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Pode acreditar: Iraque tem promessa comparada a Roberto Carlos e Bale

Rafael Reis

07/08/2016 06h40

Jogador de ótima capacidade técnica e mentalidade bastante ofensiva, tem na velocidade e no chute forte seus principais pontos fortes. Por isso, costuma ser comparado a Roberto Carlos e Gareth Bale.

Ao ser avisado que essa é a descrição de um lateral esquerdo que irá a campo neste domingo na partida entre Brasil e Iraque, pela segunda rodada do torneio olímpico masculino de futebol, é natural que você imagine que estamos falando de Douglas Santos.

Mas não. Apesar de ser um país com pouca tradição no futebol e carente de talentos esportivos, até em virtude dos anos e anos mergulhado em guerras e ocupações militares, o Iraque tem um lateral que é uma fera.

Não é à toa que Ali Adnan, 22, carrega os apelidos de "Roberto Carlos iraquiano" e "Gareth Bale asiático".

Titular da seleção principal e também da Udinese, time italiano que defende desde a temporada passada, o iraquiano foi eleito o melhor jogador jovem asiático de 2013 e, no ano seguinte, entrou na lista das 20 maiores promessas do futebol da Europa feita pelo renomado jornal britânico "Guardian".

Adnan é membro de uma família importante do futebol do Iraque. O pai fez parte do primeiro time do país a disputar um Mundial sub-20, em 1977. Já seu tio Ali Khadim marcou 35 gols pela seleção adulta e deteve a artilharia histórica da equipe até o início dos anos 1980.

Foi influenciado por ambos que o garoto entrou para uma escolhinha com apenas cinco anos. Foram 12 anos de treinos até estrear pela equipe profissional do Baghdad FC e mais três para se transferir ao Çaykur Rizespor, da Turquia, e chegar à Europa.

Em 2013, ganhou fama internacional ao levar o Iraque até a quarta colocação no Mundial sub-20. Adnan entrou em praticamente todas as seleções do torneio e passou a ser pretendido por clubes de um escalão mais alto do continente.

Napoli, Roma, Genoa, Galatasaray, Sevilla e até mesmo Arsenal e Chelsea tiveram seus nomes ligados à jovem estrela. Mas seu destino acabou a Udinese, com quem assinou um ano atrás e onde se tornou o primeiro iraquiano a jogar o Campeonato Italiano.

Em sua temporada de estreia em uma das ligas nacionais mais difíceis do mundo, passou a atuar também no meio-campo, repetindo os passos de Bale, um dos jogadores a quem costuma ser comparado.

Na Rio-2016, Adnan quer mostrar ao mundo mais uma vez que o Iraque não é só guerra, mas também futebol. Na estreia olímpica, já começou a conseguir a missão. Sua seleção empatou por 0 a 0 com a tradicional Dinamarca e ganhou elogios pelo bom futebol apresentado.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis