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Por que Lucas é sempre ignorado pela seleção brasileira?

Rafael Reis

21/11/2016 06h00

A cada nova convocação da seleção brasileira, a resposta de boa parte dos torcedores para aquela clássica pergunta "quem deveria ter sido chamado, mas ficou de fora?" costuma ser a mesma.

Aos 24 anos e em sua quarta temporada pelo Paris Saint-Germain, o meia-atacante Lucas vive um momento estranho na carreira: é sempre citado como um dos brasileiros em melhor fase na Europa, mas parece fora do radar da CBF.

E esse sumiço da seleção não é nenhuma exclusividade ou perseguição de Tite. Muito pelo contrário, o ex-jogador do São Paulo também não era dos nomes preferidos de Dunga, que ocupava o cargo até cinco meses atrás.

Prova disso é que Lucas só participou de uma das 16 últimas partidas oficiais da seleção, o empate sem gols contra o Equador, em junho, pela Copa América Centenário.

São poucos os brasileiros titulares de grandes clubes europeus que receberam tão poucas oportunidades no período.

Desde a troca de Dunga por Tite no comando da seleção, Lucas não foi mais convocado. E não dá para usar como argumento para esse esquecimento um suposto momento ruim do meia-atacante.

Lucas nunca esteve tão bem na Europa. Nos primeiros 17 jogos da temporada pelo PSG, marcou sete gols, mais da metade dos 13 tentos que demorou 56 partidas para anotar no ano anterior.

Na atual temporada, o camisa 7 do atual tetracampeão francês balançou mais as redes por seu clube que Firmino (6), Taison (4), Willian (2), Douglas Costa (1) e Oscar (0), só para citar alguns nomes que foram ou tem sido lembrados por Tite.

Então, o que falta para Lucas se tornar um jogador da seleção?

Em seus primeiros meses à frente do Brasil, Tite tem priorizado atletas já consagrados com a camisa amarela (como Neymar, Daniel Alves, Marcelo, Thiago Silva e Willian, por exemplo) ou que tenham trabalhado com ele no passado (Fagner, Paulinho, Renato Augusto, Giuliano e até Taison).

Joga contra Lucas o fato de ele ainda não ter mostrado a que veio quando jogou pela seleção.

Em 35 jogos pela equipe principal do Brasil, o meia-atacante só marcou quatro vezes, todas em partidas amistosas.  Já na seleção olímpica, decepcionou. Convocado para ser uma das estrelas do time medalhista de prata em Londres-2012, acabou a competição como reserva.

Apesar dessa série de fracassos, Lucas merece uma nova chance na seleção. Não para ser titular, já que Neymar e Philippe Coutinho são absolutos neste momento. Mas, pelo menos para que a pergunta "quem deveria ter sido chamado, mas ficou de fora?" tenha uma nova resposta.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis