Amarelinha? 7 brasileiros que jogam por seleções de base de outros países
Rafael Reis
21/04/2019 04h00
Thiago Alcântara, Diego Costa, Rodrigo, Pepe, Jorginho. O número de jogadores brasileiros que desistiram de tentar uma carreira com a camisa amarelinha para defender a seleção de um outro país é bastante grande e não para de crescer.
Alguns deles provavelmente nem teriam oportunidades na equipe da CBF. Mas alguns desses desfalques foram (ou ainda são) bastante sentidos.
Engana-se, porém, quem pensa que esse fenômeno é exclusivo da seleção principal. Já nos times de base, há atletas aptos a defender o Brasil que acabam escolhendo um time sub-qualquer coisa.
Alguns, até voltam atrás nessa edição e acabam retornando à seleção brasileira , como Rafinha (Barcelona), que chegou a jogar pela Espanha, e Andreas Pereira (Manchester United), ex-Bélgica. Mas a maioria acaba concretizando essa escolha.
O "Blog do Rafael Reis" apresenta abaixo sete jogadores que poderiam jogar pelo Brasil nas categorias sub-17 ou sub-20, mas que decidiram defender seleções de base de outros países.
EMANUEL VIGNATO
Meia-atacante
18 anos
Chievo (ITA)
Itália
O garoto, que fez sua estreia como profissional quando ainda tinha 16 anos e enfrentou nesta temporada Cristiano Ronaldo, já atuou na base da seleção brasileira em 2016, mas no momento tem defendido a Itália. Vignato jogou pela Azzurra no sub-17 e no sub-18. Atualmente, tem disputado amistosos com a equipe sub-19. Apesar de ter nascido na Europa, o meia-atacante tem fortes vínculos com o Brasil. Filho de uma cearense, fala português fluente, já admitiu ser torcedor do São Paulo e sempre visitou com frequência o país da família materna.
MATHIEU GONÇALVES
Lateral esquerdo
17 anos
Toulouse (FRA)
França
A seleção que venceu a última Copa do Mundo também tem um brasileiro para chamar de seu. O lateral esquerdo Mathieu Gonçalves é tratado como uma das principais promessas das categorias de base do Toulouse e vem sendo chamado para as seleções francesas de base desde que tinha 15 anos. Assim como Vignato, Mathieu é filho de imigrantes brasileiros, mas nasceu no continente europeu. Mas seu estilo como lateral é tipicamente tupiniquim, já que se destaca mais pelos avanços ao ataque do que pela marcação.
LAURENT E GABRIEL LEMOINE
Zagueiro e atacante
20 e 18 anos
Mechelen (BEL) e Brugge (BEL)
Bélgica
Responsável pela eliminação brasileira na Copa-2018, a Bélgica é outro país que deve recorrer à sangue brazuca na sua próxima geração. Descendentes de brasileiros pela família materna, os irmãos Laurent e Gabriel Lemoine (foto) são nomes costumeiros nas convocações das seleções belgas de base. O mais velho jogou em todas as equipes do país entre o sub-15 e o sub-19. Já o mais novo ajudou a Bélgica a ser semifinalista do Europeu sub-17 do ano passado e agora defende a seleção sub-18.
ANDRÉ COSTA
Meia
17 anos
Rayo Vallecano (ESP)
Estados Unidos
Ao contrário dos nomes citados acima, André nasceu no Brasil. Mesmo assim, escolheu uma outra seleção para defender… pelo menos, por enquanto. Natural de São Paulo, o meia hoje joga pelo Estados Unidos, onde morou dos cinco até os 12 anos em virtude do trabalho do seu pai. Ex-jogador da base do Real Madrid e hoje no Rayo Vallecano, o garoto agora vive a expectativa de disputar neste ano o Mundial sub-17 pela seleção norte-americana, competição que, curiosamente, será jogada no Brasil.
OLIVER BATISTA MEIER
Meia-atacante
18 anos
Bayern de Munique (ALE)
Alemanha
Um dos principais nomes das categorias de base do Bayern de Munique, foi titular absoluto da seleção alemã no Europeu sub-17 do ano passado e só não tem feito parte das últimas convocações germânicas porque se recupera de uma cirurgia no tornozelo. Tratado como fenômeno em Munique, Batista Meier é natural de Kaiserslautern, mas possui família brasileira, o que possibilita que ele vista a camisa amarelinha.
LEO DOS REIS
Atacante
16 anos
Barcelona (ESP)
Espanha
O centroavante do Barcelona, que estreou pela seleção sub-16 da Espanha em um amistoso na semana passada, é a segunda geração de brasileiros de sua família que troca a camisa amarelinha pela "roja". Seu pai, Marcelo, foi o autor do gol que deu o título mundial de futsal para a Espanha em 2004 –além do título, acabou a competição na terceira colocação da artilharia.
RIO HILLEN
Zagueiro
16 anos
AZ Alkmaar (HOL)
Holanda
A seleção holandesa anda em baixa nos últimos anos e não conseguiu se classificar para a Euro-2016 e a Copa-2018. Por isso, olha para o futuro. E seu futuro pode ter um pinguinho e verde e amarelo. O zagueiro Rio Hillen, nascido na Holanda, mas de família materna brasileiro, já até usou a braçadeira de capitão da seleção sub-16 da equipe laranja. Em alta no cenário europeu, o defensor recusou uma proposta do Chelsea para ingressar no sistema de formação do Ajax na próxima temporada.
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
Sobre o Blog
Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.