7 brasileiros que passaram pela seleção e hoje estão "esquecidos"
Rafael Reis
31/03/2019 04h00
Jogadores que defendem a camisa da seleção brasileira, a mais vitoriosa da história do futebol mundial, costumam ter carreiras cheias de louros e currículos repletos de passagens por times do primeiro escalão do mundo da bola.
Bem, esse pode ser o caso da maioria. Mas nem todo jogador que vestiu a amarelinha consegue se manter durante toda sua trajetória como profissional em times importantes e mercados do primeiro escalão global.
Sempre há aqueles que "desaparecem" do mapa e vão jogar em uma equipe menorzinha de um país menos importante do cenário internacional.
O "Blog do Rafael Reis" apresenta abaixo sete jogadores que seguiram esse caminho. Eles já estiveram na seleção brasileira, mas hoje estão, de certa forma, "esquecidos" em algum canto do mundo.
LEANDRO DAMIÃO
Atacante
29 anos
Kawasaki Frontale (JAP)
O camisa 9 teve uma história bem interessante com a camisa amarelinha. Entre 2011 e 2013, disputou 17 partidas pela seleção, marcou três vezes e deu uma carretilha em um Superclássico das Américas (torneio amistoso contra a Argentina) que entrou para a história. Damião também fez parte da equipe olímpica que foi medalhista de prata em Londres-2012. Distante das convocações há seis anos, o centroavante também perdeu relevância no futebol dos clubes e hoje não é mais disputado a tapa pelos grandes times do país. Desde fevereiro, está no Japão, onde defende o Kawasaki Frontale.
GEFERSON
Lateral esquerdo
24 anos
CSKA Sofia (BUL)
O torcedor mais desavisado talvez nem saiba quem é Geferson. Bem, ele é um lateral esquerdo que jogava no Internacional e foi convocado por Dunga para disputar a Copa América-2015. O curioso é que Geferson nunca saiu do banco de reservas. Ou seja, jamais disputou uma partida com a amarelinha. Depois da experiência na seleção, o lateral perdeu desempenho, foi parar no banco do Inter e acabou negociado com o futebol búlgaro no ano passado. Lá, tem enfrentado problemas físicos para se firmar no CSKA Sofia.
ALEX SILVA
Zagueiro
34 anos
Jorge Wilstermann (BOL)
Você não imagina ver um jogador com passagem pela seleção brasileira disputando a Libertadores por uma equipe boliviana. Mas, desde 2017, quem enfrenta o Jorge Wilstermann na principal competição interclubes da América do Sul tem pela frente o zagueiro Alex Silva. Bicampeão brasileiro pelo São Paulo na década passada, o hoje veterano jogou duas vezes pelo time principal do Brasil em 2007 e até disputou a Copa América daquele ano.
WAGNER
Meia-atacante
34 anos
Al Khor (QAT)
Destaque do Fluminense na conquista do Campeonato Brasileiro de 2012, o meia-atacante também foi convocado para a seleção, mas nunca chegou a atuar em uma partida oficial. O jogador, que durante muito tempo foi um dos meias mais admirados do futebol nacional, tem curtido a reta final de sua carreira no Mundo Árabe. No ano passado, ele trocou o Vasco pelo Al Khor, do Qatar, onde é ídolo e principal jogador.
DÓRIA
Zagueiro
24 anos
Santos Laguna (MEX)
Cria das categorias de base do Botafogo, surgiu como uma grande revelação da zaga e como possível futuro titular da seleção. Rapidamente, foi convocado por Luiz Felipe Scolari para a partida contra a Bolívia, na fase preparatória para a Copa do Mundo-2014. Dória entrou nos minutos finais daquele jogo, mas não convenceu Felipão a lhe dar novas oportunidades. Sem se firmar no Olympique de Marselha (e nem no São Paulo, no Granada e no Malatyaspor, para onde foi emprestado), o zagueiro se mudou para o México no ano passado e agora é titular absoluto do Santos Laguna.
BRUNO UVINI
Zagueiro
27 anos
Al-Nassr (ARA)
Assim como Dória, teve um início de carreira fulminante, que logo o levou à seleção brasileira (foram duas convocações e três partidas em 2012) e ao futebol europeu, mas não conseguiu se firmar e acabou perdendo relevância no cenário nacional. Revelado pelo São Paulo, Uvini rodou bastante. Jogou no Santos, na Inglaterra (Tottenham), na Itália (Napoli e Siena) e na Holanda (Twente). Atualmente, está em sua terceira temporada na Arábia Saudita e lidera a competição com o Al-Nassr.
KLÉBER
Atacante
28 anos
JEF United Chiba (JAP)
Pode um jogador com passagem pela seleção brasileira estar em um clube da segunda divisão de uma liga que nem é de primeira grandeza? Pode parecer estranho, mas essa é a realidade de Kléber. Lembrado no país pela passagem discreta que teve pelo Palmeiras em 2013, o centroavante disputou dois amistosos com a amarelinha em 2011, durante a gestão de Mano Menezes. Com a carreira praticamente toda construída na Europa, o atacante trocou no início do ano o Estoril, da segundona portuguesa, pelo JEF United Chiba, da J2-League.
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
Sobre o Blog
Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.