Banco de reservas vira rotina para homens de Tite em temporada pós-Copa
Oito meses atrás, eles eram aclamados pelos torcedores brasileiros, protagonizavam comerciais na televisão e carregavam a esperança da conquista do hexacampeão mundial. Hoje, sem a taça na mão, acompanham frustrados do banco de reservas às apresentações dos clubes que defendem.
A temporada 2018/19 do futebol europeu tem se mostrado decepcionante para uma parte considerável dos jogadores que Tite escolheu para defender o país na última edição da Copa do Mundo.
Dos 23 atletas convocados para a Rússia-2018, pelo menos sete tiveram quedas consideráveis na quantidade de partidas em que foram escalados como titular dos seus times ao longo dos últimos meses.
O caso mais surpreendente é o de Marcelo. Quatro vezes vencedor da Liga dos Campeões da Europa e praticamente uma unanimidade no posto de melhor lateral esquerdo do planeta até pouco tempo atrás, o brasileiro foi parar no banco de reservas do Real Madrid depois da promoção do técnico Santiago Solari.
O treinador argentino tem preferido escalar o jovem Sergio Reguilón, 22, formado no próprio clube, a usar o camisa 12 nas partidas mais importantes. Os motivos vão da falta de capacidade de marcação do brasileiro até o namoro do jogador com a Juventus.
Resultado: Marcelo, que foi titular em 66,1% dos jogos do Real em 2017/18, só foi escalado em 55% das partidas nesta temporada. E esse número tende a cair. Nas últimas cinco rodadas do Campeonato Espanhol, o lateral começou no banco. Na vitória por 2 a 1 sobre o Ajax, na quarta-feira, pela Champions, nem saiu de lá.
Quem sofreu uma queda ainda maior que o lateral no seu nível de presença em campo é o zagueiro Miranda. Na última temporada, ele era titular indiscutível da Inter de Milão (77,5% dos jogos). Agora, só é escalado em pouco mais de um terço das partidas (35,5%).
Aos 34 anos, o ex-jogador do São Paulo perdeu espaço no clube italiano depois da contratação do holandês Stefan de Vrij, que defendia a Lazio.
Outro que se deu mal com as movimentações de mercado feitas por seu clube é Douglas Costa. Mas, no caso do camisa 11 da Juventus, a perda de espaço ante a nova concorrência é bastante compreensível.
Depois da chegada de Cristiano Ronaldo a Turim e da subida de nível do ataque bianconero, o brasileiro só iniciou 28,1% dos jogos do seu clube. Na temporada anterior, ele havia sido titular em mais da metade dos compromissos (55,5%).
Já o caso do meia Fred é diferente. Antes da Copa, ele havia sido escalado para 80% das partidas do Shakhtar Donetsk. Mas, durante o período do Mundial, ele subiu um degrau em sua carreira e assinou com o poderoso Manchester United. O preço a pagar pela mudança de ares foi o banco – foi titular em 30,5% das apresentações da equipe vermelha.
Mesmo aqueles integrantes da seleção que já estavam no banco na temporada passada acabaram perdendo ainda mais espaço depois da Rússia-2018. Esse é o caso de Danilo e Gabriel Jesus, ambos do Manchester City.
O lateral deixou de ser um curinga de Pep Guardiola e agora raramente é escalado mesmo quando o treinador não tem outro jogador da sua posição à disposição (27,5% de titularidade). Já o atacante sofreu com um jejum de gols na primeira metade da temporada e pouco pode fazer ante a boa fase do seu titular, Sergio Agüero. Por isso, só começou jogando em 37,5% das partidas da temporada, a maior parte delas em competições menos relevantes, como as copas nacionais.
JOGOS COMO TITULARES
MARCELO – Real Madrid (ESP)
2017/18 – 66,1%
2018/19 – 55%
FILIPE LUÍS – Atlético de Madri (ESP)
2017/18 – 50,9%
2018/19 – 45,4%
GABRIEL JESUS – Manchester City (ING)
2017/18 – 49,1%
2018/19 – 37,5%
MIRANDA – Inter de Milão (ITA)
2017/18 – 77,5%
2018/19 – 35,5%
FRED – Shakhtar Donetsk (UCR)/Manchester United (ING)
2017/18 – 80%
2018/19 – 30,5%
DOUGLAS COSTA – Juventus (ITA)
2017/18 – 55,5%
2018/19 – 28,1%
DANILO – Manchester City (ING)
2017/18 – 47,4%
2018/19 – 27,5%
Mais de Brasileiros pelo Mundo
–Ex-Palmeiras vira "irmão" de Dentinho e busca padrão Shakhtar de sucesso
–Vinícius Júnior já é o maior garçom brasileiro na Europa; veja o top 10
–Neymar é o único brasileiro em seleção da temporada montada por algoritmo
–Sem gol há 14 meses, Ganso chega ao Flu com maior jejum da carreira
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.