentino já possui uma Libertadores no currículo. Em 2009, ele liderou o Estudiantes na campanha que encerrou um jejum de 39 anos sem o título continental, na decisão contra o Cruzeiro.
O terceiro "quarentão" do torneio continental é o menos conhecido de todos. Aos 40 anos e sete meses, o atacante Ysrael Zúñiga é capitão e ídolo do Melgar, time peruano que irá enfrentar River Plate, Emelec e Independiente Medellín na fase de grupos.
Profissional desde 1995, o atacante é um dos maiores artilheiros da história do futebol do Peru –tem 152 gols no campeonato nacional, mesma marca de Teófilo Cubillas, ídolo dos anos 1960, 1970 e 1980.
Zúñiga não é mais titular do Melgar, mas ainda faz seus golzinhos e já marcou duas vezes em 2017, ano que deve marcar sua despedida do futebol profissional.
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
Sobre o Blog
Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.