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Rafael Reis

Após período de seca, Brasil exporta técnico e cartolas para a Europa

Rafael Reis

14/08/2019 04h00

Na última sexta-feira, o Lyon estreou no Campeonato Francês derrotando o Monaco por 3 a 0. O resultado fez com que a equipe encerrasse a rodada inaugural da Ligue 1 dividindo a liderança da competição com o Paris Saint-Germain.

A participação brasileira na vitória foi além da presença em campo dos meias Thiago Mendes (ex-São Paulo e Lille) e Jean Lucas (ex-Santos e Flamengo). Ela também estava no banco de reservas e nas tribunas.

Crédito: Divulgação

Desde o início da temporada, o Lyon é dirigido por uma dupla verde e amarela. Sylvinho, ex-auxiliar de Tite na seleção brasileira, ocupa o cargo de técnico. Já Juninho Pernambucano, o maior ídolo da história do clube e ex-comentarista da TV Globo, é o diretor esportivo.

Os dois fazem parte de uma espécie de restauração da importância do país nos altos cargos de clubes importantes no cenário europeu.

Depois de longos anos com dificuldade para emplacar treinadores e cartolas em equipes do primeiro escalão do Velho Continente, o futebol pentacampeão mundial parece ter conseguido dar uma reviravolta neste cenário nesta temporada.

Além de Sylvinho e Juninho Pernambucano, Edu Gaspar também cruzou o Oceano Atlântico nas últimas semanas. O ex-gerente de futebol do Corinthians e coordenador técnico da seleção até o primeiro semestre de 2019 virou diretor técnico do Arsenal.

Coincidência ou não, logo na primeira temporada de sua gestão em Londres, os Gunners, que não são tão acostumados assim a contratarem brasileiros, acertaram com dois reforços tupiniquins: David Luiz, ex-Chelsea, e o garoto Gabriel Martinelli, contratado do Ituano.

Juninho e Sylvinho também aumentaram a presença dos seus compatriotas no Lyon. Os dois jogadores brasileiros escalados contra o Monaco também foram adquiridos nesta janela de transferências.

O trio que está desbravando a Europa nesta temporada se junta a Leonardo, que durante muito tempo foi uma espécie de "lobo solitário" brasileiro em postos de direção no Velho Continente.

O campeão mundial de 1994 está nesta vida há pelo menos 15 anos e já fez um pouco de tudo. Foi olheiro do Milan, treinador do clube rossonero, da Inter de Milão e do Antalyaspor e teve duas passagens como diretor técnico milanista.

Desde junho, ocupa pela segunda vez o cargo de diretor de futebol do Paris Saint-Germain. Na prática, é ele quem comanda um dos maiores orçamentos para contratações de jogadores do planeta e resolve grandes pepinos, como o pedido de transferência de Neymar.

Foi Leonardo também o último brasileiro a trabalhar como treinador de um clube das cinco principais ligas nacionais da Europa (Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França) antes da estreia de Sylvinho no Lyon.

Até o último fim de semana, a última aparição de um brazuca nos bancos de reservas desse primeiro escalão continental havia sido a passagem do hoje dirigente do PSG pela Inter de Milão, entre dezembro de 2010 e junho de 2011.

Mas essa marca já foi superada. Afinal, depois de anos escanteado das decisões nas equipes mais importantes do planeta, o Brasil voltou a ter protagonismo fora dos gramados no futebol europeu.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.