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Rafael Reis

Por que Fernandinho está levando a culpa pela crise do Manchester City?

Rafael Reis

03/12/2019 04h00

Dos últimos cinco jogos que disputou, o Manchester City só venceu um. Sete dos oito adversários mais recentes que cruzaram seu caminho conseguiram balançar as redes. E a desvantagem para o Liverpool, líder do Campeonato Inglês, já é de 11 pontos.

O atual bicampeão da Premier League vive seu pior momento desde a contratação do técnico Pep Guardiola, há três anos e meio. E a responsabilidade pela crise instaurada no Etihad Stadium tem caído nas costas de um brasileiro.

Crédito: Getty Images

O declínio do time que encantou o planeta nas últimas temporadas coincide com uma transformação tática feita pelo treinador espanhol: a transformação do até então volante Fernandinho em zagueiro.

Homem de confiança de Guardiola desde sua chegada ao futebol inglês, o brasileiro foi deslocado do meio-campo para a zaga logo no começo da temporada, quando os Citizens perderam Aymeric Laporte e John Stones por lesão e ficaram com apenas um zagueiro de ofício à disposição, o argentino Nicolás Otamendi.

Desde então, o time número um da Inglaterra nos últimos anos nunca mais foi o mesmo.

O aproveitamento do time, que era de 84,7% na temporada passada, caiu para 71,2% nos últimos quatro meses. A frequência de gols sofridos saltou de 0,64 por partida para 0,95 a cada 90 minutos. E os tropeços foram se acumulando.

Só em novembro, a equipe azul celeste empatou com Atalanta, Shakhtar Donetsk e Newcastle. Além disso, foi derrotada pelo Liverpool no confronto direto entre os dois clubes mais poderosos do país no momento.

Para jornalistas ingleses e torcedores do City, uma parte considerável da responsabilidade por essa sequência de resultados ruins está na utilização de Fernandinho como zagueiro.

De acordo com as críticas, o brasileiro não tem porte físico (1,76 m e menos de 70 kg) para enfrentar centroavantes adversários dentro da área e nem cacoete para jogar na última linha da defesa. Além disso, suas leitura de jogo e saída de bola estaria fazendo uma falta danada no meio-campo.

Mas, Guardiola não pensa assim. Apesar dos recentes tropeços e da recuperação de Stones, que está apto a jogar há quase dois meses, tem mantido o veterano de 34 anos como beque.

"Acho que Dinho está jogando muito nessa posição. Então, neste momento, prefiro ele como zagueiro. É por isso que ele está sendo escalado", afirmou o treinador no sábado, após o empate por 2 a 2 com o Newcastle.

Na terceira colocação do Inglês, com menos pontos que Liverpool e Leicester, o City volta a campo hoje, contra o Burnley, fora de casa. Fernandinho deve novamente começar no miolo de zaga, a menos que seja preservado para o clássico contra o Manchester United, no sábado.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.