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Por que a janela de transferências de janeiro na Europa está tão fria?

Rafael Reis

14/01/2019 04h00

Em janeiro de 2018, o Barcelona contratou Philippe Coutinho, o Liverpool revolucionou sua zaga com Virgil van Dijk, o Atlético de Madri repatriou o ídolo Diego Costa, o Manchester City investiu em Aymeric Laporte e o Arsenal levou para a Inglaterra o atacante Pierre-Emerick Aubameyang. Cada um desses cinco negócios movimentou pelo menos 60 milhões de euros (R$ 260 milhões).

Na atual janela de transferências, apenas uma transação alcançou esse patamar: a saída do meia-atacante norte-americano Christian Pulisic do Borussia Dortmund rumo ao Chelsea. Todas as outras mudanças de clube registradas no planeta até o momento não chegaram sequer aos 45 milhões de euros (R$ 195 milhões).

A diferença nos valores e no impacto das contratações realizadas em janeiro do ano passado para as do início de 2019 é enorme. Mas por que será que a atual janela de transferências anda tão fria?

Para começar, é preciso entender que o mercado de inverno na Europa não costuma ser utilizado para montagem de elencos. Seu intuito é fazer apenas pequenos ajustes, com compras, vendas e empréstimos pontuais de jogadores.

O que aconteceu em 2018, com vários grandes negócios sendo fechados, foi completamente atípico. Prova disso é que cinco das seis transações mais caras já realizadas no planeta em janeiro foram feitas no ano passado.

Dois fatores que inflaram aquele período de transferências e que se repetem no atual são os reflexos de uma transação histórica (no caso, a ida de Neymar para o Paris Saint-Germain) e a proximidade da Copa do Mundo.

A contratação do astro brasileiro pelo PSG, em agosto de 2017, impactou a janela de janeiro do ano seguinte, já que o Barcelona, antigo clube do craque, investiu pesado na busca de um substituto para o jogador (Philippe Coutinho).

Além disso, Diego Costa forçou a barra para deixar o Chelsea e retornar ao Atlético de Madri para não perder a chance de ficar fora do Mundial da Rússia. Outros jogadores menos badalados fizeram o mesmo e também ajudaram a movimentar a janela.

Sem esses fatores, o mercado de janeiro de 2019 poderia se beneficiar das fases negativas vividas por Real Madrid e Bayern de Munique, dois gigantes endinheirados, para ganhar volume.

Mas nem isso está acontecendo. Apesar de estar distante da briga pelo título espanhol e ter ameaçada até mesmo a vaga para a próxima edição da Liga dos Campeões, o Real só contratou até agora uma promessa para o futuro (Brahim Díaz, ex-Manchester City) e não parece ter nenhum grande negócio engatilhado para as próximas semanas.

Já o Bayern, que está seis pontos atrás do Borussia Dortmund na Alemanha, até acertou uma contratação expressiva, o lateral direito Benjamin Pavard, campeão mundial com a seleção francesa. No entanto, a transação só será concluída na próxima temporada.

Mesmo ainda faltando meio mês para o encerramento da janela de transferências, já é possível dizer que ela dificilmente alcançará os valores e o impacto do mercado de 12 meses atrás.

O período para contratação de novos jogadores para a segunda metade da temporada 2018/19 se encerra no dia 31 de janeiro para as principais ligas nacionais da Europa, como Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis