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Rafael Reis

Virou moda: Brasil já tem mais técnicos estrangeiros que Espanha e Itália

Rafael Reis

28/12/2019 04h00

Vencedor do Campeonato Brasileiro e da Libertadores pelo Flamengo, o português Jorge Jesus fez o futebol pentacampeão mundial mudar a chavinha em relação aos técnicos estrangeiros. Menosprezados e alvo de preconceito até pouco tempo atrás, os treinadores gringos invadiram o país e viraram um fetiche desejado por torcedores, dirigentes e jornalistas.

A prova disso é que o Brasil vai entrar em 2020 com pelo menos quatro times de sua primeira divisão sendo comandados por caras nascidos no exterior. Isso já é mais do que a presença estrangeira de três das sete ligas nacionais mais importantes da Europa.

Crédito: Mohammed Dabbous/Anadolu Agency/Getty Images

No próximo ano, Jesus continuará à frente do Flamengo. Outro português, Jesualdo Ferreira, irá treinar o Santos, e o argentino Eduardo Coudet será o comandante do Internacional. Além deles, o Atlético-MG também terá um técnico gringo, o venezuelano Rafael Dudamel, que já acertou com o clube, mas ainda não foi anunciado oficialmente.

Desempregado desde que decidiu não permanecer no Santos, o argentino Jorge Sampaoli é quase um quinto nome nessa lista, já que está em "stand-by" e certamente será procurado por clubes brasileiros depois das primeiras demissões da nova temporada. Ele negociou com Palmeiras e Atlético-MG, mas recusou os dois convites.

Band: Santos anuncia o português Jesualdo Ferreira como treinador

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Com quatro treinadores estrangeiros contratados para 2020, a primeira divisão brasileira já tem mais sotaque gringo do que as elites de dois dos principais centros do futebol mundial, Espanha e Itália.

No Campeonato Espanhol, apenas Real Madrid (francês Zinédine Zidane), Atlético de Madri (argentino Diego Simeone) e Leganés (mexicano Javier Aguirre) são dirigidos por técnicos forasteiros.

Já no Calcio, o sérvio Sinisa Mihajlovic dirige o Bologna, o croata Ivan Juric comanda o Hellas Verona, e o português Paulo Fonseca dá as cartas na Roma.

Além de Espanha e Itália, a terra de Jorge Jesus e Jesualdo Ferreira é outra que também está dando menos espaço aos técnicos estrangeiros que o Brasil. Em Portugal, somente Tondela e Vitória de Setúbal são dirigidos por gringos, os espanhóis Natxo González e Julio Velázquez, respectivamente.

A Inglaterra vai na contramão dos lusos e possui a liga nacional de primeiro escalão mais aberta às ideias vindas de fora. Na Premier League, os comandantes estrangeiros estão em maior número que os locais.

Cinco dos seis clubes mais poderosos do país são dirigidos por expatriados: Manchester City e Arsenal são dirigidos por espanhóis (Pep Guardiola e Mikel Arteta), o Liverpool tem como chefe o alemão Jürgen Klopp, o Tottenham está nas mãos do português José Mourinho, e o norueguês Ole Gunnar Solskjaer é quem manda no Manchester United.

A exceção no "Big Six" é o Chelsea, que voltou a ter um técnico inglês depois de 23 anos apenas com gringos ao contratar nesta temporada o ex-meia Frank Lampard.

No total, a primeira divisão do país inventor do futebol tem 11 treinadores estrangeiros. Além dos nomes citados acima, há ainda um norte-irlandês, um italiano, um austríaco, um chileno, mais um alemão e outro português.

TÉCNICOS ESTRANGEIROS NA 1ª DIVISÃO DE CADA PAÍS:

Inglaterra – 11
Alemanha – 8
França – 7
Rússia – 5
Brasil – 4
Espanha e Itália – 3
Portugal – 2


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.