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Rafael Reis

Por onde andam os jogadores do último título mundial da América do Sul?

Rafael Reis

17/12/2018 04h00

Após conquistar o título da Libertadores sobre o Boca Juniors, seu maior rival, o River Plate inicia nesta terça-feira, contra o Al-Ain, dos Emirados Árabes, o caminho para tentar recolocar o futebol sul-americano no topo do Mundial de Clubes.

Afinal, a competição da Fifa se tornou nos últimos anos uma espécie de passeio dos times europeus. A última vitória de um clube filiado à Conmebol no torneio já completou seis anos.

Em 2012, o Corinthians bateu o Chelsea na decisão por 1 a 0 e faturou o Mundial. Depois, só o alemão Bayern de Munique e os espanhóis Barcelona e Real Madrid tiveram a honra de levantar a taça.

Agora, é hora de relembrar os heróis da mais recente conquista sul-americana. Seis anos depois, como estão as vidas dos jogadores que colocaram seu nome na história do Corinthians (e também da Fifa)?

Crédito: Kim Kyung-Hoon/Reuters

POR ONDE ANDA – CORINTHIANS (2012)?

Cássio (31 anos) – Cada vez mais ídolo da torcida corintiana, continua firme à frente da meta alvinegra e foi um dos principais jogadores do clube na última temporada. As boas atuações lhe renderam o posto de terceiro goleiro da seleção brasileira na Copa do Mundo-2018. Cássio é um dos jogadores mais vitoriosos da história do Corinthians e já acumula três títulos do Campeonato Paulista (2013, 2017 e 2018), dois do Brasileiro (2015 e 2017), um da Libertadores (2012) e outro do Mundial (2012).

Alessandro (39 anos) – Um dos símbolos da reconstrução corintiana no fim da década passada, vestiu a camisa alvinegra até 2013, quando pendurou as chuteiras. Desde então, vem trabalhando no clube em cargos administrativos. Alessandro foi coordenador técnico das categorias de base e, em 2017, assumiu a gerência de futebol do clube, em substituição a Edu Gaspar, contratado pelo CBF.

Chicão (37 anos) – Famoso pela precisão nas cobranças de falta, o ex-zagueiro ainda passou por Flamengo, Bahia e teve uma rápida experiência de alguns meses no futebol indiano, onde trabalhou ao lado de Roberto Carlos. Após retornar da Ásia, Chicão anunciou a aposentadoria em 2016.

Paulo André (35 anos) – Famoso pela bagagem cultural e a militância política que exercia, sobretudo no Bom Senso FC, movimento que cobrava melhorias na administração e na relação dos clubes e dirigentes com os atletas no futebol brasileiro, o zagueiro encerrou a carreira com o título da Copa Sul-Americana, conquistado na semana passada, pelo Atlético-PR. Longe dos gramados, Paulo André virou diretor do clube paranaense.

Fábio Santos (33 anos) – Revelado pelo São Paulo, viveu o melhor momento de sua carreira no Corinthians, clube que defendeu entre 2011 e 2015. Após deixar o time pelo qual se sagrou campeão mundial, atuou no México (Cruz Azul) e retornou ao Brasil em 2016 para vestir a camisa do Atlético-MG, clube que continua defendendo até hoje.

Ralf (34 gols) – Uma espécie de cão de guarda da defesa corintiana nas conquistas da Libertadores e do Mundial-2012, o volante retornou ao clube neste ano, após duas temporadas jogando pelo Beijing Guoan, da China. Na segunda passagem pelo time alvinegro, Ralf não tem mostrado o mesmo futebol dos tempos em que foi campeão mundial.

Paulinho (30 anos) – Titular da seleção na última Copa, elevou sua carreira a um outro patamar ao defender o Barcelona na temporada passada. Infelizmente para Paulinho, a passagem pelo gigante espanhol durou pouco. Após o Mundial da Rússia, o meia foi emprestado ao Guangzhou Evergrande e voltou à China. O negócio prevê a opção de compra do meia brasileiro pelos orientais após o período de um ano.

Emerson (40 anos) – Assim como Ralf, voltou ao Corinthians neste ano. E, tal qual Paulo André, decidiu pendurar as chuteiras ao término da temporada. Em seu ano de despedida do torcedor alvinegro (e também do futebol em si), Emerson passou longe ter o mesmo brilho da primeira passagem pelo clube. Mesmo assim, teve várias oportunidades como titular.

Danilo (39 anos) – Contratado em 2010, permaneceu oito anos no Corinthians e só foi embora porque não teve seu contrato renovado para 2019. Meia de qualidade técnica indiscutível e costume de brilhar em momentos decisivos, Danilo sofreu várias contusões ao longo dos últimos anos e chegou a ficar 15 meses sem disputar uma partida oficial. Mas recuperou a forma e agora procura um novo clube para dar sequência à carreira.

Jorge Henrique (36 anos) – Apesar de ser atacante de origem, era peça fundamental no sistema defensivo do Corinthians campeão do mundo de 2012, já que ajudava muito na marcação pela faixa esquerda do campo. Jorge Henrique deixou o clube no ano seguinte ao da vitória sobre o Chelsea e nunca repetiu o sucesso que fez em São Paulo. Após defender Internacional, Vasco e Figueirense, o atacante irá jogar pelo Náutico no próximo ano.

Paolo Guerrero (34 anos) – Autor do gol da histórica vitória sobre o Chelsea, é um dos maiores ídolos da história recente do Corinthians. Em 2015, mudou de ares e se transferiu para o Flamengo, onde teve uma relação de amor e ódio com a torcida. Mesmo cumprindo suspensão por doping devido a um metabólico da cocaína, Guerrero foi contratado pelo Internacional em agosto. O clube gaúcho espera agora o fim da pena do peruano.

Juan Manuel Martínez (33 anos) – Substituto de Guerrero nos minutos finais da decisão do Mundial, o atacante argentino teve vida curta no futebol brasileiro. Martínez chegou ao Corinthians em 2012, não conseguiu se firmar como titular e foi embora no fim da temporada. Sem espaço no Independiente, seu último clube importante, o atacante foi liberado e acabou indo parar no Agropecuario Argentino, da segunda divisão nacional.

Wallace Reis (30 anos) – Lançado por Tite já nos acréscimos da final contra o Chelsea para ajudar o Corinthians a segurar o resultado, trocou o clube pelo Flamengo no ano seguinte e fez um relativo sucesso com a camisa rubro-negra –chegou a ser capitão da equipe. Atualmente, disputa o Campeonato Turco pelo Göztepe.

Tite (57 anos) – As conquistas da Libertadores e do Mundial de 2012 foram um divisor de águas na carreira do treinador e começaram a credenciá-lo para o cargo que ocupa desde 2016: o de treinador da seleção brasileira. Apesar de ter caído nas quartas de final da Copa-2018, o ex-comandante do Corinthians teve seu contrato renovado para o ciclo do Qatar-2022.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.