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Rafael Reis

Copa do Qatar-2022 paga salário de Neymar no PSG: verdade ou lenda?

Rafael Reis

28/02/2019 04h00

O Paris Saint-Germain não contratou Neymar para tentar montar um time capaz de conquistar a Liga dos Campeões da Europa, mas sim para fazer propaganda da próxima edição da Copa do Mundo. E a prova disso é que o salário pago mensalmente pelos franceses ao astro brasileiro não sai da conta do clube, mas sim do comitê organizador do Qatar-2022.

É bem possível que, ao longo dos últimos 17 meses, desde que o PSG contratou seu camisa 10 e fez dele o reforço mais caro da história do futebol mundial, você já tenha visto em alguma rede social ou mesmo recebido na sua conta de Whatsapp alguma história parecida com essa.

Crédito: Divulgação

Mas, será que o verdadeiro financiador de Neymar é mesmo a organização do próximo Mundial? Ou todo esse papo não passa de apenas mais uma das várias fake news (ou lenda urbanas) do mundo do futebol que tanto sucesso costumam fazer na internet, como o autismo de Lionel Messi e a transexualidade de Marco Verratti?

Bem, cravar qual foi a verdadeira motivação de Nasser Al-Khelaifi, presidente do PSG e CEO do QSI (Qatar Sports Investiment), dono do atual campeão francês, para realizar a contratação de Neymar é algo impossível. A intenção é algo que pertence à cabeça do dirigente e que talvez ele jamais revele para a imprensa ou sequer para qualquer outro interlocutor.

Agora, a história de que o salário do atacante não é pago pelo PSG, mas sim pelos organizadores da Copa, não é bem uma realidade.

O responsável pelos vencimentos do jogador (cerca de 3,1 milhões de euros mensais, ou R$ 13,2 milhões a cada 30 dias) é mesmo o clube da capital francesa. Tanto que a remuneração do craque aparece nos balanços anuais do PSG e também nos relatórios relativos ao Fair Play Financeiro que são enviados à Uefa.

A questão é que o dinheiro que chega até Neymar (via PSG) e o que vai para as obras da Copa-2022 possui a mesma origem: o governo do Qatar.

O QSI, fundo de investimentos comandado por Al-Khelaifi, nada mais é que um instrumento ligado à família real do país árabe para promover globalmente o nome da nação através de iniciativas esportivas e de entretenimento.

Neymar também tem uma empresa qatariana no rol dos seus patrocinadores pessoais: o banco QNB, que, assim como o dono do PSG, também tem como acionista majoritário um órgão do governo.

O brasileiro está fora de ação há mais de um mês em virtude de uma fratura no quinto metatarso do pé direito, mesma lesão que o tirou da reta final da temporada passada.

Mesmo sem seu jogador mais caro, o PSG lidera o Campeonato Francês com 17 pontos de vantagem para o Lille, segundo colocado. Na Liga dos Campeões da Europa, a equipe derrotou o Manchester United por 2 a 0, como visitante, no jogo de ida das oitavas de final. A partida de volta está marcada para a próxima quarta-feira (6).


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.