Longe de indicação, Neymar merece 6º lugar em prêmio de melhor do mundo
Rafael Reis
29/11/2016 06h00
A Fifa divulga nesta sexta-feira os três finalistas do prêmio de melhor jogador do mundo. E, apesar da empolgação do seu estafe com a regra que permite votos de torcedores na eleição, Neymar não deve estar entre os indicados.
O motivo é bem simples: o atacante brasileiro não está entre os três atletas que melhor jogaram futebol no planeta em 2016.
Não é preciso pensar muito para achar, não três, mas apenas cinco nomes que merecem mais o prêmio que o camisa 11 do Barcelona neste ano: Cristiano Ronaldo, Gareth Bale, Antoine Griezmann, Lionel Messi e Luis Suárez.
Por essa ótica, Neymar foi o sexto melhor jogador do planeta em 2016, três posições abaixo que o terceiro lugar conquistado na última edição da eleição da Fifa.
Os prêmios que já tiveram seus resultados divulgados neste ano confirmam a tendência do brasileiro fora do top 3.
Neymar ficou de fora da seleção da última temporada do Campeonato Espanhol e também do "elenco ideal" de 18 jogadores da Liga dos Campeões da Europa.
CR7, Bale, Griezmann, Messi e Suárez, os caras que jogaram mais que ele em 2016, apareceram em pelo menos uma dessas duas listas de premiados.
Ao contrário do português e do galês do Real Madrid, Neymar não conquistou a Liga dos Campeões, o principal torneio interclubes do ano. Os dois rivais também se destacaram na Eurocopa, o maior momento futebolístico de 2016.
Já Griezmann leva vantagem sobre o brasileiro principalmente por ter liderado sua equipe, o Atlético de Madri, rumo à segunda colocação na Champions.
Neymar, por sua vez, teve um único momento de real protagonismo: a conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro-2016, um torneio de baixo nível técnico e para qual o mundo do futebol estava se lixando.
Em relação aos seus companheiros de Barcelona, o brasileiro foi o integrante do trio de ataque do clube catalão que menos balançou as redes no ano.
O camisa 11 balançou as redes 25 vezes desde janeiro. No mesmo período, Suárez marcou 47 gols e Messi, 55.
Por tudo isso, Neymar não merece estar entre os três finalistas do prêmio de melhor do mundo. Desta vez, o sexto lugar já está de bom tamanho para ele.
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
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Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.