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Rafael Reis

Por que 2018 está tendo a janela de janeiro mais movimentada da história?

Rafael Reis

30/01/2018 04h00

Apesar de ainda faltar um dia para o encerramento da janela de transferências de janeiro, já é possível dizer que 2018 teve o mercado de inverno europeu mais movimentado de todos os tempos.

Mesmo que o volume de dinheiro das negociações (650 milhões de euros, só nas cinco maiores ligas do Velho Continente, até a última segunda-feira) ainda não tenha superado os 675 milhões de euros de 2017, nunca houve tantas transações milionárias quanto neste ano.

Só o antigo recorde de contratação mais cara da história de janeiro na Europa, a ida de Fernando Torres para o Chelsea por 58,5 milhões de euros, que perdurou entre 2011 e 2017, foi superado três vezes ao longo do mês.

Diego Costa trocou o Chelsea pelo Atlético de Madri por 66 milhões de euros. O zagueiro holandês Virgil van Dijk, ex-Southampton, custou 78,8 milhões de euros ao Liverpool. E o Barcelona pagou 160 milhões de euros para ter Philippe Coutinho.

Além desses três negócios, houve pelo menos mais uma transferência envolvendo um jogador de primeiro escalão do futebol mundial: a saída do atacante chileno Alexis Sánchez do Arsenal rumo ao Manchester United –em troca pelo meia armênio Henrikh Mkhitaryan.

Para completar, há ainda a novela sobre a possível transferência do atacante gabonês Pierre-Emerick Aubamyang do Borussia Dortmund para o Arsenal, que ficou para os últimos dias de janeiro.

Mas, afinal, por que uma janela que normalmente é destinada para pequenas transações de jogadores pouco utilizados e remodelagens pontuais de elenco acabou sendo tão movimentada nesta temporada?

São duas as principais explicações para esse fenômeno.

A primeira é que a janela de julho/agosto foi insuficiente para finalizar todos os negócios que estavam em andamento no verão europeu. As transações de Coutinho, Alexis Sánchez e Aubameyang, por exemplo, vinham se arrastando há meses e já poderiam ter sido acertadas na janela passada.

A volta de Diego Costa ao Atético de Madri também não é "coisa de agora". A transferência do centroavante só foi concretizada neste mês porque o clube espanhol estava proibido de contratar no meio de 2017 –cumpria uma sanção imposta pela Fifa.

O segundo fator responsável pela movimentação histórica nesta janela é a inflação no Mercado da Bola determinada pela transferência de Neymar.

Desde que o atacante brasileiro protagonizou a transferência de 222 milhões de euros, a maior da história, para o Paris Saint-Germain, quase seis meses atrás, os valores das transações dos outros grandes jogadores do planeta subiram drasticamente.

Em julho passado, Coutinho certamente não custaria 160 milhões de euros. E nem Van Dijk valeria 78,8 milhões de euros. Esses são os valores deles já atualizados pelo "fator Neymar".

É a soma dessas questões e a fome intensa de clubes como Barcelona e Manchester Uniter por reforços que transformou janeiro de 2018 na janela de inverno mais intensa da história do futebol europeu.

OS 10 REFORÇOS MAIS CAROS DE JANEIRO-2018 NA EUROPA

1º – Philippe Coutinho (BRA/Barcelona) – 160 milhões de euros
2º – Virgil van Dijk (HOL/Liverpool) – 78,8 milhões de euros
3º – Diego Costa (ESP/Atlético de Madri) – 66 milhões de euros
4º – Theo Walcott (ING/Everton) – 22,5 milhões de euros
5º – Cenk Tosun (TUR/Everton) – 22 milhões de euros
Guido Carrillo (ARG/Southampton) – 22 milhões de euros
7º – Manuel Akanji (SUI/Borussia Dortmund) – 21,5 milhões de euros
8º – Pietro Pellegri (ITA/Monaco) – 21 milhões de euros
9º – Jürgen Locadia (HOL/Brighton) – 17 milhões de euros
10º – Ross Barkley (ING/Chelsea) – 16,9 milhões de euros


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.