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Rafael Reis

Cinco anos depois, Neymar revê ex-companheiro que se queimou na seleção

Rafael Reis

17/09/2017 04h00

Em sua sexta partida oficial pelo Paris Saint-Germain, Neymar irá reencontrar um velho companheiro de seleção brasileira.

Caso seja escalado como titular pelo técnico do Lyon, Bruno Génésio, para a partida deste domingo, o lateral direito Rafael deve ser o responsável direto pela marcação do jogador mais caro da história do futebol mundial.

O defensor conhece Neymar há muito tempo. Sete anos atrás, quando o atacante recebeu sua primeira convocação para a seleção principal, o hoje atleta do Lyon também fazia parte da lista divulgada por Mano Menezes.

Em 2012, ambos fizeram parte do time que conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres.

E foi justamente essa competição que acabou sendo um divisor de águas na carreira de Rafael.

Até a Olimpíada britânica, o lateral era considerado um garoto-prodígio do futebol brasileiro e o sucessor direto de Maicon e Daniel Alves com a camisa 2 da seleção.

Afinal, não é todo mundo que é descoberto pelo Manchester United (ao lado do irmão gêmeo, Fábio) antes mesmo de completar a maioridade, muda para a Inglaterra e rapidamente se firma no elenco de um dos maiores clubes do planeta.

Só que uma atuação desastrosa na final olímpica colocou tudo isso por água abaixo. Com apenas 23 segundos de jogo, Rafael errou um passe bobo na intermediária e permitiu que o México marcasse o primeiro gol da vitória por 2 a 1 em Wembley.

Já no final da partida, quando a medalha de ouro havia virado um sonho distante, o lateral deu um passe de letra. Um lance de efeito que repercutiu muito mal: levou uma bronca pesada do zagueiro Juan e foi severamente criticado pela imprensa esportiva.

Tratado como vilão da derrota brasileira em Londres, Rafael nunca mais recebeu uma nova chance de vestir a camisa amarelinha. E essa oportunidade dificilmente virá nos próximos meses com Tite.

O lateral ainda ficou por mais três temporadas no Manchester United, mas, também no clube, foi perdendo espaço gradativamente. Em seu último ano de Inglaterra, só foi titular em seis partidas da Premier League.

Em 2015, mudou de ares e acabou contratado pelo Lyon por 3,2 milhões de euros (quase R$ 12 milhões, na cotação atual), praticamente a mesma quantia que o United havia desembolsado sete anos antes para tirá-lo das categorias de base do Fluminense.

Na França, Rafael voltou a jogar com frequência e fez duas temporadas razoáveis na nova equipe: são 51 partidas, com um gol e cinco assistências. Na atual, tem se revezado com o holandês Kenny Tete (ex-Ajax) no time titular.

Neste domingo, quando reencontrar Neymar, ele certamente irá se lembrar de quando atuava ao lado do parceiro na seleção e era apontado como a grande promessa brasileira para a lateral direita.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.