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Como um time com 23% das receitas do Palmeiras virou o "rei" da América

Rafael Reis

13/12/2016 06h00

O melhor time da América do Sul em 2016 pode ser considerado pobre na comparação com clubes brasileiros.

Campeão da Libertadores e vice da Sul-Americana, o colombiano Atlético Nacional arrecadou no ano passado o equivalente a apenas 23% das receitas do Palmeiras.

De acordo com a Superintendência de Sociedades, órgão que monitora as contas das empresas colombianas, a equipe de Medellín faturou 72,1 bilhões de pesos em 2015, ou seja, R$ 81,4 milhões.

O valor equivale a 23% da arrecadação total do atual campeão brasileiro, que no ano passado colocou nos seus cofres algo em torno de R$ 350 milhões.

A receita anual do Atlético Nacional em 2015 foi semelhante à do Coritiba (R$ 85 milhões). Todos os 12 maiores clubes do Brasil ganharam mais dinheiro do que o campeão da Libertadores.

A diferença de poderio financeiro fica clara no comportamento no Mercado da Bola. Em junho, o Santos conseguiu tirar o atacante Jonathan Copete do clube colombiano. E o Palmeiras chegou a conversar recentemente com a equipe alviverde a respeito de sua maior estrela, o centroavante Miguel Borja.

O maior salário do elenco do Nacional é o do meia Macnelly Torres, que recebe mensalmente o equivalente a R$ 140 mil. Boa parte dos titulares dos grandes clubes brasileiros ganha mais do que isso.

Mas, apesar da diferença financeira enorme em relação aos times do futebol pentacampeão mundial, o Atlético Nacional é o time mais rico da Colômbia e tem uma das melhores saúdes financeiras do continente.

Seu faturamento triplicou ao longo dos últimos seis anos. Com a premiação pela conquista da Libertadores e a participação no Mundial, estima-se que sua receita suba 32% em 2016.

E isso, mesmo tendo abdicado dos US$ 2 milhões (R$ 6,7 milhões) que ganharia se vencesse a final da Sul-Americana –abriu mão do título e da premiação que poderia receber em prol da Chapecoense, sua adversária na decisão.

Clube-empresa, o Atlético Nacional é comandado há duas décadas por Carlos Ardila Lülle, o terceiro homem mais rico da Colômbia, com fortuna estimada em US$ 1,92 bilhão (R$ 6,5 bilhões), e dono de vários canais de TV e da fábrica de bebidas Postobon.

Com o dinheiro de Lülle e um investimento pesado nas categorias de base, o clube colombiano conseguiu montar um elenco que mescla garotos formados em casa e jogadores que se destacaram em times menos abastados do mercado interno.

E, com essa fórmula, conseguiu virar o melhor time da América do Sul… mesmo arrecadando só 23% das receitas do Palmeiras.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis