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Rafael Reis

Debandada e crises de Cosmos e time de Ronaldo põem em risco liga dos EUA

Rafael Reis

11/12/2016 06h00

Considerada a segunda divisão do futebol profissional dos Estados Unidos, a NASL (North American Soccer League) está à beira do colapso.

A liga, que conta com as participações do tradicional New York Cosmos e do Fort Lauderdale Strikers, time que tem Ronaldo como um dos proprietários, pode ser reclassificada e corre até risco de ter de fechar as portas.

NASL

Os motivos principais são a debandada de equipes para as outras ligas do soccer e os problemas financeiros enfrentados por algumas das franquias vitais para sua sobrevivência.

Dos 12 times que disputaram a última edição da NASL, três não voltarão para a próxima temporada porque decidiram migrar para outras ligas.

O Minnesota United, uma das equipes de maior público da competição, estreará em 2017 na MLS (Major League Soccer), o primeiro escalão do futebol nos EUA.

Já o Ottawa Fury e o Tampa Bay Rowdies preferiram deixar a liga para disputar a USL (United Soccer League), liga equivalente à terceira divisão nacional, mas que tem apresentado resultados financeiros melhores que a NASL.

Além disso, outros quatro dos seus participantes estão enfrentando problemas financeiros que ameaçam a continuidade na liga e até mesmo sua existência.

Um deles é o Fort Lauderdale Strikers. Comandado por um grupo de empresários brasileiros, entre eles Ronaldo Fenômeno, o time da Flórida está à venda. De acordo com a imprensa americana, os atuais proprietários já informaram a liga que não manterão a operação por muito tempo.

Atrasos nos salários e dispensa de jogadores e funcionários também têm feito parte da rotina do Jacksonville Armada e do Rayo OKC.

Para piorar, a situação do New York Cosmos, franquia símbolo da NASL e que já teve Pelé, Beckenbauer e Carlos Alberto Torres nas décadas de 1970 e 1980, é ainda mais crítica.

O time tem perdido torcedores e, principalmente, mercado para as outras duas equipes da cidade, o New York Red Bulls e o New York City, que participam da MLS.

A franquia já demitiu todos os jogadores que ainda tinham contrato e, sem acordo de locação de nenhum estádio, ficou impossibilitada de vender ingressos para a próxima temporada e antecipar receitas.

Fechado por "tempo indeterminado", o atual campeão não estará na próxima temporada e tentará voltar em 2018, um baque que pode custar a própria existência da NASL.

A liga, que já corre o risco de perder o posto de "segunda divisão" para a USL pode ter em 2017 a participação de apenas seis equipes, o que a deixaria praticamente inviável do ponto de vista financeiro.

Na melhor das hipóteses, a próxima temporada da NASL terá nove times –os oito sobreviventes, além do estreante San Francisco Deltas.

A liga já faliu uma vez, em 1984, e ficou 26 anos sem ser disputada até renascer cinco anos atrás. Agora, corre risco mais uma vez.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.