Mesmo que não vença a Champions, Messi já é o melhor do mundo
Rafael Reis
18/04/2019 04h00
Aconteça o que acontecer entre esta quinta-feira e o dia 7 de julho, data da final da Copa América e uma espécie de encerramento extraoficial do calendário em 2018/19, o prêmio de melhor jogador do mundo nesta temporada precisa ir para mãos de Lionel Messi.
Não importa se o Barcelona vai conquistar a Liga dos Campeões ou se será eliminado já nas semifinais, nem se deixará escapar o quase ganho título espanhol. Também não deveria ter nenhum valor um possível sucesso ou fiasco da Argentina na competição entre seleções que será jogada no Brasil.
Isso porque, independentemente dos resultados das partidas que serão disputadas nos próximos 80 dias, no saldo geral, ninguém no planeta terá jogado mais bola nesta temporada que o camisa 10 do Barça.
É verdade que os últimos cinco vencedores do prêmio da Fifa saíram de equipes que ganharam a Champions League. Mas quem foi que criou essa regra informal de que o melhor jogador do mundo precisa necessariamente defender o melhor time do planeta? Afinal, a eleição de craque da temporada deveria uma competição individual, não coletiva.
Mas, desta vez, mesmo que aqueles que costumam defender essa "distorção" precisam dar o braço a torcer, tamanha é a diferença entre o desempenho de Messi e dos outros desde agosto de 2018.
O craque argentino é o artilheiro do Campeonato Espanhol (33), o goleador da Champions (10) e o cara que mais meteu bolas nas redes no futebol europeu nesta temporada (45, na soma de todas as competições).
Também o rei da assistências no continente (21 passes para o gol) e o protagonista de alguns dos lances mais bonitos do futebol mundial em 2018/19, como os dribles com direito a caneta no zagueiro Phil Jones, do Manchester United, na última terça.
Messi ainda sepultou as desconfianças sobre seu desempenho nos jogos mais decisivos da temporada, os dos mata-matas decisivos da Liga dos Campeões. Nas oitavas, marcou duas vezes e deu duas assistências contra o Lyon. Nas quartas, participou ativamente dos quatro gols do Barça que decretaram a classificação ante o United.
Com uma sequência de atuações de gala somada à regularidade do alto nível do seu futebol, o argentino se tornou praticamente imbatível na corrida pelo posto de melhor do mundo. A queda prematura dos seus principais concorrentes na Champions (Kylian Mbappé, do PSG, nas oitavas, e Cristiano Ronaldo, da Juventus, nas quartas) só intensificou esse favoritismo.
Com exceção de Messi, quem mais poderia suceder Luka Modric e faturar o prêmio neste ano? Virgil van Dijk? Mohamed Salah? Que me desculpem os dois excelentes astros do Liverpool, mas não dá para conceber a ideia de considerar que um deles seja (ou esteja) melhor jogador de futebol que a estrela argentina.
A disputa pelo posto de craque do planeta em 2018/19 já acabou e terá pela sexta vez Lionel Messi como vencedor… aconteça o que acontecer.
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
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Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.