Topo

Rafael Reis

Por que astro de rival do Brasil na Copa é tão questionado no Real?

Rafael Reis

10/01/2018 04h30

Entra ano, sai ano, e o Real Madrid continua sua incansável busca por um novo goleiro. Só nas últimas temporadas, o clube perseguiu David de Gea (Manchester United), sonhou com Thibaut Courtois (Chelsea) e agora está em negociações avançadas com Kepa Arrizabalaga (Athletic Bilbao).

É assim desde que Keylor Navas desbancou o ídolo Iker Casillas e assumiu a titularidade do gigante espanhol, três anos atrás.

Mas afinal, por que o astro da seleção da Costa Rica, adversária do Brasil na fase de grupos da Copa do Mundo, goza de tão pouco prestígio com a torcida e a diretoria merengue?

Os números do arqueiro de 31 anos pelo Real não são nada ruins. Em 117 partidas com a famosa camisa branca, ele sofreu 108 gols.

A média de 0,92 gol sofrido por jogo não é muito diferente da Ter Stegen (0,87, do arquirrival Barcelona, que disputa os mesmos torneios que ele) e até é melhor que as dos desejados De Gea (0,99, no Manchester United) e Courtois (0,95, no Chelsea).

É difícil também se lembrar de algum momento em que Navas tenha realmente deixado o Real na mão. O costarriquenho até falha, como todos os goleiros, mas seus erros raramente custam caro ao time espanhol.

Desde que o ex-jogador do Levante assumiu a meta madridista, o clube conquistou dois títulos consecutivos da Liga dos Campeões da Europa, encerrou um jejum de cinco anos sem faturar o Espanhol e tirou do Barcelona o posto de "time a ser batido" no planeta.

A principal razão pela qual a diretoria do Real insiste há tanto tempo na necessidade de contratar um goleiro é mais extracampo do que relacionada ao desempenho do seu arqueiro titular.

Basicamente, o que os cartolas querem é "jogar para a torcida" e alimentar a máquina de marketing do clube com um nome consagrado (como seriam De Gea e Courtois), que venderia camisas e encheria a torcida de orgulho, ou com um jogador espanhol para agradar os apoiadores mais nacionalistas (Kepa).

Navas não é nem um, nem outro. O goleiro vem de um país de pouca tradição no futebol, a Costa Rica, e fez sua carreira atuando em times pouco relevantes no cenário internacional (Deportivo Saprissa, em sua terra natal, além de Levante e Albacete, na Espanha).

Vale lembrar que o hoje camisa 1 do Real não foi contratado para ser titular do Real, mas sim para fazer sombra ao veterano Casillas até a chegada de um novo dono para a posição. Foi na marra que ele conquistou seu espaço e vem se mantendo desde então.

Até quando? Só o tempo dirá.

Brasil e Costa Rica se enfrentam no dia 22 de junho, em São Petesburgo, pela segunda rodada da Copa-2018. Sérvia e Suíça são as outras seleções da chave.


Mais de Cidadãos do Mundo

Italiano faz 4 gols no 1º jogo do ano e tira artilharia da Europa de Cavani
7 garotos para você ficar de olho no futebol mundial em 2018
5 técnicos gringos que podem pintar no futebol brasileiro durante 2018
Revelação alemã precisa de autorização dos pais para jogar futebol à noite

Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.